jevver2::Qual é nome dos tradutores e revisores?
Penso que todo erro de tradução e revisão relatado deveria trazer o nome do "profissional" responsável. Muitos manuais de regras trazem o nome dele ao fim do manual.
Talvez o vexame público, do nome atrelado a traduções horríveis (sempre que alguém colocar o nome do "profissional" para pesquisar no Google), comece a deixar os tradutores e revisores preocupados com a próxima tradução.
Talvez se preocupem se caso no futuro tais tradutores e revisões precisem procurar um emprego fora da Galápagos, mas tenham essa mancha registrada para sempre no resultado das pesquisas do Google. Mancha bem registrada, pois é fato que não servem pra traduzir e revisar, talvez sejam melhores trabalhando em outra coisa.
arthurtakel:: Penso que um tradutor tem de se ater a gramática oficial da língua portuguesa. Cada um com suas bandeiras ideológicas e de achar que a língua portuguesa é "machista", mas traduzir player como "a pessoa que está jogando" somente para não traduzir como "jogador" por achar o termo machista já é um exagero. Não bastasse isso ainda tem os erros "puros" de tradução já mencionados como não traduzir o "pode" e o "deve" que prejudica o jogo porque os consumidores passam a jogar com regra errada simplesmente pela tradução equivocada.
Os fatos são agravados por tais erros ocorrerem em jogos bastante caros.
O código de defesa do consumidor prevê que o lesado por pedir o reembolso, mas quem que faz isso no Brasil? Pelo valor envolvido, pelo tempo e a burocracia acabam preferindo corrigir com past ups e, etc.
A solução seria fazer como os Koreanos, uniram 150 pessoas lesadas, deram notas baixas "1" e se juntar para entrar com um ato coletivo para valer a pena.
MotokeiroPirata:: Sou novato nos bgs, comprei alguns ano passado, esse ano não peguei nenhum por conta de preços altos e erros grotescos.
O Nemesis me interessava muito, até vir a preço de ouro junto desse lance absurdo da "intrusora".
Aí a tradutora intrusora-inventora de palavras lança um texto gigante verborrágico passando o pano pro ocorrido. Risquei da minha lista e não comprarei.
Caros Jewer2, Arthurtakel, e MotokeiroPirata
Em relação à tradutora do Nemesis, conforme eu já escrevi em outras discussões, sinceramente, eu acho que não tem a menor importância, saber se ela é militante, se ela alienada, ou qual é o seu perfil ideológico. A pessoa da tradutora, apesar de merecer todo o nosso respeito, não me interessa em nada, mas apenas se o seu trabalho é bom ou ruim, porque eu vou pagar por ele. Como dizia o dirigente chinês dos anos 80, Deng Xiaoping: “Não me interessa se o gato é branco ou preto, o que importa é que ele pegue os ratos”.
Portanto, deixando a questão ideológica de lado, o real problema da tradução do Nemesis é que o trabalho foi ruim. Forçar o uso de um termo quase inexistente (intrusora para “intruder”), e usar uma expressão para traduzir uma única palavra (pessoa que está jogando para “player”), quando todos os dois termos traduzidos têm equivalentes na sua língua, é um trabalho de tradução pobre, equivocado e malfeito. Se a questão era denunciar o machismo de nosso idioma, bastava usar “intrusa” para “intruder” e “jogadora” para “player”, que o recado estava dado, sem prejudicar a qualidade da tradução.
Infelizmente, até pela sua natureza polêmica, esses dois equívocos acabaram assumindo o protagonismo nas discussões, e a questão ideológica foi mais discutida pela comunidade, do que o problema mais grave, que eram as cartas, e passagens do manual, traduzidas erradas, e que interferiam com a jogabilidade. Isso era o mais importante, e era isso que deveria ter sido discutido com mais destaque, o que infelizmente não ocorreu. Um grupo de boardgamers, do qual eu fazia parte até tentou levantar a questão da estratégia sul-coreana de dar “nota 1” ao jogo no BGG em um curto espaço de tempo, que deu muito certo na Coreia o Sul, em relação ao Tainted Grail. Alguns até fizeram isso, mas a adesão foi muito baixa, porque a comunidade preferiu ficar discutindo lacração, militância ideológica, turma do mimimi, e outras questões periféricas, aqui no Ludopedia.
De acordo com um tópico sobre os erros do Everdell (o anterior ao tópico de erros escrito pelo Vitor K), essa senhora que traduziu o Nemesis, continua trabalhando para a Galápagos e inclusive participou da produção do Everdell. Eu quero crer que a editora não permitirá mais que a orientação ideológica da tradutora interfira com seu trabalho, mas com a Galápagos nunca se sabe. Por isso, não vou estranhar nem um pouco, caso as traduções do “Descent: Lendas da Escuridão”, do “Arkham Horror Card Game”, ou do “Clash of Cultures”, só para citar apenas aqueles que eu mencionei no texto, venham com alguma “pérola”, do quilate da “intrusora”.
Quanto à tradução do “Western Legends”, eu fiquei tão indignado com os erros do jogo, que consegui até mesmo comentar isso com uma pessoa da equipe. Essa pessoa me respondeu que também estava indignada, até porque era o nome dela que constava na ficha técnica do jogo, na parte de tradução e localização, mas que ela não tinha trabalhado na revisão. A pessoa disse que o prazo dado pela editora foi apertadíssimo, e que simplesmente recebeu a parte do material que lhe coube, sem esclarecer se foi o tabuleiro, ou as cartas, que traduziu, localizou o material e devolveu para a editora, passando a trabalhar em outro projeto. Certamente não dá para saber o grau de veracidade dessa afirmação, e por isso a gente acaba de certa forma acreditando na pessoa. Mas é no mínimo muito estranho que uma equipe que trabalhe junto em um projeto, principalmente de tradução e localização de um jogo, não se reúna quando todos acabarem suas respectivas partes, para dar a menos uma olhadinha se tudo ficou correto. Uma única partida rápida, com o material traduzido e localizado, já teria sido suficiente para as pessoas verem, logo no início da jogatina que alguma coisa não estava batendo. Infelizmente isso não deve ter sido feito, e o jogo saiu do jeito que foi.
Eu não vou dizer o nome dessa pessoa, primeiro porque não eu não vejo sentido em expor uma pessoa gratuitamente (eu discuto o trabalho, e não a pessoa do trabalhador), e porque eu não quero mais problemas do que eu já tive aqui no Ludopedia. Além disso, se eu revelar o nome do santo, ou da santa, vai chover de gente me criticando, dizendo que essa pessoa já fez muito mais pelo board game nacional do que eu, que eu só quero atenção, me chamando de “hater”, e coisa e tal. Só não sei como é que eu posso odiar alguém, que eu nunca conheci pessoalmente, e com quem eu sequer estive tête-à-tête, ao vivo e a cores. No entanto, se vocês tiverem a curiosidade de saber quem é essa pessoa, basta dar uma pesquisada rápida pelos tópicos de erros do Western Legends, ou procurar no Youtube. Acredito que vocês vão se surpreender, e muito.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio