Dune é um jogo de tabuleiro que possui 40 anos.
Isso mesmo meu amigo; essa edição de 2019, é nada mais nada menos que uma edição comemorativa da primeira edição daquele mesmo jogo.
Dune pode ser considerado facilmente o "pai dos assimétricos".
Dune em sua mais nova edição.
Onde os Atraedes são os únicos que conseguem ver qual o nome das cartas que estão sendo leiloadas;
Os Fremen conseguem se mover pelo mapa pegando carona nos vermes gigantes, enquanto todo o resto é destruído pelos ataques das mesmas;
Os Harkonnen são fortes em combate, tendo mais cartas de traidores que os outros no início do jogo, e sempre conseguindo comprar outras;
O Imperador com suas unidades de soldados de elite que batem com tanta força que parece uma tijolada, e gerando dinheiro porque... Hm... Ele é o Imperador?;
Spacing Guild com muita facilidade de locomoção no mapa e deploy, e podendo vender seus serviços para os outros;
E as Bene Gesserit que podem ser peças importantes nos combates na mesa, assim como podem ficar de fora deles, e pior(ou melhor), com um poder de predileção, onde você adivinha em qual turno o jogo vai acabar. Se você acertar, você vence o jogo.
Um salve pra todo mundo que já conseguiu ganhar desse jeito (tô nesse bolo).
Tudo isso que eu citei acima acaba dando um
dinamismo pro jogo que é simplesmente único.
Nada que você jogar vai ser parecido com Dune. Nem mesmo os outros jogos com a mesma temática (
Duna: Imperium,
Duna: Traição, entre outros).
O objetivo é extremamente simples; você tem que manter o controle de 3 fortalezas ao final de uma rodada, se conseguir, vence o jogo. Se você fizer uma aliança, 4 fortalezas, se você fizer uma aliança com outras duas raças, todas as fortalezas.
E com essa premissa, o jogo existe e resiste até hoje. Muita negociação, traição, regras relativamente simples, e uma mecânica mega redonda ele se mantém com fãs mundo afora, e podemos afirmar que Peter Olotka, Jack Kittredge e Bill Eberle serão lembrados até o fim de seus dias por essa obra-prima.
Um salve pro Duna antigo.
Me diz, quantos jogos vocês conhecem que tem 40 e poucos anos que não revisariam regras pesadamente durante esse período?
Dune (2019 Edition) é praticamente intocado; o
jogo é o mesmo, com outra roupagem e componentes premium,
do jeito que o jogo merecia. O nível de assimetria e combos que podem ser feitos se tornando aliado de facções diferentes aqui permitem combinações divertidíssimas e situações únicas
daquele jeito épico que alguns jogos proporcionam.
É muito fácil você ficar relembrando a partida de Dune que você jogou há dois meses atrás, porque esse jogo é um evento e é pra ser lembrado como tal.
Mas nem tudo é spice,
E o que eu tenho pra falar de ruim desse jogo é simples; o jogo não roda bem com menos do que 6 pessoas. Em outra situação de caixa mentirosa, 2-6 é o car4lh0.
Não gostamos de caixas mentirosas por aqui.
Então, numa mentalidade meio
Twilight Imperium (Quarta Edição),
você precisa sim de um grupo grande pra esse jogo se
transformar na maravilha que ele é. O que quebra o jogo não é combinação de facções, não é você jogar com X ou Y,
mas sim você jogar com menos pessoas.
Na caixa do jogo deveria estar dizendo jogo para 6 jogadores, e quando você tira as mecânicas que as raças trazem pra mesa com um número menor de jogadores, o jogo claramente fica capado. Tem gente que fala que pra 5 até rola, eu sinceramente achei horroroso, o jogo perde tanto, mas tanto do seu potencial a cada raça que não está em jogo, que simplesmente nem vale colocar na mesa.
Não comentarei sobre a expansão, pois eu acho o jogo extremamente redondo do jeito que ele é, e adicionar mais raças aqui me parece uma tentativa de monetizar em cima da fama do filme recente, e nada mais além disso. Quem tiver jogado com elas bota seu relato aí.
Seguindo. Na sequência dos assimétricos que rolaram durante os anos, nós tivemos alguns que foram muito inspirados no Dune.
E aqui eu falarei um pouco sobre
Root.
Tiro, porrada e bomba.
O Root por mais que tenha essa arte de bichinhos fofinhos da floresta, ele tem um ar de "tema muito mais pesado do que ele parece", pois se tratando de bichinhos bonitinhos, ele ameniza o tema de guerra que é presente no jogo.
Assim como no Dune, o Root preza por cada raça jogar de forma extremamente diferente da outra, e fazer pontos de modos totalmente diferente dos outros. E aqui que está sua força; cada raça parece um jogo diferente de tão assimétrico que ele se torna, e tudo se junta com maestria no final, dando um jogo bem legal e com mecânicas variadas ligadas as raças que ali existem.
Aqui a Leder Games caprichou, a arte é muito bonita e quando você entende uma raça, fica relativamente simples entender as outras. A clareza do tabuleiro individual da raça é muito tranquila e de fácil entendimento, por mais que a primeira partida possa se alongar, fica muito simples nas próximas. O que pega mesmo pra mim é o sistema de monetização deles.
Esse negócio de a cada 2 anos lançar 2 raças novas me incomoda muito.
Mais uma caixa com mais raça dentro...
Me dá a impressão de que o jogo está incompleto, e que pra passar por cima disso eles acabam criando mais pra ser o novo foco e desvirtuar os problemas do jogo. (ou posso estar somente sendo um estúpido overthinking uma parada que é simplesmente capitalismo puro e simples)
O jogo também roda muito bem de 3 até 5 jogadores (jogo base é só de 2-4), pra 6 eu acho muito, fica muito demorado os turnos. Definitivamente não recomendo jogar pra 5 ou 6 se tiver alguém que nunca jogou na partida.
O pior defeito do jogo definitivamente é todo mundo conseguir ver como está sua pontuação. Se esse jogo tivesse pontuação escondida ele seria tão, mas tão melhor.
Os jogadores teriam que depender de timing e experiência pra saber que os outros estão perto de bater o jogo, do jeito que é hoje acaba mudando o meta do jogo demais; Se eu sei que os Gatos estão perto de bater, todo mundo no turno anterior a ele vai só espancar todas as suas construções na mesa.
E isso funciona literalmente contra qualquer raça.
Um salve pra versão digital, muito bem feita e muito bonita.
Se você está perto de bater vai rolar um Kingslaying violento, e é mais do que normal aquele cara que tava em segundo o jogo todo bater o jogo simplesmente porque todo mundo espancou o primeiro, e o próximo a ganhar foi lá e fechou o jogo.
Então, por mais que eu goste de Root e ache o jogo interessante (inclusive o jogo que estou desenvolvendo se baseia em grande parte nele) raramente eu jogo ele, simplesmente porque eu sei que a receita de bolo vai ser a mesma.
E com essa afirmação eu pergunto a vocês:
"Qual é a definição de insanidade"?
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Errei algum fato? Manda PM.
Quer mandar elogio ou crítica sincera? Tmj.
Quer me dar um tema pro próximo? Manda PM.
Quer me ofender? Vai tomar de volta.
Considere seguir o #canalversus!
Tudo nessa vida é equilíbrio, meus amigos.
#terçou