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E eu não estou dizendo que sua opinião está errada. Só que o mercado é assim: existe consumidor pagando o preço alto. Fim. Jogo de mil reais esgota. Jogo barato em geral é sinônimo de "jogo ruim". Vejo o ludopediano médio metendo pau em preço de jogo da Galápagos e no mesmo dia comprando GWT por 600+.
Cada um sabe o que faz com seu dinheiro, logicamente. Mas ficar reclamando de preço não adianta nada se na prática o jogo continua vendendo.
PS: é reconfortante atacar as empresas e dizer que são mercenárias que só visam o lucro e ao mesmo tempo colocar no leilão aquele seu jogo de 20 dólares por 600 reais.
Caro Nieb
Entendi o seu ponto de vista e concordo em número, gênero, e inclusive grau (grau não precisa obrigatoriamente concordar, como número e gênero, mas pode concordar, afinal escrever “menininha bonitinha”, apesar de não ser usual, está perfeitamente correto).
Eu acho que nenhum jogo vale R$ 1.000,00, mas respeito a opinião de quem pensa diferente, e se a pessoa quer usar o dinheiro dela, conseguido com o suor do trabalho dela, não tenho nada contra. Cada um faz o que quiser, com aquilo que é seu.
Também concordo quando você diz, que as editoras estão colocando o preço dos jogos nas alturas, porque, como eu escrevi em outra postagem, a mensagem do mercado consumidor é de que, enquanto for mais barato comprar aqui do que importar, vocês, editoras, podem lançar os jogos no preço que quiserem, que nós compraremos, como foi o caso do Gloomhaven.
Do mesmo modo, não adianta nada ficar esbravejando aqui no Ludopedia, contra os preços extorsivos, e ir correndo pagar o financiamento coletivo do “Frosthaven” a míseros R$ 1.200,00. E o pior é que se paga isso, correndo o risco de se receber um jogo com falha na impressão do tabuleiro, com manual confuso e mal traduzido ou com carta contendo erros grosseiros de português (isso mesmo, eu nunca mais vou deixar de sacanear a editora da “largatixa”, pelo “Guereira” do “Masmorra do Mago Louco”). E o pior é que quando o odor “excremental e nauseabundo” dessas obras primas é descoberto, a resposta da editora normalmente é “foi mal galera, lançamos o jogo com erro de impressão/tradução mesmo, mas não vamos trocar componente nenhum, se virem aí com essa errata rapaziada, e não se esqueçam que o próximo financiamento coletivo vem aí”.
Mas mesmo assim, as pessoas continuam comprando, o que me leva a crer que os compradores de boardgames têm meio que um complexo de “mulher de malandro”, que apanha para caramba do sujeito, mas não larga ele.
Por isso é fundamental que os compradores de boardgames também reconheçam a sua parcela de culpa nessa situação. Enquanto nós não pararmos de comprar jogos custando um salário mínimo, enquanto nós continuarmos aceitando a prática de não substituição de componentes defeituosos, principalmente cartas, enquanto nós não começarmos a devolver em massa jogos com defeito, ou seja, enquanto não começarmos a agir como os coreanos, que começaram a tacar nota 1 no BGG, em cima do Tainted Grail, devido a erro não resolvido na edição nacional, até chamar atenção da empresa que licenciou, conforme relatado em uma das postagens, enquanto não fizermos nada disso, absolutamente nada vai mudar.
Enquanto nós não nos respeitarmos como consumidores, e começarmos a agir de acordo, as editoras de boardgames nunca nos respeitarão.
Um abraço.
Iuri Buscácio