metelo::Confesso que acho engracado o quanto usam investir, para comprar um produto para ser consumido, que com raras excessoes so desvaloriza. Claro que quem compra com desconto para revender e nao jogar, ai com certeza usar investimento e justificado, apesar de ter coisas melhores para investir que boardgames (Jaces e Dual lands de Mtg).
jandeilson:: Entendo sua perspectiva, mas penso um pouco diferente quanto ao seu receio do uso da palavra "investimento". No meu caso, vejo como investimento tudo aquilo que de algum modo traz algo positivo para mim. Estou ciente da fator financeiro que engloba investimento, mas isso não me limita seu uso para tal finalidade. Quando digo investimento em contextos tipo jogos de tabuleiro, estou expressando o quanto aquilo é especial para mim. Da mesma forma que classifico um novo jogo de tabuleiro como investimento, isso vale também para todas as outras mídias de entretenimento que requerem um valor monetário para serem consumidas, assim como viagens, que de algum modo melhoram a minha vida, afinal experiências são enriquecedoras. Nem todo retorno precisa ser financeiro, e quando ligo investimento aos jogos de tabuleiro, penso sobre isso.
Caros Metelo e Jandeilson
Em primeiro lugar obrigado Jandeilson pelas palavras. Fico feliz que você tenha entendido e apreciado o meu ponto de vista. Em relação a questão da noção de jogo enquanto investimento, eu acho que tanto você Jandeilson, quanto você Metelo, estão corretos, e abordam apenas duas perspectivas diferentes dos jogos.
Realmente algumas pessoas no hobby encaram o board game como investimento financeiro, até para poder auxiliar o financiamento da compra de seus próprios jogos. É inegável que muita gente ganhou dinheiro com o Gloomhaven, comprando por R$ 800,00 e vendendo por R$ 1.300,00. O problema é que nem sempre isso dá certo. Quem tentou fazer a mesma coisa com o Nemesis ou com o Descent: Lendas da Escuridão acredito que tenha pedido dinheiro, porque esses jogos não tiveram o mesmo desempenho de vendas do Gloomhaven. Nesse aspecto eu acho que o Metelo tem razão.
Do mesmo modo, acho que o Jandeilson também tem razão quando diz que o board game é um investimento em si mesmo, na medida em que o jogo é uma fonte de prazer para cada um. Nesse aspecto entra o valor subjetivo de cada jogo. Conforme eu disse, hoje em dia eu não tenho mais pique de gastar 10 horas em uma partida de Twilight Imperium, quando nesse mesmo tempo eu posso jogar diversos outros jogos. Da mesma forma, eu não me vejo hoje em dia gastando semanas para completar toda a campanha do Gloomhaven, quando eu poderia jogar muito mais jogos nesse tempo. Vejam que eu escolhi como exemplo, dois jogos com uma extensa base de fãs, e que eu sou o primeiro a reconhecer a excelência de todos os dois jogos. Eles só não servem para mim especificamente, mas cabem com uma luva para uma infinidade de outras pessoas.
Por isso, eu acho que atualmente, logo abaixo do preço, que para mim ainda é o fator determinante para grande maioria das pessoas do hobby, devem vir as questões se o jogo vai ver mesa, ou seja, se você vai ter com quem jogar, como também se já não há na sua coleção algum jogo que seja similar ao que se pretende comprar. É aquela velha história, se você compra um jogo caro, mais que vai jogar o tempo todo, na verdade esse jogo acaba ficando barato, pelo tanto que se aproveitou. Por outro lado se a pessoa compra um jogo barato, mais que nunca joga, na verdade ele acaba saindo mais caro que o primeiro caso. Só para dar um exemplo, no caso dos jogos família, eu comprei o "Ilha Proibida" por menos de um terço do que me custou o "Ticket to Ride", porém o TTR se tornou o jogo preferido dos encontros familiares, tendo sido jogado diversas vezes, enquanto que o "Ilha Proibida" apesar de te sido muito mais barato, e de gostar bastante desse jogo, só consegui jogar umas duas ou três vezes. Eu acho que esses fatores são os principais a se levar em consideração na hora de escolher um jogo.
Por fim, logo que uma pessoa ingressa no hobby é natural que ela queira comprar tudo que é jogo lançado, até para poder recuperar o tempo perdido, bem com para compensar os eventuais jogos esgotados, aos quais ela não tem acesso, sobre os quais todo mundo fala, e que atingem preços astronômicos no mercado de usados. Com o passar do tempo, com o amadurecimento e o maior entendimento sobe o mercado de board games, bem como com o crescimento das coleções, as pessoas tendem a se tornarem mais conscientes e mais seletivas nas novas aquisições.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio