Apesar de entender bem o tipo de jogo que gosto de jogar e o que gostaria de jogar, toda vez que começo a pensar no próximo jogo, é um tanto quanto abstrato na minha cabeça qual novo jogo deveria entrar para a minha coleção.
São tantos jogos de tabuleiro desejáveis sendo lançados atualmente que acabamos divididos sobre quais jogos adquirir, pensar sobre o próximo jogo da nossa coleção até pode parecer fácil devido a quantidade de opções, mas é justamente aí que está um dos maiores problemas, pois muita das vezes ficamos perdidos avaliando qual jogo comprar, afinal a quantidade de títulos aumenta significativamente o tempo gasto pesquisando e entendendo sobre os jogos que despertam nosso interesse e merecem um espaço na nossa coleção.
Embora pensar no próximo jogo não esteja diretamente ligado aos novos jogos disponíveis no mercado, frisar esse fator mercadológico nos faz refletir sobre o reflexo negativo que a diversidade pode causar na gente. É um efeito similar ao causado pelos streamings de vídeo, são diversas opções para assistir, e isso nos deixa pensativos demais sobre o que ver a seguir. — No nosso caso, comprar.
Tomar uma decisão diante tantas opções está longe de ser uma tarefa fácil, por isso é importante elaborar alguns requisitos baseados nas suas particularidades, assim a decisão sobre o próximo jogo será menos “traumática”. Para fazer esse tipo de escolha, em algumas tabelas simples organizo algumas métricas básicas:
Nivelo meu grau de desejo e descrevo algumas características de cada desejo:
Desejo | Descrição |
1 – Baixo | Até quero jogar, mas não me sinto ansioso |
2 – Médio | Quero jogar, mas posso esperar uma promoção, por exemplo |
3 – Alto | Quero muito jogar! Faça chuva ou faça sol… |
Avalio a minha situação financeira, então defino alguns valores para investimento:
Investimento | Quanto |
1 – Baixo | Até R$ 300 |
2 – Médio | Até R$ 600 |
3 – Alto | Até R$ 1.200 |
Enfim, agora organizo os jogos dentro dos níveis de desejo para chegar em um resultado racional do meu interesse:
Nome do jogo | Desejo | Valor |
1 – Gloomhaven | Alto | ~1.300 |
2 – Ruinas Perdidas de Arnak | Alto | ~ 530 |
3 – Fort | Alto | ~ 250 |
4 – Cartógrafos | Alto | ~ 150 |
Observando a tabela, quatro títulos tem desejo alto, porém o investimento atual é médio, então como um dos jogos da tabela custa ~530, podemos dar como decidido nosso próximo jogo: Ruinas Perdidas de Arnak. Indo mais além, em uma situação que um jogo de prioridade alta custe ~150, e outro de mesma prioridade custe ~250, podemos optar por 2 jogos de desejo alto.
Muitos de nós estamos condicionados ao filtro mais básico de todos: preço, por isso é um fator determinante quando queremos adquirir um próximo jogo. A tabela acima é um determinante de nível racional, ainda há determinante irracional. O determinante irracional geralmente é aquele baseado em sentimento ou mesmo ansiedade. Há momentos que simplesmente adquirimos um jogo, passe ele por alguns filtros particulares ou não.
Já decidi meu próximo jogo por desejo e investimento como exemplificado, e mesmo assim acabei comprando algum jogo fora do contexto definido apenas por acreditar ser o certo a se fazer. Acabamos sujeitos há diversas variáveis e não existe formula mágica. O que eu faço hoje para entender qual próximo jogo comprar é me forçar a seguir uma regra própria básica dentro da minha realidade. Se a gente não criar algumas regras, realmente acaba comprando de tudo a todo momento.
Ainda tenho um caminho a percorrer quando se trata de adquisição de jogos de tabuleiro, mesmo com algumas proteções vez ou outra acabo esquecendo das próprias regras e comprando algum jogo por conta de alguma circunstância momentânea. Dia desses estava em um café durante uma viagem, apareceu uma promoção daquelas difícil de resistir e comprei meu Gloomhaven. Não tinha nem investimento baixo “autorizado”, pagar um preço levemente reduzido por algo que eu queria muito acabou se tornando uma oportunidade imperdível naquele momento.
Acredito na escolha do próximo jogo de tabuleiro como um evento, afinal estamos falando da nossa próxima fonte de entretenimento de mesa, quem não fica empolgado, não é mesmo?… fazer escolhas cada vez mais conscientes torna nossos sentimentos pelos jogos mais saudável e duradouro. Algumas vezes a gente vai seguir à risca nossas próprias regras, outras nem tanto, só não podemos esquecer de colocar o pé no chão quanto as nossas decisões sobre o que vem depois.
Mas e você, como decide seu próximo jogo de tabuleiro?
Dê uma força! 