Não há nenhum mérito histórico num jogo que representa um contexto de genocídio e exploração de maneira positiva, idílica ou higienizada. Vandalismo é adulterar o passado dessa forma, o que se está fazendo é uma crítica sobre representações do passado. O jogo de tabuleiro não é o passado em si, mas uma representação sobre ele.
Como, no caso, pelo que eu saiba não foi uma adulteração intencional por parte dos responsáveis pelo jogo original, e hoje existe uma consciência muito maior sobre essas questões, os jogos que possam ser atualizados de maneira inclusiva certamente devem sê-lo. Mombasa/Skymines poderia se passar em n contextos diferentes como o mesmo jogo, e o mais importante para o designer é que o jogo seja jogado por todos sem causar mal-estar ou repulsa.
Isto não se aplica da mesma forma, a meu ver, a jogos de maior densidade histórica, como simulações de conflito, wargames, por exemplo, em que efetivamente está se tratando de um tema histórico de um ponto de vista militar ou político, de maneira mais ou menos adequada a depender do jogo. Estes têm uma problemática específica, que pode ser discutida em outro momento, mas o tratamento da questão histórica está no próprio cerne do jogo.
Digo isso como grande apreciador de euros, wargames, jogos históricos e econômicos, alguns deles bastante discutíveis na forma que tratam e se apropriam do passado.