Viajar de férias é bom. Um período de descanso, longe dos afazeres e preocupações. Quem pode não gostar disso? As pessoas que trabalham para que você não tenha nenhum trabalho na viagem. Pensa que é só chegar em uma agência que está tudo pronto? Que gnomos mágicos fazem suas reserva, fadas usam pó de pirimpimpim para deixar o avião pronto ou que elfos domésticos arrumam seu quarto no hotel? Há toda uma estrutura logística por trás de uma simples viagem, nem um pouco fácil de gerenciar. Topa tentar? Tour Operator Tá na Mesa!
Tour Operator é um jogo criado por Nestor Tyr em 2018. De dois a quatro jogadores, em Tour Operator os jogadores administram uma agência de turismo.
- Odeio jogo que simula trabalho.
Totalmente compreensível para quem foge de trabalho como o Cascão foge do banho. Até estranharia se você gostasse disso. Em Tour Operator os jogadores devem cuidar que o avião e o hotel estejam em ordem para recepcionar o constante fluxo de turistas que chegam em sua Agência (nota do Sr. Slovic: Todo rodada a Agência terá quatro turistas e no máximo três viajam por turno, e isso se houver hotel disponível para recebê-los).
No início de cada rodada acontece o check-out dos turistas da rodada anterior, mas não são todos que saem do hotel. Alguns ficam ocupando os quartos por uma semana (Nota da Sra. Slovic: Em termos de jogo, cada semana corresponde a um turno), outros por duas ou até mesmo três. Esse é o primeiro aspecto que deve ser bem gerenciado. Depois os jogadores recebem cartas de turistas suficiente para ficar com quatro esperando na Agência. Há um draft com as cartas, para que ocorra o segundo fator de gerenciamento).
- Tá ficando complexo igual trabalho…
Poderia até te indicar jogos mais relaxantes de fazendinha, mas com certeza, reclamaria de um Agrícola ou Ora el Labora da vida, que são muito mais complexos que esse. Então sugiro jogar par ou ímpar com o espelho. Escolhidos os clientes, cada jogador joga cinco dados para determinar os Recursos adquiridos na rodada, que podem ser Quarto, Poltrona, Combustível, Ticket, Funcionário ou Coringa. Os dois primeiros servem para deixar o hotel e o avião prontos para receber os turistas, combustível para andar com a aeronave, ticket para acalmar os clientes impacientes e o penúltimo para contratar pilotos, recepcionistas, concierge, comissários de bordo, etc, tudo para auxiliar na administração do seu negócio (Nota da Sra. Slovic: Não precisamos explicar o último recurso, certo?).

Com tudo pronto, os jogadores escolhem quem vai embarcar (Nota do Sr. Slovic: Cuidado aqui pois certas pessoas exigem ir na Primeira Classe e colocá-las na Executiva faz o jogador perder PV), por ordem de turno, o destino. Há várias cartas de cidade dispostas em uma matriz cujo tamanho varia conforme o número de jogadores (Nota do Sr. Slovic: Cada jogador tem um avião que se movimenta por essa matriz). Cada cidade só pode receber um voo por jogo. As cidades têm Pontos de Entretenimento, que dão PV aos jogadores quando os turistas interessados nessas atrações chegam à cidade (Nota do Casal Slovic: Assim como na vida real, cada pessoa tem interesses diferentes ao visitar uma cidade. Tem gente que gosta de ir outlet quando vão a Nova York. Já nós, preferimos museus e boardgame stores). Toda cidade tem as mesmas atrações, mas com pontuações diferentes.

Chegando ao destino, os turistas se instalam no hotel, se houver vagas e o quarto esteja pronto, caso contrário, vão embora e o jogador perde PV. Além disso, do mesmo modo que certos turistas exigiam a primeira classe, outros querem quartos de luxo. Cada turista fica hospedado um determinado número de semanas, que está indicado em sua carta. Por fim os jogadores colocam seus marcadores em uma área do tabuleiro central que tenha o mesmo símbolo de atividade indicada na cidade destino (Nota do Sr. Slovic: Aqui ocorre um Controle de Área que dá vários PVs no fim da partida), vira-se a carta da cidade e recomeça uma nova rodada. O jogo termina quando não houver mais destinos disponíveis. Para não perder o costume, vence quem tiver mais Pvs...

No geral, Tour Operator é um bom jogo. As regras são simples, mas o administrar tantas variáveis certamente não é. É um jogo que cada detalhe conta. Se você embarcou três turistas, mas tem vaga para só dois... Não planejou direito e ficou sem combustível para chegar no destino ideal… Acabaram os ticktes justo quando todos os clientes na Agência ficaram insatisfeitos ao mesmo tempo… É penalidade atrás de penalidade. Tour Operator é um jogo desafiador muito gostoso de jogar.
E é isso, Shishô!