Duna: Imperium pra mim é o melhor jogo que conheci em 2021.
Ele consegue utilizar alocação de trabalhadores, deckbuilding, assimetria entre os líderes e controle de área com maestria e equilíbrio. Apesar de pegar uma ideia que já tinha sido utilizada em outro jogo (alô Arctic Scavengers), ele pega ela e melhora, o que deveria ser regra pra qualquer um que quer copiar alguma coisa.
O tema é muito presente, seja nos líderes ou cartas (os poderes e o que cada uma delas faz), e eu gosto muito desse esquema de cartas que servem pra mais de uma coisa ao mesmo tempo.
Tabuleiro mega limpo, bem definido e com tudo muito claro.
O jogo tem
duas fases onde você consegue utilizar as suas cartas, ou você
guarda elas pro fim do seu turno (fase de revelar e
resolver o conflito nas areias de Duna) ou
você usa elas para enviar seus emissários para os diversos locais presentes no jogo. Outra coisa que eu curto é que fugindo da vertente “quem faz mais pontos ganha o jogo”, o Dune Imperium é simples,
quem fizer 10 primeiro ativa o último turno, o que leva cada ponto a ser muito
disputado do início ao fim.
E aqui você pode
fazer pontos com algumas cartas, criando influência com alguma das quatro facções presentes (
Bene Geserit, Imperador, Fremen ou Spacing Guild), com
cartas de ação para serem reveladas ao fim do jogo (
que nesse jogo tem outro nome que eu esqueci) e
com o conflito que rola ao final de todo turno (que é basicamente um baralho de eventos que dita o outro método de terminar a partida). E isso dá uma dinâmica muito interessante pro jogo, pois
em uma partida pode aparecer trocentos pontos de conquista por combate, enquanto pode rolar jogo que não apareça nenhum, então você não pode ficar contando com o ovo na cloaca da galinha; você tem que se adaptar a partida ou você vai ficar pra trás.
Caixa do jogo (versão retail).
A influência com os
Fremen dá acesso a algumas localidades diferentes do planeta, e
facilidade em coletar água; Com as
Bene, você compra muitas
cartas de ação e consegue roubar algumas dos amiguinhos (de vez em quando); com o
Imperador, você consegue
gerar um bocado de dinheiro extra que vem a calhar nesse jogo (porque todo mundo começa com pouquíssimos recursos, e o primeiro turno é sofrido); e com a
Spacing Guild você tem acesso a qualquer espaço do tabuleiro, e consegue recrutar soldados loucamente.
Sem contar que como se trata de um deckbuilding,
o baralho tem um monte de cartas que interagem com as facções, então se você foca uma, é bem capaz de você fazer uns combos muito interessantes. Nele, a caixa não é mentirosa, porém, eu sinceramente recomendo que você jogue ele para 3 ou para 4 pessoas; ele brilha muito mais com mais gente a mesa (assim como 90% dos jogos de controle de área).
Sinceramente, eu pensei, pensei e pensei muito sobre o que falar mal desse jogo e eu não consigo ver problemas nele. Mecanicamente tudo encaixa, o tema é presente e a arte é muito bonita (
utilizaram as imagens do filme, só que desenhadas).
A wild Timothée Chalamet, Zendaya and Dave Bautista appears!
A única ressalva que eu tenho pra fazer não é sobre o jogo em si, mas sim sobre o
Paul Dennen. Irmão,
a gente sabe que você sabe fazer deckbuilding. Você fez o
Clank!: Um Deck Building de Aventura, você fez o
Clank! In! Space!: A Deck-Building Adventure, você fez o
Clank! Legacy: Acquisitions Incorporated, você fez
Eternal: Chronicles of the Throne (esse aqui não é muito famoso).
Mas talvez seja a hora de você trocar um pouco de repertório?
Novas ideias?
Por mais que o jogo seja bom, fica me parecendo que
você só sabe fazer uma coisa e se mantém dentro daquela caixinha.
Enfim, se você curte o tema Dune, eu acho bem difícil você deixar esse aqui pra trás, eu já tô contando minhas moedinhas pra comprar a minha cópia edição da Calango.
Tiranos da Umbreterna é provavelmente meu jogo favorito de todos os que levam a cara do D&D.
Ele tem o tema
Forgotten Realms muito presente, e representa muito bem a
Umbraeterna, território dos Drows onde todos são devotos da deusa
Lolth. E com a combinação
deckbuilding, controle de área (e muita filha da p0t4g3m),
tema D&D em literalmente todos os componentes (e haja
lore nas cartinhas), você toma o controle de uma das
quatro famílias mais influentes desse mundo, e luta pelo controle das
cidades principais e
territórios importantes.
Tropas (tretas) pra todo lado.
Aqui o jogo não é definido por um baralho de eventos (que dita o ritmo no Dune Imperium), mas sim pelo literal baralho de compra.
O jogo básico do Tiranos vem com o baralho dos
Drows, dos
Dragões, dos
Elementais e dos
Demônios; você combina 2 desses,
criando assim o baralho daquela partida em específico, e com isso a partida é iniciada. E com várias combinações diferentes (
a minha preferida sendo Elementais e Drows), o jogo começa e como no
Ticket to Ride, ele termina quando as
unidades de vagão tropa de um jogador estiverem ao fim. E o outro jeito dele acabar é
acabando o baralho de compra.
Aqui o jogo é
bem mais aberto, pois a pontuação é bem diferenciada, e dá muito bem pra você fazer um pouquinho de cada ou focar completamente em um dos meios de se fazer pontos e ignorar os outros (apesar de ser difícil, pois deckbuilding preza muito por adaptabilidade, se parar de aparecer as cartas que você precisa, o que você faz?).
Partida rolando com os baralhos dos elementais e dos demônios.
A pontuação aqui é definida pelo controle e controle total dos territórios que você possuir ao final do jogo,
marcadores de ponto de vitória dados pelo controle total das cidades grandes,
cada tropa de inimigo neutro ou jogador que você eliminou na partida,
seu baralho de cartas no fim, e as cartas que você promoveu para o conselho da sua família (mecânica de remoção de cartas do baralho). E vou lhes dizer que tudo isso aqui junto dá um
jogaço, e ele permite muito bem até
jogadores que não são muito fãs de controle de área vencerem a partida sem ter muitos territórios (
salve praqueles que vê os amiguinho se espancando e fica fazendo ponto quietinho no seu canto).
Diferente do Dune Imperium e da grande maioria dos jogos de controle de área,
o Tiranos pode sim ser jogado pra 2 e se criam partidas muito interessantes. Eu recomendo ele para qualquer número de jogadores de 2 a 4 (
mas ainda prefiro pra 4).
O que eu tenho pra dizer de ruim do Tiranos é somente
uma coisa.
É tudo muito roxo e muito escuro.
A caixa já te dá exata noção das cores dos componentes que você vai ver dentro dela.
O que pode atrapalhar a visão de algumas peças (
um dos jogadores pode usar peças pretas e as azuis são muito escuras também) e todo o entorno das cartas, tokens, tabuleiro individual, caixa do jogo e até o tabuleiro principal é
roxo. Eu não sei se é simplesmente a cor favorita do
Peter Lee, mas
eu não consigo entender o motivo por traz dessa decisão de design.
Talvez foi uma reverência a arte original de Menzoberranzan talvez?
Enfim, seja você um cultista de
Lolth, ou somente um
Atraedes coletando
spice em
Duna; o que importa é
(esmagar seus oponentes) se divertir.
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Tudo nessa vida é equilíbrio, meus amigos.
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