Manual é a alma do negócio, mesmo!
Normalmente, eu acabo conhecendo um jogo através de resenhas em texto e vídeos. Pouca gente fala dos manuais. Então, se eu fico interessado no jogo, vou logo ver o manual e entender as regras. Não leio tudo, a menos que eu vá jogar online ou em algum lugar.
Isso, eu aprendi com o tempo. Dead Men Tell No Tales foi um dos primeiros jogos que adquiri e lembro perfeitamente a minha decepção com o manual completamente inútil por falta de texto, mal diagramado, etc. Como confiar num texto cuja primeira página te deixa a ver navios? (ba-dum-tss) Foi desse jeito que eu descobri que se deve ler o manual em inglês, também.
Mesmo assim, o melhor é ler o manual da língua original. Lembro de eu ter pesquisado uma dúvida de regras do Power Grid: Versão Energizada. A versão PTBR foi traduzida da inglesa que, por sua vez, foi traduzida do alemão. No manual original, o ponto estava muito bem esclarecido, enquanto que, em inglês, estava dúbio. Por azar, em português ficou esquisito também.
Pra mim, os manuais da Fantasy Flight são os mais estressantes. Não bastasse serem dois, ainda precisam de FAQs. Mesmo assim, fica uma bagunça. Para jogos pesados (em volume de detalhes de regras), eu faço resumos, unindo as regras principais aos detalhes que ficam espalhados pelos manuais e FAQs (e de tópicos do BGG e Ludopedia). Assim, em vez de revisitar 30 páginas, eu vejo umas 6 ou 7.
As editoras lançarem manuais antecipadamente é bacana. Mas será que funciona para deixar o manual azeitado? Vejo o Brazil: Imperial, por exemplo. Seu manual foi disponibilizado na época da pré-venda (8 meses antes), eu li e vi vários pontos a melhorar. Mesmo assim, após o seu lançamento, tem uma chuva de tópicos de dúvidas de regras aqui na Ludopedia.
Manual bom é aquele que diz o que fazer objetivamente e ordenadamente. Por exemplo, o Blackout: Hong Kong (já que citaram o Pfister aí acima): o passo a passo está organizado e não tem rodeios para dizer o que fazer. Tigris & Euphrates é outro que está muito bem elaborado, ótimos tópicos e ilustrações explicativas. Twilight Struggle também está no jeito: a parte histórica está toda separada do que importa e tem, inclusive, um exemplo de partida "profissional".
Por fim, eu não deixo de jogar por causa de um manual ruim. Normalmente, eu me empenho em sanar as dúvidas se acredito que o jogo vá divertir. Por isso que os fóruns de jogos de tabuleiro são tão importantes.