Raphael Lohan::Sinceramente não sei qual o sentido deste post...
Vivemos em um país que o carro de entrada atual é um Kwid 70000 reais, um vidro de azeite barato chegou a mais de 50 reais e o maior coletor de impostos do mundo... E temos um post desse em que o caro Iuri está questionando que ao se comprar um KS de um jogo ruim (lindíssimo, mas a meu primeiro contato acho ruim mecanicamente) e caro, faz outros jogos ficarem mais caros...
Todo produto tem seu público alvo. Boardgames não são para qualquer um. Eh nicho e um artigo, na minha opinião, de luxo considerável. Essa é a realidade pessoal. Hoje se vc entra em uma loja de brinquedos o cansado Banco Imobiliário tá mais de 150 reais, ou seja, também já não é para qualquer um.
Por isso reintero, não faz sentido questionar o preço sem questionar o público. E se o público paga, como vimos no financiamento, é por que tem público. Público pequeno e com forte poder aquisitivo, porém tem público que quer comprar e também tem o direito.
Caro
Raphael Lohan
Rapaz, com todo o respeito, e sinceramente, sem nenhuma animosidade em absoluto, eu entendo que você não viu nenhum sentido nesse texto, mas eu vi tanto que escrevi.
Como eu deixei bem claro ao longo do texto e reiteradas vezes, cada um tem a liberdade e o direito de gastar como quiser o seu próprio dinheiro, da mesma forma que outras pessoas tem todo o direito e liberdade de comentarem a respeito. É mais do que natural que todos, que vivenciamos o hobby dos board games, comentemos sobre preço, se o jogo X vale todo o preço que está sendo cobrado, ou se o jogo Y é melhor que o jogo Z. Se nós excluirmos esse tipo de questionamento, esse fórum vai se restringir a um mero veículo de propaganda, ainda mais do que ele já é.
Além disso, tem duas coisas que eu gostaria que você considerasse. A primeira questão é que o texto não se limitou apenas à questão do alto preço desse The Witcher Path of Destiny, mas também abordou o efeito cascata e o reflexo do aumento do preço, para todos os outros segmentos de jogos, que esse projeto reforça, e bastante, com esse financiamento recorde. A segunda questão é que o nosso hobby, mesmo sendo bastante excludente, ainda não é apenas restrito a milionários. Muita gente de classe média ainda faz parte dele, e é mais do que compreensível que uma pessoa de classe média, que seja fã do The Witcher, (alguns mais dos livros do que da série, como é o meu caso), lamente não poder adquirir esse jogo, dado o seu alto preço.
Por fim, não é porque tudo custa caro no nosso país, que nós precisamos obrigatoriamente nos conformarmos com isso, nem deixarmos de discutir e nos questionar porque as coisas são assim, e acima de tudo, debatermos e ao menos sugerir formas de resolver esse problema. Vai que alguma empresa do setor de board games resolver prestar a atenção e começa a agir diferente. A 101 Games e a MS Jogos do Marcos Macri são empresas pequenas que se esforçam bastante para produzirem jogos com qualidade e de baixo custo. Quem sabe um dia outras editoras grandes não seguem o mesmo exemplo, ao invés de focarem em jogos super caros como a Across the Board.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio