Luxor: Ludo do Faraó
Uma releitura do clássico Ludo, com mecânicas modernizadas e um tema de aventura nas tumbas do Faraó. Diversão na certa ou melhor ver o filme clássico com o Brendan Fraser?
Bonito certamente é.
#1 Estou testando um novo modelo de publicação: mais curto e objetivo, continuo não explicando regras e deixo isso para quem já faz isso melhor. Me diga o que acharam nos comentários.
#2 Essa é uma avaliação com base inteiramente nos meus gostos pessoais, assim como nosso sistema de avaliação, não é uma análise puramente técnica.
O Contexto
Em algum momento no ano passado fiquei com saudade de um euro saladinha de pontos, saciei isso em partes com o
Grand Austria Hotel, mas ainda fiquei buscando alguma outra coisa mais
light.
Luxor era um jogo que tinha alguma curiosidade em conhecer, apesar de
não ser algo recomendado para
2 jogadores (meu cenário). Arrisquei.
Minha primeiras partidas em dois e três jogadores foram…
bem meia boca. Daquela que você joga e ja sai arrependido. A
falta de interação me fez parecer ser um jogo
bem sem sal e vida. Fui ler a respeito e me deparei com toneladas de
Queenies vendidas a parte, além da Expansão
Mummy's Curse (não lançada no Brasil). Depois de ler tudo a respeito, vi que a coisa mais interessante era o módulo da múmia dessa expansão, e para o meu espanto, ela podia ser usada com o jogo base sem problemas, só aplicar as regras e usar outro Meeple como múmia.
A expansão mudou radicalmente meu sentimento com o jogo, sendo o temperinho que faltava. Tendo uma Múmia caçando os jogadores dentro do Templo, e que permite ser controlada através das cartas de Hórus, fez o jogo seco e sem graça ganhar um sopro de vida.
Recomendo fortemente a inclusão desse módulo.
As regras são bem simples: a múmia começa no centro do templo e toda vez que um jogador usar uma carta de Hórus, os números de símbolos fazem ela andar pra frente aquela quantidade. Caso ela passe por cima de algum oponente ele ficará deitado atrasando seu movimento.
A título de curiosidade, acabei comprando a expansão depois, de um cara da Grécia (pedi para ele enviar só os componentes sem a caixa). Saiu bem caro, mas conversar com ele foi divertido. A expansão em si é
péssima e a única coisa que importa é o módulo da múmia, até mesmo os poderes especiais adicionam uma
complexidade desnecessária e
só a múmia é o que realmente importa.
O Bom
- Diferente do que eu esperava, roda bem em dois jogadores. Mais jogadores não influenciam, ou influenciam muito pouco, o sentimento de "partida apertada".
- O mecanismo principal do jogo — só jogar cartas das pontas da sua mão — realmente soa "fresh" e faz um bom mix de minimizar o AP ao mesmo tempo que insere um desafio interessante.
- A Expansão da Múmia, facilmente recriada no jogo base bastando pegar um Meeple não utilizado de algum outro jogo, adiciona um elemento temático excelente, e a tensão gerada por ela, muda drasticamente o sentimento do jogo.
- O tempo de setup é OK, diferente do que se pode se imaginar ao ver fotos do jogo.
- É bonito. Realmente a quantidade de tesouros espalhados, o 3D em perspectiva do tabuleiro agregam na experiência.
O Ruim
- Baixíssima interação no jogo base. Sendo praticamente um multiplayer solitário familiar. Eu até imaginava que o set collection do jogo pudesse ser alvo de alguma marcação, mas na prática, depois que um explorador do oponente pisar em algum tile, raramente haverão motivos para você querer ir no mesmo lugar.
- Por falta de interação, o jogo acaba ficando repetitivo depois de um tempo, minha cópia durou umas 10 partidas antes de ir embora.
- Mais jogadores só aumenta o downtime e não traz nada de relevante pra partida. Depois de jogar em 4 jogadores, tive a certeza que era hora de passar ele adiante. Não é um jogo que deve demorar mais de 1 hora.
- A Queen Games sendo a Eletronic Arts dos boardgames e lançando jogos com DLC de fábrica. Queenies a rodo e Expansões que poderiam vir no jogo base. A dor é ainda maior quando é dito que "algumas são essenciais" e ai quem tem TOC do colecionismo não vai sobreviver.
O Neutro
- Considerando como eu já fiquei revoltado com a expansão da múmia não vir de fábrica, já que até parece fazer muito sentido com o jogo base, é notório a quantidade de componentes inúteis no jogo: 20 chaves (sendo que se 8 forem usadas ja é um recorde) e 4 marcadores de jogador que não servem pra nada (exatamente, não diz nem pra que serve no manual).
Veredito
Pra mim os ditos
Family Games precisam ter bastante interação, e lembre-se que interação não é só
take that. Jogos como
Ticket to Ride,
Alhambra e
Carcassonne fazem um bom balanço ao colocar todos atentos na jogada dos adversários, mas infelizmente para mim
não é o que ocorre aqui.
Some isso ao
praticamente descaso (exagero, eu sei) ao fazer uma "expansão essencial" que poderia tranquilamente vir no jogo base. Se você você pensar como eu, vai ficar com um sentimento dúbio contra o jogo.
Selo Spiel des Djows™ para Pior Uso de Capitalismo Opressor num Jogo de Temática Egípcia com ausência do Brendan Fraser
Nota 6, até jogo e me divirto, mas iria sugerir alguma outra coisa antes. (
Sistema de Avaliação Spiel des Djows)
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