Que felicidade poder ouví-los de volta!
Passei 2 horas na fila de espera da doação de sangue e pelo menos 1 delas foi bem mais agradável. Mas de maneira geral achei um episódio meio para baixo, normalmente vocês exploram as belezas ocultas da vida lúdica, mas dessa vez a coisa foi um pouco mais pro lado de quando as coisas dão errado e não é tão legal.
Nesse sentido, apesar da bela analogia do erros do Jazz, acho que faltaram algumas situações onde o erro torna a coisa mais divertida e não o contrário. Me permitam fazer um breve relato: Juntei-me aos meus amigos boardegueimeiros para uma partida de Alquimistas, um jogo de dedução, onde existe uma rede matemática cíclica oculta que conecta toda a química dos ingredientes da bruxaria.
Nesse jogo você pode realizar experiências cobrindo todas as possibilidades lógicas, mas também pode fazer algumas inferências. Eis que fiz algumas experiências, provei algumas amargas poções e cheguei a uma teoria que fazia sentido, me tornando o mais jovem mestre cientista, dando inveja à Merlin e seus discípulos. Acontece que existiam pequenas incorreções na minha teoria. Nada que um Newton também não errasse, afinal mesmo com o movimento da lua na época não podendo ser explicado pela sua teoria da gravitação, esse motivo não a desbancou e passaram anos tentando corrigir o quebra-cabeça pra Lua encaixar na teoria, que só caiu mesmo com a chegada do Eistein.
Resumindo, o final do jogo foi o final da minha breve e brilhante carreira, me tornando o maior charlatão do recinto e reativando a vontade de jogar de meus amigos, que se antes estavam desesperançosos, agora tiravam com minha cara e voltaram para o jogo numa partida de recuperação digna da fórmula 1 onde ainda existia Ayrton Senna. Enfim, eu tinha 50% de chance de acerto e tomei a decisão errada. O erro, porém, não tornou a partida pior, mas muito mais divertida e memorável do que seria se não houvesse nenhuma reviravolta.
Isso até me lembrou os diagramas dos "Formatos das Histórias" do Kurt Vonnegut em que se você for pensar dá uma sensação como a da trilogia clássica de Star Wars, onde o mais poderoso só cresce e no final há uma grande reviravolta que o desfaz triunfantemente. Enfim, acho que faltou experiências onde o erro torna a coisa melhor e não pior. Tentarei lembrar de outros casos, com certeza isso deve ajudar nos parâmetros para um jogo de Jazz.
Ótimo retorno e um abraço.