Somos uma sociedade que "estimula" a interação. Acredito que as aspas sejam mais por uma concepção minha de que muitos falam que a interação é importante, porém a usa para ofender e distratar pessoas só para se sentir melhor, mas isso pode só ser viagem da minha cabeça. Mas algo que é visível para todos é que somos seres relacionáveis (MINA, Luana 2019), porém muitos de nós do meio boardgamístico temos um problema em nos relacionar com o "mundo lá fora" e muitas vezes até com nossos parceiros de jogatinas. E isso pode ser transmitido para as nossas escolhas de jogos?
Esse questionamento surgiu quando fui fazer uma análise sobre um dos primeiros jogos que puder realmente chamar de meu. Depois de conhecer alguns jogos com um grupo novo de amigos fui bastante influenciado a comprar o jogo Lorenzo, mais um da "máfia" italiana. A principio a ideia do jogo me interessou bastante. Quando o joguei pela primeira vez senti que poderia ficar muito repetitivo e adquiri a expansão pensando que essa repetição diminuísse e isso aconteceu e o jogo se tornou ainda melhor, porém hoje (01/06/2019) quando fui fazer uma análise sobre o jogo aqui na Ludopedia senti que ele deixa a desejar no quesito interação que é algo que no momento está me interessando bastante. E essa falta de interação acredito que esteja presente na maioria dos Euros que conheça, e na verdade talvez seja essa a premissa dos jogos Euros né?

Lorenzo il Magnífico - Imagem disponibilizada pela Ludopedia
Não explicarei como é o jogo como um todo, porque acredito que já tenhamos muito material de qualidade sobre esse quesito, o qual nem me ousaria fazer algo perto. Só queria compartilhar que acho que o jogo é um dos que jogamos sozinho com outras pessoas. Claro que existe o fato de pegar uma carta ou fazer uma ação antes de um amigo e temos até o encarecimento de determinada torre pelo seu uso, porém isso NA MINHA VISÃO não é um fator de interação e sim uma consequência das regras do jogo que faz você lembrar que está jogando com outras pessoas
Acho que Lorenzo é um jogão como outros jogos ,que NA MINHA VISÃO não tenham interação, são. Não estou falando que jogos sem interação são ruins, mas em alguns momentos estou mais aberto a jogos que a interação seja constante. Porém, vejo algumas pessoas que detestam jogos antes mesmo de jogarem porque ele apresenta muita sorte ou que a interação seja presente em grande escala. Poxa, a gente vive de relacionamentos, estamos jogando board porque queremos nos relacionar de uma forma mais próxima com outras pessoas, e um jogo não pode fazer você negociar com o amiguinho ao seu lado ou acusa-ló de ser o "vilão" no Dead of Winter, estou errado?
É óbvio que todos tem direito de gostar ou não de qualquer jogo, não estou falando que a pessoa não pode desgostar de Twilight Imperium porque tem dados envolvidos e porque a negociação e manipulação rola solta (além do tempo), mas poxa, estamos em um hobby que nos dá a liberdade de interação com pessoas mil e um jogo não pode trazer esse fator de forma multiplicada para a mesa? Afinal de contas jogamos por causa do jogo em si ou por causa da oportunidade de relacionamento com amigos?
Obrigado pela atenção de ler até aqui. Suas opiniões e comentários são muito bem-vindos.