É direito de todos ser humano lutar contra a tirania, mas quando falamos de fascismo, isso se torna um dever. Um governante deve se pautar pela democracia e pela constituição. Ninguém deve apoiar incondicionalmente aquele que elegeu, principalmente se cometer atos antidemocráticos e genocidas. Observar e reconhecer as falhas de seus governantes não é um ato de traição, mas sim um dever cívico. Fechar os olhos e ignorar todo o mal que alguém faz no poder não o torna só um cúmplice por omissão de todo crime praticado, mas também o deixa mais e mais próximo do abismo moral, que lhe trará gravíssimas consequências. Mas existem pessoas preocupadas com o bem da nação e de sua população. Um plano foi traçado. Junte-se aos conspiradores, pois Black Orchestra Tá na Mesa!
Black Orchestra é um jogo de 2017, idealizado por Philip duBarry. De um a cinco jogadores, com duração média de 75 min, os jogadores fazem parte de uma conspiração envolvendo o alto escalão da sociedade germânica para tirar um certo genocida do poder.
- Já estão falando mal do meu político de estimação, que só está no poder para nos livrar da grande ameaça d...
Como assim está no poder? Você nem ao menos percebeu que estamos falando de Hitler, que morreu em 1945? Se alguma carapuça te serviu, a culpa é só sua por ter uma consciência tão pesada. Black Orchestra é um jogo cooperativo baseado em fatos reais (Nota da Sra. Slovic: E não em um certo filme bem famoso e muito bom, que também baseado em um evento real), conhecidos como The Schwarze Kapelle. Os jogadores devem reunir, em no máximo sete turnos, todos os itens necessárias para executar o plano, além de localizar o tal plano, para retirar Hitler do poder, antes que a Segunda Guerra acabe e a Alemanha fique arrasada.
Durante seu turno o jogador pode fazer até ações, sendo que uma delas, Conspirar, pode conceder ações extras, mas também pode te colocar na mira da Gestapo (Nota do Sr. Slovic: A temível e implacável polícia secreta nazista), que pode te prender sem motivo algum e torturar, do mesmo jeito que faziam (Nota do Casal Slovic: E ainda fazem) em regimes ditatoriais. Para o plano ser executado, primeiro deve haver um plano! Sempre depois de realizar suas ações, o jogador compra Cartas de Conspiração, que podem ser ações extras bem úteis, equipamentos especiais (Nota da Sra. Slovic: E normalmente proibidos, então não deixe a Gestapo te pagar com isso em mãos) e vários tipos diferentes de planos, que vão desde o sequestro, até atentados a bomba e comida envenenada. A Carta de Plano indica quais materiais são necessários e onde Hitler deve estar.
- Como assim? E por acaso ele anda livre e solto por ai?
Claro que sim, du naiver shuth. Não só ele, como os principais integrantes da cúpula Nazista estão no jogo: Goebbels, Himmler, Göring, Hess e Bormann andam pela Europa e se algum jogador começar sua rodada na mesma cidade de um deles, recebe uma penalidade, que depende de quem esteja la. E os eventos são acumulativos; se mais de um líder nazista estiver no local (Nota do Sr. Slovic: E é possível todos estarem juntos). A movimentação dos nazistas se dá através das Cartas de Evento, que são resolvidas no fim de rodada de cada jogador. As cartas são eventos históricos, que indicam se houve alguma movimentação dos líderes e/ou alguma alteração de regras ou condições na próxima rodada. Quando um deck de eventos acaba, começa o próximo turno e como alguns eventos fazem cartas serem descartadas, não dá para saber quantas rodadas há até o fim do turno. A partir do segundo deck, começam a aparecer as cartas de Gestapo, que fazem os jogadores com alto nível de suspeita serem presos. Na prisão, os jogadores podem ser torturados, fazendo até entregar os companheiros. A fuga a prisão é possível e necessária, pois se todos os personagens estiverem encarcerados, o jogo termina.
No geral, Black Orchestra é um jogo muito bom. Os eventos nos trazem a atmosfera paranoica da época, onde qualquer um, atém mesmo amigos ou familiares, poderiam ser simpatizantes do Regine e entregar qualquer suspeito de conspiração as autoridades. Lugares icônicos como Auschwist e Treblinka podem ser visitados, aumentando a Motivação dos personagens, mas também aumentando a Suspeita. Para realizar o plano, deve-se ter uma alta Motivação (Nota da Sra. Slovic: Para uma pessoa normal matar alguém, mesmo sendo Hitler, é preciso acreditar no que se está fazendo e saber as consequências tanto do sucesso quanto do fracasso). Vários dos grandes eventos da Alemanha Nazista estão presentes no jogo, como a Invasão da Polônia ou o Grande Discurso de 1939, que são fundamentais para conhecer a história do Sec. XX (Nota da Sra. Slovic: E pode ser usados como ferramenta de estudo). Lembrem-se daquela velha questão: “Se vocês pudessem voltar no tempo, matariam Hitler?”, então agora vocês podem tentar. Viel Glück.
E é isso, Shisho!
