Jovem Bombardium quando decidiu começar a comprar jogos de tabuleiro, começou o hobby com 3 jogos: Comprei o Sid Meier's Civilization: The Board Game, visto que como vocês sabem, é meu tema favorito, e eu não podia deixar de ter um 4x nesse naipe, por mais que ele fosse pesado.
O bagulho engole a mesa.
Joguei ele
algumas vezes, e depois de ver que o
sistema de combate dele é simplesmente ruim, decidi ir atrás das
expansões. E bati numa
parede, quem estava vendendo a expansão na época estava vendendo
tudo junto. Jogo
base + exps. Então depois de alguns anos
desencanei e vendi.
Trinca que eu nunca consegui ter.
Em conjunto eu acabei comprando
Zombicide: Black Plague. Na época, lançamento nas
terras BR, e um
Dungeon Crawler decente pra se
iniciar no hobby. Jogo esse que me trouxe
várias alegrias (
E frustrações, olhando pra você cenário FOME), até ter feito
todas as missões do livro que o acompanha. Depois disso ele ficou
pegando poeira.
Corre Bino que a bicharada tá solta.
Eu não imaginava que a
Calango fosse
trazer as expansões, e todo mundo que as
vendia (
Zombicide: Wulfsburg e futuramente
Zombicide: Green Horde) vendia
muito caro. Então depois de
alguns anos, também
desencanei e vendi (
apesar de ter ficado meio put0 porque tudo acabou chegando no BR).
Poderíamos ter sido muito felizes...
E o terceiro jogo dessa lista é o
Catan: O Jogo. Famigerado
Catan. O clássico
Catan. E ele é literalmente o
único jogo dos três primeiros que comprei que
perdura na coleção até hoje.
"Manda foto de agora."
Direi os motivos do porquê.
Catan é um jogo que
atravessa gerações: as suas mecânicas são
bem simples, você está
colonizando a ilha de Catan, então você já começa o jogo colocando
suas aldeias no mapa. Depois do setup (
que na minha opinião é a parte mais importante do jogo inteiro, essa decisão estratégica faz você literalmente vencer o jogo), você rola
2 dados.
Ilha de Catan em toda sua glória.
O número que cair
todos os jogadores que estão encostando nos
números rolados coletam recursos (que podem ser madeira, barro, trigo, ovelhas ou pedras), e depois disso o jogador que rolou
pode construir o que conseguir, e n
egociar recursos com outros jogadores à vontade.
Cartas de recursos, e insert da caixa. Simples e funcional.
O primeiro jogador a chegar a
10 pontos vence, e aprendemos duas coisas
muito importantes com esse jogo.
A primeira sendo:
negociar. Quem não sabe
negociar em Catan fica pra trás, principalmente, o jogo inteiro é
baseado nisso, em
negociações. Que sinceramente, é uma
habilidade que pode sim ser desenvolvida, e que é muito útil em vários
cenários de nossas vidas.
A segunda, e na minha opinião a coisa mais importante que Catan
te ensina é:
oferta e demanda. Tudo aqui roda em cima de
oferta e demanda. Se todo mundo gerou
3 ovelhas esse turno, e tem
5 turnos que não é gerado madeira,
adivinha qual recurso vai estar valendo mais?
Se você está com
8 pontos, prestes a bater,
com quem você acha que a mesa vai negociar mais?
Você ou o outro que tá com 5?
Tem que ficar ligado nas cartas de desenvolvimento, e no bandido no tabuleiro: ele bloqueia que um espaço gere recursos.
Não vou falar muito
sobre a arte do Catan, pois ela sofreu
várias mudanças durante as décadas, visto que cada edição é uma
parada diferente (apesar de manter a mesma base), mas a arte é o que
se espera de um jogo da década de 90. Não foge muito disso,
muito menos compromete.
A verdade é que Catan
reflete o mercado de forma
simples e sucinta. O jogo é muito mais
profundo do que ele parece, e além de ser um
ótimo porta de entrada pro hobby, eu realmente acredito que
vale a pena você te-lo e
ainda por cima ir atrás de suas expansões.
Elas existem
há anos, e o
Klaus Teuber fez um
ótimo trabalho fazendo com que o
cenário Catan se desenvolvesse de um jeito que cada expansão
adiciona, e muda o jogo, fazendo ele se tornar
mais moderno e se
mantenha a par das mudanças que o cenário dos BGs vem
sofrendo durante esse tempo.
Catan vale a pena principalmente para grupos que
estão iniciando no hobby, e se você quiser adicionar
complexidade, você consegue aplicando as
expansões no jogo. Recomendo que joguem ele pra
4 que ele
brilha demais, pra 3 é
OK, e note que na caixa o jogo
não fala pra ser jogado pra 2.
E nem venham aqui falar que “mimimi Carcassone é melhor”, nunca serão. #teamcatan
Um jogo aí que nego curte falar que é bom.
Valeria: Card Kingdoms é um jogo que o
Isaias Vallejo bebeu muito da fonte do
Klaus, pois a sua
mecânica principal roda em volta de literalmente no que o Catan faz: o jogador do turno rola
2 dados, faz todos os jogadores
gerarem recursos de acordo com o resultado rolado (dado 1, dado 2 e o somatório dos dois) e depois disso,
ele faz duas ações no turno.
Caiu 5 e 1, vai ser gerado recurso em todas as cartas de valor 1, 5 e 6.
E é aqui que o jogo
diverge do Catan. Aqui você pode
contratar outros trabalhadores para o seu Tableau; você pode fazer uma
construção que te dá algum efeito imediato/passivo ou de fim de jogo; você pode
caçar algum monstro pagando os recursos necessários para caçá-lo ou você pode simplesmente
coletar um recurso que você desejar. Além de existir líderes que ficam escondidos num esquema
Lords of Waterdeep que lhe
dão pontos de bônus extra no final do jogo.
No centro da mesa o tableau montado; em cima monstros a serem enfrentados, nas duas do meio, cartas a serem recrutadas, e na última, construções a serem feitas.
O jogo termina quando as
pilhas se esgotam (
dependendo da quantidade de jogadores, as pilhas são maiores ou menores), e eu acho que esse é um
jeito inteligente de se fazer a duração de um jogo, pois de
1 a 5,
esse jogo roda bem, literalmente por causa desse motivo.
Do mesmo
artista do jogo que citei na semana passada,
Endless Winter e do citado há algum tempo atrás,
Imperium Classics; a sua arte é
bem única e identificável. E ela é
8 ou 80, ou a pessoa
curte muito os traços do cara ou acha estranho. Eu tô num limbo onde eu acho a arte dele
OK e que
não compromete.
Quando eu vejo esse traço eu já sei que a arte é dele.
Esse jogo
já está no Brasil há alguns anos, e ele segue a mesma linha de
complexidade que o Catan na minha cabeça. Ele é ótimo para
colocar novos jogadores no hobby, ao mesmo tempo que ele te ensina sobre
probabilidade e te coloca a
frente de um problema a ser resolvido, que é “
como eu otimizo essa caralh4?” Interessante
ressaltar também, que a
caixa vem com insert próprio pro jogo, e com
variedades de cartas diferentes para setup (2 cartas de valor 1, 2 de valor 2, e assim segue).
Todos os jogadores começam com um 5 e um 6, cabe a você decidir o que contratar depois disso. Fazendo a assimetria fluir.
Por mais que o jogo
não possua negociação, o fato de ele se
utilizar da mesma mecânica do Catan acaba me
deixando com a impressão de que há designers novos tendem a fazer algum tipo de homenagem aos designs antigos; enquanto existem outros que vão por caminhos completamente diferentes, que é o de
inventar ou fazer uma
surub4 de mecânicas completamente nova.
Eu acredito que há méritos
nos dois, pois o
clássico deve ser respeitado,
homenageado e apreciado. Assim como o
desbravador, criador e inovativo.
Um salve pro Klaus.
No fim, há mercado para os dois. Tanto os clássicos quanto os contemporâneos.
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