Como um pessoal aí sabe, jogos de civilização são meu tema favorito. Mas como é difícil acertarem a mão nesse tipo de jogo.
Ou a duração fica muito longa, e maçante pra vários jogadores (normalmente não pra mim, mas ninguém joga esse tipo de jogo solo); ou ele fica muito curto e raso demais pro que deveria ser um jogo de Civ (olhando pra você, Sid Meier's Civilization: Um Novo Amanhecer, quem quiser ler já escrevi sobre ele aqui).
Mas eu curto bastante a ideia de estar desenvolvendo a minha Civilização do 0, e negociando, tretando, construindo e desenvolvendo em busca dos meus pontinhos. E não tinha como Imperium - tanto o Imperium: Clássicos quanto o Imperium: Lendas – passarem longe do meu radar. Note que todas as iterações desse jogo podem ser jogadas entre si. Não existe “jogo base” e “expansão” aqui. Cada caixa só traz civilizações diferentes, e todos os componentes básicos para se jogar.
O jogo roda em cima das cartinhas, e desenvolve bem a ideia da Civ.
Imperium é um engine Building diferentão: cada
baralho de civilização joga de uma forma
diferente, e foca em coisas
diferentes, e todos eles tem os
eventos históricos daquela civilização bem representados dentro de seus respectivos baralhos. Tem gente que chama ele de
Deckbuilding, mas sinceramente, você não tem
controle total sobre as cartas que
entrarão no seu baralho, então eu acho que tem
elementos de DB, mas não o
considero 100%.
Um dos jeitos de acabar com o jogo é acabar com o baralho de glória, e a carta Rei dos Reis dá um dos triggers de fim de jogo.
O jogo possui
vários critérios para término de jogo, e cada
civilização ou é forte em um deles, ou é
mais ou menos em dois deles, e isso
gera partidas bem diferentes umas das outras. Mas o mais
importante pra mim, eu
acredito que ele tenha a duração “certa” pro que ele se propõe. Ele te dá o
feeling de “desenvolvimento”, porque se você está jogando de
China, por exemplo, você pode
desenvolver partes diferentes da muralha, e todas elas te dão
efeitos diferentes. Também há a representação do caminho e
desenvolvimento que aquela civilização tomou.
No exemplo, a carta dos Romanos que diz qual é a habilidade deles, o que faz você ganhar pontos extras no fim do jogo (população). Algumas das cartas da primeira parte do jogo, e importante: depois que a Civ se torna desenvolvida, ela ganha a possibilidade de desenvolver coisas que você fez no passado. Como por exemplo, a cidade de Roma.
O jogo também possui as
figuras históricas de cada civilização, o que deixa o tema bem colado no jogo e na
carta principal da civilização, você consegue ter a noção do que ela
precisa fazer para fazer pontos extras no final de jogo – basicamente ela te dá o caminho do
foco da Civ.
Ele é
bem pegado na iconografia, mas ela é bem
simples. Nada que atrapalhe a imersão ou o entendimento. O que pega mesmo nesse jogo é
aquele esquema de jogo assimétrico padrão; existem Civs que
vão quebrar as regras básicas do jogo, mas aqui isso foi feito de forma
muito bem feita. Eu acho muito legal a
ideia implementada de cartas que só podem ser desenvolvidas quando a civilização ainda é bárbara, e depois que ela se
torna desenvolvida. Retrata bem o que aconteceu em
Roma, Egito e outras civilizações durante esses períodos distintos.
A caixa é pequena e ela vem com um insert funcional e que as cartas cabem com sleeve, o que é um plus.
A diferença das duas caixinhas que foram lançadas no Brasil é
bem simples; a caixa do
Imperium Classics basicamente te dá o jogo mais “vanilla”,
eu a recomendaria pra quem nunca jogou nenhum Tableau ou Engine Building, as raças são bem mais de fácil entendimento. A caixa do
Imperium Legends é mais
viagem,
tanto que tem até raças fantasiosas como Atlântida, Rei Arthur e sua corte, e as raças tem mecânicas beeeeeeeeeem diferentonas. Se for comprar uma só,
tenha isso em mente. Eu comprei as duas porque o
grupo pagou e nós é vida loca.
É muita carta gente. É literalmente só carta.
Eu recomendo Imperium pra você se você é aquele cara que gosta de jogo de Civilização, mas você não quer uma experiência rasa; tampouco tem tempo pra uma experiência 4x pesada como Clash ou TI.
Apesar de ele não ter todas as mecânicas que eu acho que um jogo de Civilização deveria ter (
não tem negociação aqui por exemplo), ele consegue fazer o suficiente pra ser tratado como um jogo que deveria ser
cogitado a compra.
Agora falando sobre uma raça que está presente nos dois jogos dessa resenha, vamos pro segundo jogo:
Teotihuacan é mais um jogo da
escola italiana de euros dominada pelo
Sr. Daniele Tascini (Criador dos
As Viagens de Marco Polo e
Marco Polo II: Ao Serviço do Khan,
Tzolk'in: O Calendário Maia,
Tekhenu: Obelisco do Sol, entre outros).
O jogo é simples; a ideia é que o jogo é um
rondel, e seus
3 dados são seus trabalhadores. Onde o dado que
você está movendo parar, você faz a
ação do local, e se tiver mais dados
de sua cor naquela área, você faz a
ação de forma melhorada.
Espaço de ação de construção da pirâmide; iconografia tranquila, mas fica massante e pode gerar AP por causa da quantidade de coisas.
E a complexidade do jogo está
toda em cima disso: além de se mover pra
melhorar a sua próxima ação, o seu
dado sobe um número a cada vez que ele é utilizado. E quando um dado
chega no 6, rola o que é chamado de “
ascenção”: aquele trabalhador faz o jogo correr mais rápido, movendo a trilha de
Eclipse e pode
escolher um dos bônus possíveis pro jogador.
E essa ideia de
fazer o jogo correr mais rápido ou menos dependendo de como os jogadores jogam suas ações é sinceramente uma das minhas partes preferidas desse jogo. Além de você ter que ficar ligado no que os seus oponentes
POSSIVELMENTE podem fazer, você tem que ficar de olho na trilha do
Eclipse (um dos critérios de fim do jogo), porque o jogo tem mais de uma
fase de pontuação. E o ideal é
pontuar legal em todas elas.
Além dos Eclipses, se a pirâmide for completada, o jogo termina também.
Equilíbrio aqui realmente é tudo.
Tudo aqui tem que ser muito
pensado e planejado a curto, médio e longo prazo, porque esse jogo
pune, e se você fizer ações erradas tu
paga bem caro.
As ações aqui vão de ajudar a desenvolver a
pirâmide de Teotihuacan, que é o elemento central desse jogo, como colocar
decalques (decorá-la), desenvolver o
cemitério deles,
coletar recursos (como qualquer eurão de respeito) e também há a possibilidade de
rezar nos templos menores e assim subir nas trilhas dos deuses assim ganhando mais recursos ou outros bônus.
Trilha dos templos (azul, vermelha e verde), cada uma com bônus bem diferentes.
O jogo também tem um elemento de
set collection que eu curto bastante;
as máscaras podem ser juntadas pra gerar uma pontuação extra no final.
São várias máscaras, e o negócio é tentar juntar a maior quantidade de máscaras diferentes.
Recomendo Teoti pra quem curte um euro de médio pra pesado, com muitas possibilidades e nuances, e fiquem ligado que ele realmente pode se
estender dependendo do seu amiguinho com AP que tu chamou pra jogar a primeira partida pra 4 (
isso foi bem específico né?).
Seja você um líder ou um ancestral, o ideal aqui é ficar de olho no que os seus oponentes estão fazendo. Se você der um deslize, o critério de vitória ou o turno/jogo já vai estar muito perto e pode ser tarde demais.
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Tudo nessa vida é equilíbrio, meus amigos.
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