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Fernando Pessoa é um dos poetas portugueses mais reconhecidos e uma das figuras literárias mais importantes do país no século XX. Eu cresci em Portugal, onde Pessoa está no currículo escolar. Infelizmente, ele não é tão conhecido no exterior. Não só a obra de Pessoa é bastante fascinante e digna de ser lida, mas o que é especialmente intrigante é a forma como os seus poemas foram produzidos por heterônimos que representam algo como personalidades divididas. O designer de jogos Orlando Sá pegou essas personas do autor e as desenvolveu em um eurogame leve muito interessante, no qual até quatro jogadores podem competir como um dos heterônimos de
Pessoa.
Os jogadores podem assumir o papel de Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Bernardo Soares ou Alberto Caeiro e explorar os diferentes locais de Lisboa que o autor mais visitou ao longo da sua vida.
O tabuleiro está dividido em quatro áreas distintas: o Café Martinho da Arcada e o Café A Brasileira onde os jogadores podem escolher mais cartas, a Livraria onde os jogadores podem trocar cartas por pontos e/ou upgrades para o tabuleiro do jogador e a Praça do Rossio onde os jogadores criam poemas que marcará a maioria de seus pontos.
As cartas de inspiração são uma das moedas do jogo. São três cores diferentes numeradas de um a cinco que os jogadores usam na Livraria e no Rossio. A energia é a outra moeda na trilha do tabuleiro de cada jogador, permitindo-lhes dominar o Poeta no mundo físico, entrar e sair do mundo metafísico com seu heterônimo e comprar novas cartas. Os tabuleiros dos jogadores podem ser iguais para todos, ou você pode jogar com tabuleiros assimétricos que refletem mais de perto a personalidade de cada heterônimo.
No centro do tabuleiro está uma roda que representa a mente de Pessoa (espaço metafísico). Os espaços do tabuleiro são o mundo físico. Os heterônimos podem transitar entre os dois mas apenas um jogador pode ser Pessoa e nunca pode deslocar-se para o espaço metafísico...
O espaço metafísico é circundado por uma roda dividida em doze partes. É isso que define o relógio do jogo: a cada rodada, após cada jogador realizar uma ação, a roda se move. Cada setor contém ainda o mapa astral, que é um par de símbolos que dão bônus aos jogadores que gastam cartas na Livraria e no Rossio com símbolos que correspondam.
Embora o tema seja inusitado,
Pessoa é uma boa escolha como jogo família porque a mecânica é bastante simples. Dito isto, há o suficiente para atrair jogadores mais velhos e/ou mais experientes, especialmente ao incorporar as variantes avançadas. Publicado pela Pythagoras, os componentes e a qualidade da produção são bons, embora a maneira como as peças do tabuleiro se encaixem na parte inferior da roda central possa levar a alguma frustração inicial durante a preparação. O insert da caixa é um dos melhores que já vi, com tudo se encaixando perfeitamente para facilitar a montagem e desmontagem.
Pessoa é um jogo sólido e definitivamente vale a pena tentar. Espere desfrutar mais de Pessoa em contagens de jogadores mais altas, mas há uma opção incluída para jogo solo. Pode ser muito engraçado ler os poemas que são criados com cada carta contribuindo com algumas das palavras. Se você gostar do jogo, pode ficar tentado a conferir o trabalho de Fernando Pessoa...
Review by Rui Marques
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Traduzido*** por
Vania Telles
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