Essa eu já postei no blog, vai pra galera da Ludopedia que ainda não leu.
Há algum tempo, passei a acompanhar o cenário de boardgames no país, me afastando um pouco do RPG, por motivos que não vem ao caso nesse post: Digamos que os boardgames voltaram a me cativar após tantos anos pelo crescimento que o hobby experimenta no Brasil e seu teor menos “comprometido” em relação ao RPG: Com boardgames, geralmente você apenas senta e joga, sem muita preparação prévia.
Nada mais natural do que ir até o Facebook e entrar no grupo onde brasileiros amantes desse hobby dividem suas experiências, dicas, fotos e impressões (pra falar apenas a parte boa).
Como novato, é natural que um grupo tão grande (nesse momento com 12010 membros) seja cheio de discussões boas e ruins, regras, atitudes condenáveis, membros tolerantes ou intolerantes… e piadas internas. Muitas delas.
Se você ainda não é membro e entrar agora, a piada interna com a qual você vai esbarrar primeiro provavelmente será sobre “Os Donos do Boardgame Nacional”. Ela é tão frequente, mas o grupo é tão frenético, que toda semana temos pelo menos um tópico perguntando sobre o assunto. Quem são? Onde Vivem? De que se alimentam?
Como o Facebook é uma baita ferramenta social mas um péssimo fórum, resolvi “imortalizar” a informação aqui, para que os novos membros (ou seres de uma raça evoluída que vão fuçar os escombros da terra) saibam de onde veio esse grupo tão seleto e poderoso.
O MITO
Os “Donos do Boardgame Nacional” são pessoas influentes que formam um grupo capaz de ditar os rumos no hobby no Brasil. Eles possuem acesso a recursos vastos, conhecimento amplo e contatos poderosos, e são capazes de “formar opiniões” a respeito dos jogos. Se um jogo não é do agrado dos “Donos do Boardgame Nacional”, ele sofre ojeriza, às vezes de forma sutil, às vezes de forma declarada, e a força do grupo é capaz de virar os consumidores contra uma editora ou financiamento coletivo, fazendo-o alvo de chacota ou fracasso.
Também é dito que os DBGN (pra resumir, porque cansa escrever esse nome inteiro) possuem contatos com o alto escalão dos Correios em Curitiba e Brasília, possuem uma sala na sede da DHL e graças à sua enorme riqueza, só compram jogos em Euro e não se importam em perder meeples, marcadores, além de jogar Catan dentro de uma piscina.
A VERDADE
O termo surgiu numa postagem sobre o boardgame “Gladiadores de Belathron” (link original:
http://goo.gl/GSjGiD), que tentou um financiamento coletivo no Catarse entre novembro e dezembro de 2014, e conseguiu quase R$ 37.000,00 dos 92 mil necessários para o sucesso do projeto. O usuário Vinnie Pitangui fez um post no grupo do Facebook defendendo o financiamento do jogo, e na discussão que se seguiu (mais de 1000 comentários!), surgiu a pérola:

De lá pra cá, o termo virou uma piada para designar pessoas que supostamente controlam o que deve ser sucesso e o que não deve, quais as opiniões são “sérias” e quais são “sem noção”, e se você é maluco ou não ao elogiar Selene: The Fantasy. O caso é que em todos os nichos sempre surgem pessoas cuja opinião é levada mais a sério, seja por um motivo ou por outro: seja pela “bagagem cultural”, tempo no hobby, respeito entre os outros membros. No boardgame, os DBGN são pessoas que são ricas, influentes, bonitas, só jogam Eurogames sem sorte e podem fazer aquele seu jogo preferido que só tem na gringa chegar ao Brasil (ou não).
Mas claro que tudo não passa de uma piada e um grupo como esse não existe.
Não é?