Anita Nunes::Bom texto, só não sei porque usar tantos termos em inglês quanto temos as palavras e expressões em português.
eurogame = jogo estilo europeu
boardgame = jogo de tabuleiro
design = "arte" no caso que aparece, achei desnecessário usar o gringo
designer = "artista" nesse caso também, achei desnecessário usar o gringo
meeples = peças de madeira em formato estilizado de humano
playtests = teste de jogo
game designer = desenvolvedor de jogos? meio desnecessário usar o gringo
Checklist = lista de verificação
Quando se usa 3 palavras quando se tem apenas uma gringa, a palavra gringa começa a se tornar muito atraente pela praticidade do dia-a-dia, e a pessoa acaba viciando tanto que solta mesmo sem ser um estrageirófilo.
Já que foi aberta a defesa do idioma, adiciono que a nossa língua peca(com uma crueldade elitista demoníaca) na praticidade.
Temos portuguesófilos que admiram termos centenas de formas de escrever uma frase como "Pedrinho foi à escola" como se a nossa língua fosse a melhor do mundo apenas em razão disso, e isso fosse a única forma de mensurar qualidade. Ao mesmo tempo que ela é extremamente pobre na questão da inclusão social e as pessoas não conseguem escrever uma frase completa sem cair em armadilhas da língua, como a tal crase do Pedrinho. Favorecemos os eruditos que massageam o próprio ego em firulas de escrita para excluirmos os menos favorecidos, os descartando do clubinho. Acho uma falta de vergonha na cara uma língua que force tanta memorização de conversão de fala para texto. É sobrecarga desnecessária que corrobora para o analfabetismo. Entre os poetas e os pobres, eu escolheria uma forma de linguagem em que os pobres não sofressem tanto para realizar o mínimo pragmático. Os poetas que vão aprender alemão ou mandarim e deixem a autoestima do povo em paz, eles não são incapazes, a língua que os atrapalha.
Como exemplo temos o idioma espanhol, quase tudo que se diz é escrito de uma única forma, com raras exceções (ou essessões, ou eceções, ou esseções, ou excessões, ou ecessões, uma vez que tudo isso se pronuncia igual). Quem está doutrinado a não questionar nem se pergunta como é um crime a sessão ser diferente da seção ou cessão, mas ao pronunciar ninguém no planeta Terra se confunde, somos chicoteados a engolir as várias grafias e quem questiona é um "vilão". O povo ter que fazer ditado na escola por uma dezena de anos é inteligente? Como poderíamos estar usando esse tempo para outros conhecimentos, até mesmo de literatura? Não, estamos lá memorizando ( ensino memorativo em 2019) uma língua que engoliu todas as grafias etimológicas, criou um monstro de retalhos e o povo paga a conta.
Eu, eu só queria de volta o tempo de vida que perdi aprendendo a diferença de grafia do CH e X em xale ou chalé, e seção para sessão, além da metamorfose desnecessária do X, L e do S, ou as terminações “isar” e “izar”. Quando pronunciamos os mesmo sons NINGUÉM tem problemas com isso. Eu poderia ter aprendido outras coisas importantes, lido mais livros na escola, melhorado meu conhecimento literário, mas estava lá em memorização inútil.
Agora depois de ter construído essa porcaria de complexidade que nada agrega, a solução parece ser deixar cada um falar como deseja, como se isso não fosse, no futuro, criar novas variações e anomalias. Vamos consertar um erro com outro. As regras são ruins, então vamos as abolir completamente ao invés de as corrigir.
Tenho menos medo dos estrangeirófilos (com uso desnecessário de termos gringos) do que os portuguesófilos que não sabem o monstro cruel com os pobres o qual defendem. Os estrangeirófilos ficam em nichos e atacam somente outros elitistas em bobos duelos inócuos de termos gringos, já os portuguesófilos sufocam o nosso povo e com seu cânone sobre a perfeição da língua que não pode ser questionada com risco de queima na fogueira por heresia.
Desabafei!