Por King Pear
Fonte: https://www.boardgamegeek.com/thread/1436008/helvetia-review-piece-interactive-philosophy-demon
Helvetia é um pedaço de filosofia interativa que demonstra a irrelevância de uma linhagem genética quando confrontado com as forças de formação da identidade de uma cultura, através do único meio artístico que pode realmente transmitir essa mensagem, um jogo de colocação de trabalhadores.
Alegoricamente,
Helvetia é a personificação feminina nacional da Suíça - normalmente retratada em um vestido esvoaçante, com uma lança e um escudo adornado com a bandeira suíça.
Ou, como o Google Image Search acredita que seja uma descrição mais apropriada para a idade moderna:
A imigração é uma questão controversa na Suíça. A imigração foi controlada em fevereiro de 2014 através de uma imposição de quotas, em violação as regras técnicas da União Europeia sobre a liberdade de circulação, apesar de um referendo de novembro 2014 tentar reduzir o número total de imigrantes autorizados por ano de 80.000 para 16.000, que foi rejeitado por 75% dos eleitores.
Ativistas anti-imigração têm feito freqüentemente controversos anúncios sutis a imprensa internacional, tais como:
Para entender por que a Suíça tem uma relação mais problemática com a imigração do que a maioria dos países, é necessário examinar sua política econômica.
Helvetia capta habilmente você nesse microcosmo.
Você começa a assumir a gestão de uma pequena vila suíça.
A economia suíça opera em um sistema hierárquico de produção. Por exemplo, um local pode produzir água. Um segundo local usará água para produzir cabras. E um terceiro local produzirá a lã das cabras.
O sistema econômico suíço em ação.
O gargalo de produção é a narcolepsia. Na Suíça, a narcolepsia é uma forte característica hereditária. Assim, depois de um árduo dia de trabalho produzindo recursos, tais como tijolos, água, cabras ou sinos, os cidadãos da Suíça tendem a cair no sono reparador profundo de um membro produtivo da sociedade, reconhecendo que seu trabalho está feito.
A produção só pode ser mantida através do papel do pregoeiro, que pode acordar três locais adjacentes ao mesmo tempo.
A importância do pregoeiro para a economia suíça não pode ser subestimada. Embora seus encargos pareçam caros, não é um exagero dizer que sem pregoeiros toda a população da Suíça não seria capaz de despertar de seu sono e pereceriam de inanição e de frio dentro de semanas. Sua posição é a mais importante dos quatro serviços públicos centrais na Suíça – com os outros três sendo o construtor, o sacerdote e a parteira.
Uma vez que este é um jogo e não uma simulação rigorosa,
Cramer adicionou um quinto papel ficcional, o marcador de vitória, a fim de fornecer um mecanismo de pontuação arbitrária.
Os pilares estimados da vida suíça, além do marcador de pontos de vitória.
Enquanto as aldeias suíças crescem, elas acrescentam edifícios em volta de seu terreno, através do construtor. Estes edifícios são preenchidos com as crianças da aldeia à medida que nascem, usando a parteira. E essas crianças são implantadas em um ritual de acasalamento estranho e único para a Suíça, através do sacerdote.
As regras de namoro na sociedade suíça são simples, diretas e inflexíveis. Na Suíça, apenas uma pessoa pode ser designada para trabalhar em uma nova unidade de produção. Lá elas esperam. Uma vez ordenado por um sacerdote, se um membro de um sexo oposto da outra aldeia entra em sua morada e faz contato visual com o morador, o vínculo é selado e nem homem nem Deus pode rasgá-lo em pedaços. Recusa não é permitida. Uma vez que a ligação é formada, o membro invadindo tem acesso total às instalações de produção, enviando os despojos de volta à sua aldeia natal.
Se você quer uma comparação de cultura pop, o vilão "Mr. Whispers "de Sense8, que pode ter acesso a seus pensamentos inteiros através de um único momento de contato com os olhos, é um análogo perfeito.
Bem como acesso gratuito às instalações de produção da aldeia de acolhimento, o invasor parasita também se beneficia da ação criar da cidade do hospedeiro, aumentando o seu trabalhador para produzir outro, sem qualquer custo para si mesmo.
Na imagem acima, a harmonia da minha aldeia amarela foi interrompida pela invasão de um intruso vermelho no topo da unidade de produção.
Como você deve ter deduzido, a chave para o sucesso em
Helvetia está em criar tantas pessoas de sua tribo quanto possível e infiltrá-los nas aldeias do seu oponente para sugar seus recursos. A produção de crianças é, portanto, fundamental, com a parteira ocupando um lugar tão crucial para a sobrevivência de sua linhagem genética como o pregoeiro. Cada nova onda de crianças é enviada para a sua escola da aldeia para um curso intensivo sobre os procedimentos do olhar de contato invasor, e em seguida, ordenados por um padre, despidos, recebem um anel, e são enviados para uma aldeia inimiga para colonizar ou morrer tentando.
Estes são claramente temas muito controversos para tentar resolver ou discutir; assim enquanto eu escrevo isto, a crise dos refugiados na Europa está em balanço, levantando questões sobre o multiculturalismo e a imigração, enquanto que o impacto social que tem alimentado o estado de bem estar das cidades na Europa pós-guerra está sendo cada vez mais desgastado pela desigualdade.
Felizmente, não existe um sistema de comunicação mais sutil ou adequado para o comentário político do que um jogo de colocação de trabalhadores. E nesse sentido, o gênio de
Helvetia se revela.
Você pode pensar, ao ler acima, que
Helvetia é um apelo reacionário a autarquia - um sinal de alerta para as autoridades suíças para reformar suas leis de planejamento, o sistema de pagamento e suas rigorosas regras do olhar de contato sobre o casamento em face da imigração, como imigrantes vão te sugar água e cabras.
Uma vez que você arranhar a superfície, no entanto, você percebe que essa analogia é imperfeita.
Helvetia é um comentário ousado sobre si mesmo.
Matthias Cramer sai firmemente contra argumentos de identidade sendo formados por natureza ou raça, tornando as crianças nascidas de casais em unidades de produção na sua aldeia marcada pelas cores da sua tribo - não importa a origem de seus pais - mostrando que são, em última análise cultural, os valores na infância que moldam nossas noções de identidade através de linhas raciais, não importa a nacionalidade ou origem dos pais.
É este mecanismo que significa que a colonização de outras aldeias em última análise, semeia as sementes de sua própria colonização inversa. Não importa o nível de doutrinação que você forçar seus filhos na escola, enviá-los para buscar água e cabras ao longe, seus próprios filhos vão voltar e invadir por sua vez o seu armamento genético se aproveitado dele contra você. Avós na China lamentam que as suas segundas gerações de descendentes chineses americanos estão voltando para casa para trabalhar no desenvolvimento de um quadro de propriedade intelectual para o lamento do país e acabam se relacionando.
A visão final é Ouroboran; uma serpente que devora sua própria cauda. Suas tentativas de preservar um legado genético para si mesmo são fúteis, já que está trabalhando para sustentar uma população maior. Tudo é devorado por si só, em uma grande massa turva da humanidade.
O futuro.
Eu também seria negligente em não mencionar que o uso freqüente da bandeira suíça me agradou nesse jogo. Eu não posso negar que é uma grande vantagem
Traduzido por mgstavale
. O Helvetia é um jogo do Matthias Cramer (Glen More, Kraftwagen,...) que tem ideias bem interessantes, mas acabou não vendo muita mesa e a mecânica poderia ser um pouquinho mais polida, na minha humilde opinião. Como os demais jogos do autor, ficou no "quase fiquei com ele" e acabei me desfazendo, embora não recusaria partidas futuras.
eu também... Só depois de ler seu comentário que vi que não era Helvética he he be
