christian1985::joaoclaudio::Em primeiro lugar a turma que se diz defensora do pequeno lojista, tem que olhar para o histórico de compra e ver se tá realmente comprando no pequeno lojista. Discurso muito bonito, mas a gente sabe que na prática o comprador vai aonde tem as melhores condições. E spoiler, o pequeno no geral não tem essa possibilidade, pois não compra em escala. Qual o motivo das lojas abrirem pré-venda e no lançamento o jogo já fica um pouco mais barato? Aquela loja conseguiu vender uma quantidade que possibilitou pedir mais e pagar mais barato.
Meu segundo ponto é que na nossa sociedade é assim. Quem tem dinheiro tem mais influência, querem mudar isso tem que mudar a infraestrutura da sociedade. Mas vocês não estão preparados para essa conversa. 
Isso é uma prática antiga de quase todas as editoras, esses parceiros diamante, já tem vantagens comerciais sobre os demais. Pagam mais barato, recebem antes. E um muito grande (a loja do Sr Cabeça de Ovo) que diz quanto vai pagar. E eles são tão grandes que eles fazem isso para todos os produtos que são vendidos lá. Se tem promoção na loja é porque a editora autorizou. Conversem com o seu lojista pequeno ele vai confirmar. Se é verdade que vocês tem esse lojista pequeno.
Apesar de ter o poder de decisão, o consumidor é a parte mais fraca dessa relação. Tanto que muitos aqui estão indignados, mas não negam que tem planos em adquirir esse jogo e até mesmo futuros jogos. Nós nos colocamos nessa posição de refém, só que esse cativeiro é virtual.
Espero que fiquem bem e cuidado com o fígado.
Como eu disse em um comentário anterior: o importante para empresas, pequenas ou grandes, é a relação CMg = RMg. Se for preciso cortar tradução de jogo em português (mesmo bem estabelecido) para sei lá quantos milhões de pessoas apenas para que essa equação fique a mais próxima possível da igualdade, ótimo, corta custo. É assim que funciona e ninguém tá nem aí pra experiência do consumidor, a "imersão que o jogo vai trazer na sua jogatina" e toda aquele sales pitch que já estamos cansados de ouvir.
Ou vai dizer que antigamente (sim, sou saudosista) a gente ficava preocupado se tal experiência tinha "imersão", "realismo"?
Hoje não tem uma alma viva que não se refira a um jogo sem utilizar esse tipo de adjetivo. Mudaram até a forma como nos relacionamos com as coisas sem que percebamos. Mas é tudo para nossa "melhor experiência".
Imersão sempre foi um fator imprescindível na hora de se jogar um jogo. Imprescindível.
Huizinga mesmo em Homo Ludens de 1938 já definia o ato de jogar como " entrar em um círculo mágico, com regras próprias que não valem para o mundo real e com fim em si mesmo".
Coisas pequenas podem rapidamente nos tirar desse círculo mágico e por isso os jogos tentam vários recursos a seu favor, para fazer com que as pessoas se importam com a experiência, de fato entrarem dentro do jogo.
Seja arte do jogo, seja peças com maior rigor estético, seja com narrativas, seja com o tema por trás do jogo. Todas são ferramentas válidas.
Para uns essa imersão é mais importante que para outros, mas de modo algum a imersão é irrelevante. É simples, se não há o mínimo de imersão, não entra no círculo, se não entra no círculo, o jogo não importa, se o jogo não importa: vira brincadeira e não é mais jogo.
Se as pessoas estão se referindo mais hoje sobre a imersão dos jogos, pela sua percepção, pode ser apenas o resultado de um maior esclarecimento acerca do hobby, suas estruturas e sua linguagem. Não confunda práticas comerciais com maior paixão dos jogadores.
O hobby está crescendo, evoluindo. E isso invariavelmente descamba para maior consumo.