Eu não costumo gostar dos jogos do Uwe Rosenberg por um motivo muito simples (pelo menos fisicamente); acho que são muitos componentes pra pouca coisa.
Um cara ae que se amarra em se alimentar.
A maioria dos seus jogos são
megalomaníacos (quem duvida de minha pessoa, vai abrir a
caixa do Caverna: The Cave Farmers e você vai entender
exatamente do que eu tô falando.
Tem mais árvore ali do que a floresta amazônica), demoram
muito o setup, a limpeza e a manutenção de um turno pro outro tendem a ser
chatas porque é muita coisa pra mexer (pelo menos em seus maiores sucessos) a não ser se você já tem amigos acostumados com os jogos dele e vocês fazem um tipo de força-tarefa ("
fulano, coloca os recurso nos espaços, cicrano, limpa os alimentos utilizados, fulana, limpa a fileira de cartas" -
é f0d4).
Pelamordedeus pra quê isso tudo
E além disso, ele tem o
grande defeito de chamar o
Klemenz Franz pra fazer a arte de vários de seus jogos (
isso já chega a ser falha no caráter xD).
Porém, as regras são normalmente de
boa absorção, os componentes
são de qualidade e ele tende a fazer muito sucesso em um
nicho familiar por usar temas leves e emprega-los de uma forma conveniente e em sua grande parte, divertida.
Eu já joguei bastante coisa dele, mas eu quero falar aqui do que eu
considero ser seu melhor jogo.
Um Banquete a Odin é um jogo
megalomaníaco (
pra manter o padrão de seus jogos),
muitos componentes, muitas ações, o que acaba fazendo com que as pessoas fiquem
meio perdidas. Você bate o olho no seu tabuleiro de jogador e fica: “
pqp, quanto ponto negativo, por onde eu começo”, mas ele
funciona (
Isso se você der tempo e espaço pra ele crescer dentro de ti).
Na moral, esse cara curte ocupar uma mesa.
Apesar de ter
trocentas ações diferentes (sinceramente eu acho que é o jogo que tem
mais ações que eu já joguei), eu curto o esquema de “
se eu usar trabalhadores a mais eu melhoro essa ação aqui". No fim, ele acaba sendo um jogo relativamente simples em sua mecânica, o que pega mesmo é a
escolha de ações e onde
utilizar os componentes que você vai adquirindo.
Tem
muito de quebra-cabeça nesse jogo; você instintivamente vai querer acabar com os
pontos negativos, encaixando as peças que você vai adquirindo de um jeito otimizado, porém,
isso não faz com que você pontue, e é aqui que o jogo te pega.
Bota esses viking pra trabaiá!
Você pode sim ir atrás de várias soluções para os problemas que você tem no jogo,
e pode ser caçando, saqueando, criando manufatura com o que você coletou, construindo barcos, imigrando e criando gado (E é claro que tem alimentação da povaiada, senão não seria um jogo do Uwe). E ele brilha
muito nisso;
a trajetória que você escolhe muda drasticamente o seu jogo em comparativo com os outros. É muito interessante você ver como cada um lida com o
mesmo pepino, e todo mundo acha
soluções diferentes (
pelo menos tentam).
Na moral mesmo, é muita coisa.
Os três baralhos de cartas que vem com o jogo dão habilidades
totalmente diferentes uma das outras e ajudam a
manter o jogo fresco.
Tem
muita carta mesmo nesses baralhos, e ponto pra ele por ter criado
3 livros com o jogo;
o manual (que explica as regras muito bem),
o guia de referências (que explica literalmente todas as cartas do jogo, não tem como jogar sem esse do lado),
e o livro de “história”, que é literalmente um livro explicando tudo
sobre os vikings, os povos nórdicos e quase uma argumentação justificando o porquê aquele componente estar ali.
Algumas das muitas cartas que o jogo possui.
Banquete
tem os seus problemas, mas o que ele entrega é uma experiência única dentro dos outros jogos de
alocação de trabalhadores. E por ser diferentão, acaba se tornando
uma gema. Seja em comparativo com as outras obras do
Uwe, ou com outras obras de alocação de trabalhadores como mecânica principal.
Recomendo se vocês gostam de
queimar a mufa, roda
muito bem de 2 a 4. Pode confiar que tem
muito jogo nessa caixa, e ele foge do óbvio do tema viking que é
porradaria pra todo lado. A sua arte não é linda, mas
também não compromete, e eu não recomendo praqueles que têm muito
AP. Aqui é um poço de exaustão se você jogar esse jogo com uns
2 que demoram muito pra se decidir. E se você é que nem eu e
não curte a canseira da manutenção dos jogos do Uwe,
joga no TTS que lá tá tudo
scriptado, e com
1 botão o jogo faz toda a fase de limpeza e manutenção.
Salve pra todos os preguiçosos aí.
No contraponto, gostaria de falar do
Lords of Waterdeep. Como já cheguei a comentar em outro post meu, todos os jogos competitivos com o
tema D&D são bem feitos,
e ainda vou conseguir ter todos um dia (
Dungeons & Dragons: Assault of the Giants tô falando de você).
Cidade com um pouquinho de treta em seus muros.
E
Lords of Waterdeep é
fenomenal em todos os aspectos. Ele é um jogo de alocação de trabalhadores
genuinamente muito simples. Cada jogador controla uma das várias facções existentes da metrópole de Waterdeep (
uma das maiores cidades de Forgotten Realms), e recebem um lorde que basicamente vai te dar pontos de
vitória de bônus de final de jogo baseado em algum dos critérios do jogo (normalmente tipos de missões diferentes).
LoW tunado com pecinhas de acrílico no lugar dos cubinho de madeira topzera
Seus trabalhadores aqui são
agentes que trabalham para a sua facção, e com eles você
recruta guerreiros, ladinos, clérigos e magos para resolver as missões que aparecem na taverna. Missões estas
entupidas de lore e referências a D&D.
Aqui você pode
criar novas construções (aka novos locais para alocar os seus agentes (
e seus oponentes também podem ir lá)), jogar
cartas de intriga (cartas de ação com um pouco de
take that, algumas dão
recursos, e algumas são
missões mandatórias, onde o seu oponente é obrigado a resolver aquele “problema” antes de
qualquer outra missão).
Quando você entrega uma das missões concluída, você
recebe imediatamente suas recompensas, que podem ser várias; desde
pontos de vitória pra cacet3,
dinheiro, novos
aventureiros ou até uma nova
habilidade.
Como essa que te permite colocar um agente em um local já ocupado.
Esse jogo sinceramente é um dos
melhores jogos de alocação já feitos, e serve de porta de entrada como uma luva. Já cansei de introduzir gente no
hobby jogando esse jogo como
primeiro jogo de alocação (Ele e o
Stone Age,
adivinha qual ainda tá na coleção). Eu
não faço ideia porque esse jogo ainda não está no Brasil,
porque ele seria um sucesso absoluto por aqui.
Eu recomendo esse jogo pra todos.
“Sério Bomba?”
Sim, chama avô, avó, papagaio, filho, prima. Se é adolescente pra cima joga tranquilo que vai dar bom. A sua arte é
chamativa, a sua caixa é
bonita (apesar de frágil), seus componentes são
bons. O jogo tem alguns
ataques, o que causam uma
interação na dose certa, o que é bom também levando-se em consideração que
existem muito mais euros do estilo multiplayer “solo” do que o contrário.
O que tem de ruim aqui é,
nunca jogue pra 5, fica zoadinho demais o jogo (
pelo menos sem a expansão), principalmente no seu primeiro turno. E tome muito
cuidado com a caixa dele porque realmente é
frágil e danifica à toa.
Caixa bonita porém ordináááária...
Eu normalmente nem cito as
expansões, mas aqui eu me vejo na
obrigação; se você tiver condições,
sempre jogue com a Lords of Waterdeep: Scoundrels of Skullport. Essa expansão melhora o jogo
200%. A mecânica de você ir para locais que dão
recursos a mais mas também ganha corrupção (que é literalmente um
mercado flutuante de ponto negativo), era uma inovação na época, e até hoje ela funciona
muitíssimo bem.
Use sempre o módulo das cartinha com
caveirinha no canto. O outro (Undermountain),
você pode ignorar completamente (Eu até pego as quests de 40 pontos e adiciono no baralho de vez em quando,
mas é só).
Seja você um viking ou um lorde, fique sempre ligado pra onde você vai enviar os seus comandados; aqui a boa é tentar casar a alocação com atrasar os adversários ao mesmo tempo.
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