fantafanta::(...)
Em primeiro lugar, todo jogo é datado pois todo jogo é elaborado a partir de um determinado ponto de vista, seja de um dado autor ou de uma empresa que representa um recorte social do tempo em que vive ou existe, e produzido através de técnicas que são condicionadas por limitações de recursos e conhecimentos, de um determinado local no tempo e espaço. Portanto todo jogo tem data de fabricação e tem validade.
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O que me leva a crer que falar da superação de um jogo talvez faça muito mais sentido. Isso porque nenhum jogo é eterno e muito menos insubstituível, embora seja preciso reconhecer que todo jogo em um recorte específico de tempo e espaço cumpre com o que promete... para alguém pelo menos! Para comprovar isso basta ver que mesmo considerando War ou Banco Imobiliário jogos datados, há muitas pessoas que ainda compram esses títulos e que ainda conseguem (surpreendentemente) se divertir com eles! Mesmo que momentaneamente... A superação é a capacidade de ultrapassar limitações, dificuldades e certas condições, para entregar um resultado com desempenho satisfatório ou até mesmo melhor em algo.
TL; DR
Vou esperar sair sair o filme.
(Brincadeira)
Concordo com quase tudo que foi colocado. Muito relevantes suas considerações! Eu diria brilhantes! De fato, não tem jogo que envelheça mal. Deixei em destaque esses dois pedaços que quero considerar.
Para mim, é muito claro que jogo é datado sim. É um recorte do tempo, daquilo que se imaginava que poderia ser um bom jogo, um bom produto e poderia ser relevante. Mas dizer que tem uma data de fabricação pode ser impreciso. Pode ter uma data de lançamento, mas a ideia do jogo pode ter durado uma vida para virar um jogo. O jogo pode ter releituras de regras ao longo dos anos. Há jogos que são lançados com a proposta de ter "living rules". Mesmo o Xadrez teve alteração de regras no fluxo do tempo. Fora jogos que tem regras regionais e se são elementos da cultura local: damas, dominós, truco, buraco, uno... Pelos seus próprios argumentos, "validade" é algo imponderável. Nós podemos identificar que um jogo não existe mais ou não é mais jogado ou não é mais moralmente aceito, mas, no momento em que o jogo foi lançado, não há no que se falar de "validade".
No mesmo sentido, penso que "superação" e "evolução" é uma discussão meramente semântica. Eu poderia propor o termo "adaptação" apenas para contrapor. Mas, no geral, tudo está falando a mesma coisa: o designer está tentando produzir um jogo que seja mais aceito e conquiste um número maior de jogadores e seja perpetuado mais por tempo. Mas a avaliação de "melhor" é algo personalíssimo. Talvez para a parte mais significativa da sociedade, Banco Imobiliário/Monopoly, Damas ou Dominó, um desses pode ser o melhor jogo entre todos. Assim, o desejo do designer pode não ser exatamente agradar a maior parte da população, mas conquistar um determinado tipo de jogador ou grupo de jogadores, ou até mesmo fomar ou aumentar o número de jogadores com um determinado perfil.
Entender o perfil do jogador ou a mudança do perfil do jogador é o que faz entender porque um jogo não é mais do agrado ou surgiu um game-killer.
Carolpneves claramente prefere jogos mais complexos às versões mais simples (preterindo jogos como
Azul,
Kingdomino,
Terra Mystica,
Pandemic,
Bärenpark, etc a outros jogos parecidos e mais complexos).
Fabs tem vários temas sensíveis pelo grupo de jogatina dele (
Village,
Munchkin,
Amigos de Merda,
Ca$h 'n Gun$,
Exploding Kittens,
Trial By Trolley são jogos que passam longe da mesa dele). Eu até acredito que entendo o perfil de jogador da
LLoKKa, jogos com alta interação, muito encadeamento de decisões (ou de decisões que implicam em encadeamento de resultados), mas não saberia dizer com certeza qual o jogo seria um substituto de outro - pra ela, tudo ela gosta!
(E não faço faço ideia do perfil do
pnodanna, logo, não consigo entender suas motivações.)