Guy de Lombard ::Bem, é uma maneira de botar a comunidade para trabalhar de graça. A Grok eonomiza na revisão e depois vende o jogo para quem se dispôs a trabalhar sem remuneração, ganhando nas duas pontas. Até porque quem se doou ao projeto vai querer uma cópia do jogo. Se der certo, outras editoras copiarão o modelo para se manter competitivas e, em pouco tempo, ou os hobistas revisam TODOS os lançamentos, ou receberão cópias cheias de erros enquanto as editoras lavam as mãos e os profissionais da área vão trabalhar como Ubber ou entregadores de aplicativo, quem sabe até entregando os jogos com os mesmos erros e preço de sempre
MatosCaio:: concordo 100%. o limiar de trouxice no hobby board gamer parece ser infinito. Nunca canso de me surpreender como a galera é inocente e cordeirinha.
Acho que vo mandar essa iniciativa da Grok praquela página do Facebook "Vagas Arrombadas". Tá merecendo d+
Caros
Guy de Lombard e
MatosCaio
Rapazes, apesar de discordar, eu compreendo perfeitamente a revolta de vocês com essa iniciativa da Grok. Não é segredo para ninguém, que durante anos as editoras trataram a comunidade boardgamer feito lixo, apesar de pagarmos caríssimo pelos jogos. Houve um tempo em que os jogos eram lançados com problemas, as pessoas reclamavam e as editoras simplesmente cagavam solenemente. Depois disso veio a fase da "solução sucrilhos", ou seja, o jogo vinha com erro mas ao invés de consertar a editora publicava um PDF e cada um que se virasse com o seu jogo. Isso para não falar dos outros problemas, como jogos em financiamento coletivo que atrasavam meses e às vezes anos, jogos que eram anunciados, a editora desistia de lançar sem dar nenhuma satisfação, entre outras mazelas. Diante disso é muito natural que a comunidade boardgamer não tenha nenhuma boa vontade para com as editoras. E é nesse sentido que eu compreendo a revolta de vocês.
Por outro lado, eu gostaria de ponderar, junto a vocês, que as coisas estão melhorando, claro que à passos de tartaruga, mas mesmo assim estão melhorando, pelo menos quanto ao controle de qualidade e reposição (quanto aos preços é outra história). Se antes as editoras não estavam nem aí para os erros grosseiros que cometiam, pelo menos hoje em dia já se verifica alguma preocupação nesse sentido. Se antes as editoras lançavam o jogo errado (Masmorra do Mago Louco, Western Legends, etc) e deixavam por isso mesmo (ema, ema, ema cada um com seus "pobrema"), hoje em dia em alguns casos, dependendo da repercussão, já se vê as editoras fazendo reposição.
Eu, por exemplo, fui uma das pessoas que mais "desceu o sarrafo" na Galápagos e na Grok, por conta do Everdell e do Ark Nova, respectivamente. E olhe que eu nem estou citando o quanto escrevi em relação ao Campeões de Midgard, da Mosaico. Por isso, ninguém pode, de forma honesta, me acusar de passar pano para editora. Basta ir nas fichas desses jogos aqui no Ludopedia, para comprovar isso. Mas tanto em um caso, quanto no outro (Everdell e Ark Nova), houve a reposição, pela qual tanto se reclamou.
O problema (dessa vez com a grafia correta) é quando a gente cai na questão do reclamar só por reclamar. A Grok ao que tudo indica, está demonstrando uma preocupação com que seu novo jogo saia correto. Claro que se pode argumentar, que isso é problema da empresa e não meu, então ela que arque com o custo do revisor. Só que se nós criticarmos as editoras, inclusive quando elas, mesmo que aparentemente, procuram acertar, na verdade o recado que se manda para as empresas é: "caguei para qualquer iniciativa boa de vocês, porque eu vou reclamar de qualquer jeito, vocês acertando ou não". Isso não leva a nada.
As editoras não são o "inimigo", cujo objetivo é lesar a comunidade boardgamer e explorar predatoriamente o mercado nacional de jogos. Evidentemente que muita coisa precisa ser melhorada como a questão do barateamento dos jogos, da produção nacional, do aumento das tiragens e da melhoria do controle de qualidade. Mas isso só vai acontecer quando as editoras começarem a ter boa vontade para com a comunidade boardgamer e a comunidade boardgamer tiver boa vontade para com as editoras, principalmente aquelas que buscarem meios de melhorar a relação produtor-vendedor-consumidor. Se não for assim, nós simplesmente vamos continuar nesse ciclo vicioso, de jogos caros e com problemas, reclamação, novos jogos caros e com problema e assim por diante.
É por isso que eu digo que é preciso reconhecer, no mínimo, a preocupação da Grok em relação a produzir seus jogos sem erros de tradução, e nacionalmente. Quem sabe assim, as demais editoras comecem a seguir esse exemplo, e passem a se preocupar em lançar jogos sem erros e possivelmente pensem até em formas de baratear os jogos e difundir e fortalecer mais o hobby, que é o que todos queremos.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio