Nunca fui fã dos filmes de alien (caralh0, tu é chatão, nunca gosta de nada nessa porr4), mas entendo que os filmes marcaram uma época e tem muita gente saudosista por aí que curte tanto os filmes, e que consome firme tudo que sai desse IP.
Tem muita gente que gosta desse cabeçudinho.
E com o
hype, somado a
nostalgia, e uma pitada de
componentes bonitos eu fui convidado a me juntar a uma mesa para jogar
Nemesis. Nemesis (
O nome só não é Alien: O Boardgame porque eles teriam que pagar a mais por isso) é um jogo
semi coop onde você acaba de acordar de um sono criogênico, encontra um
corpo dilacerado logo a frente dela e
sem memória (essa é a justificativa para as salas/setores da nave estarem virados pra baixo), vocês decidem
investigar o que caralh0s está acontecendo.
Essa é aquela hora que a gente diz "gg next".
O que cola esse jogo é o fato de que antes de começar você
recebe dois objetivos; o da
corporação e o pessoal. Objetivos esse que me lembram um pouco objetivos do
Ark Nova, pois tem um gatilho pra você descartar um e ficar com o outro. Nesse jogo é quando o
primeiro Alien aparece.
Eu gosto muito da assimetria dos personagens, todos eles são bem diferentes, mas eu não sei se dá pra jogar uma partida sem o
Soldado e o Mecânico. Na moral, eu acho eles
imprescindíveis pra qualquer estratégia.
Primeira vez que eu joguei foi de Capitão, mandar nos outros e eles não terem a opção de desobedecer é uma habilidade interessante.
Diferente do
Robinson Crusoé: Aventuras na Ilha Amaldiçoada que eu sinto que
todas as profissões são essenciais (motivo esse que faz eu preferir jogar ele só pra 4 jogadores inclusive), aqui eu acho a
piloto, a
batedora, o
capitão e o
cientista totalmente opcionais (
apesar de eu curtir eles e suas habilidades). Joguei esse jogo algumas vezes, e momento sincerão,
não sei se jogaria de novo. Mecanicamente eu até acho que ele
roda bem, mas eu não senti a
tensão e o tesão que esse tipo de jogo deveria trazer com ele na mesa.
Uma das partidas inclusive um amigo
falou: “
mano, meu objetivo é matar a rainha, ajuda aí”, e eu
falei, "beleza, bora". E na
moral?
Todo mundo na mesa gosta do cara. Porque eu não faria se eu já tô com meu objetivo completo?
Eu concordo que em
mesas mais maldosas, poderia acontecer de o cara estar
mentindo o objetivo dele pra ganhar, mas esse amigo meu, falou de um jeito que
literalmente todo mundo na mesa acreditou nele. E isso me faz pensar que esse jogo
de vez em quando acaba virando full coop (se você não estiver jogando com um objetivo de “elimine o jogador X”). Das vezes que eu joguei,
a maioria delas se estendeu dessa forma.
Cada classe tem um baralho de ações exclusivo, o que aumenta a assimetria do negócio.
Uma delas, eu fui o cara que dei o Twist; meu amigo tava de
cientista rodando pela nave sozinho (
o que nesse jogo não é aconselhável de forma alguma, ande sempre em pares), e falei pra ele, “
só libera aquela porta ali pra gente fazer X”, ele
acreditou em mim, e eu
travei ele. O jogo ainda me ajudou porque veio a
Rainha sozinha em cima dele, e com isso eu fiz o meu objetivo de matar o jogador 4.
Vish, pega a cadeira e sai rolando mané, deu ruim
Obviamente, foi engraçado,
mas eu acho que o diálogo dele tá mal colado com a mecânica. Poderia ser
melhor desenvolvido. Eu realmente sinto falta de um “
porquê que eu vou fazer X se Y é bem mais fácil e eu posso ajudar os outros?”, não me vem uma
justificativa digna. Só vem aquela “
pra ser fdp e rir do amiguinho”. E momento sincerão?
Eu prefiro rir com meu amiguinho, e não dele.
Recomendo Nemesis pra você que gosta de trairagem, curte roleplay (uma das partidas jogamos fazendo roleplay, e ficou MUITO LEGAL), não se importa de fazer inimizades gratuitas (de vez em quando) e se tu curte muito o tema Alien.
Jogo bonitão.
Em contraponto, gostaria de falar do
Dead of Winter: A Noite Sem Fim.
Dead of Winter é um jogo da Plaid Hat que saiu no Brasil há algum tempo e tudo o que saiu na gringa (tirando algumas cartas promocionais) acabou saindo por aqui. E esse aqui que vos fala, tem tudo do jogo (
inclusive, graças ao desemprego estou vendendo, quem quiser dar uma olhada vê aqui).
O jogo se trata de um semicooperativo onde você precisa fazer
sua colônia sobreviver ao inverno, enquanto enfrenta os perigos da sobrevivência num
mundo tomado por zumbis. Você escolhe um cenário pra jogar (tem muitos,
inclusive no seu verso tem o modo pqp f0de0 do mesmo cenário), sorteia seus
personagens iniciais, e um
objetivo para cada jogador.
Objetivos estes que podem ser normais, ou de traidor.
Tipos de carta de objetivo, pode ser normal ou de traidor.
Dead of Winter é o primeiro jogo da linha “Crossroads” (traduzido como “Jogo de Encruzilhadas”), (
Inclusive, o segundo jogo dessa linha já saiu e se chama Gen7: Uma Aventura de Encruzilhadas e ele está no Brasil também) onde a ideia é que quando um jogador vai
fazer uma ação o jogador depois dele vai estar com uma carta de evento em mãos checando se a ação do evento foi feita pelo jogador, e se ela foi, você
interrompe a ação dele (no meio dela) e lê a carta. Depois de resolvida ele volta a fazer seu turno normalmente.
Zumbi pra porr4!
Esse jogo, diferente do Nemesis,
me traz a sensação de que temos que ficar com medo, o
tempo todo. Você joga
desconfiando de todos. Você se preocupa com a rolagem de dados porque se sair “
dentinho”, morreu (
e eu já vi isso acontecendo como primeira ação de uma pessoa no turno). Se a moral da colônia
chega a 0, nós perdemos
imediatamente, e você tem que cumprir os pré requisitos dos eventos que aparecem todo o turno, além disso, você precisa ficar ligado pra
cumprir os seus objetivos pessoais (que em várias das vezes fica parecendo que
você tá traindo a mesa, e é aí que o jogo te pega),
assim como o objetivo da colônia.
O jogo base já tem bastante conteúdo por si só.
Dead of Winter: A Noite Sem Fim, adiciona vários módulos: Raxxon, que é nada mais nada menos que uma Umbrella da vida e fez um monte de experimentos muito loco (cria zumbis assimétricos e mais difíceis de matar), também adiciona um monte de arma scifi no jogo (umas bem roubadas).
Zumbis assimétricos, porque não?
Adiciona o módulo de
melhorias para a colônia, onde você pode utilizar recursos pra criar algumas coisas que facilitam sua vida como por exemplo, dormitórios, que dá um buff pro pessoal ou a estufa que dá umas comidinha todo turno.
Adiciona também o módulo de bandidos, onde eles tem um covil e ficam
atrapalhando a exploração do seu grupo nos diversos locais, e
entram em conflito com os jogadores muitas das vezes (quando joga com esse módulo sempre é full coop).
Tropa dos bandido pesadona pra te pegar.
Além de mais tudo que o jogo base tinha (
mais eventos, mais personagens, mais cartas de itens iniciais, etc.)
Já o
Dead of Winter: Colônias em Guerra, pega os componentes dos dois citados acima e faz a
guerra acontecer;
o jogo vira colônia A contra colônia B, e se você jogar em número de jogadores ímpar, você consegue adicionar o
Lobo Solitário, que pode ajudar alguma das colônias nos conflitos entre elas, porém,
pode ficar quietinho no seu canto também.
Joguei algumas vezes assim, e é bem divertido. Só não acredite na caixa;
ela diz de 5 a 11 jogadores, não faça isso com você mesmo. Joguei pra 7 e pra 9.
9 rola ok se todo mundo sabe jogar o base, pra
7 dá até pra explicar uma coisa ou outra pra um jogador novo, e não passe disso nunca. Aqui você sente na pele como é tentar sobreviver num mundo pós
apocalíptico guerreando contra outras pessoas que também querem o mesmo que você;
sobreviver.
Colônias em Guerra é bem diferente. Vale a experiência.
Eu recomendo Dead of Winter pra você que tá procurando um jogo de
zumbi que fuja do clássico (matei zumbi, ganhei XP),
que queira uma aventura imersiva e com objetivos sólidos sobre o que você em que fazer. Inclusive, Noite Sem Fim seria minha recomendação se você for comprar só um.
Fique de olho nos seus “aliados”; Zumbis e Aliens são previsíveis, quem tá em volta de você, não.
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