Rock’n Roll Manager
Autor: Leandro Pires
Ano: 2015
Este ano tive a oportunidade de jogar o protótipo do “Rock’n Roll Manager”, jogo do Leandro Pires que, como autor, traz para nós o seu primeiro trabalho. Fiquei feliz pela oportunidade de participar de uma partida, mesmo com o jogo já praticamente definido.
Rock’n Roll Manager é um jogo de 2 a 5 jogadores onde cada jogador irá gerenciar sua própria banda de rock iniciante com o objetivo de torna-la a mais famosa possível, tentando mantê-la na mídia e “paradas de sucesso” além de participar dos principais shows ao redor do mundo. O tema é interessante e muito bem implementado, e acredito que os fãs de bandas de rock irão apreciar bastante. Para se ter uma ideia, o jogo traz desde os ensaios com os instrumentos e melhoria da capacidade dos músicos a contatos com gravadoras de CD e show business.
Falando de jogabilidade o Rock’n Roll Manager traz uma mistura de mecânicas bem interessante, sendo a principal delas o “worker placement” ou alocação de trabalhadores como falamos por aqui. O jogador recebe 3 trabalhadores que irá utilizar para ensaiar, afinar instrumentos, participar de festivais, aparecer na mídia, gravar CDs e etc. Nem todas as ações possuem espaço suficiente para todos os jogadores, o que torna algumas decisões bem difíceis dependendo da ordem da rodada.
Outra mecânica do jogo é o “set collection” que pode ser observado nos boards individuais e nas cartas de shows. No início do jogo cada jogador recebe um destes boards individuais que representa a sua banda. Ali, o jogador poderá desenvolver a habilidade dos músicos incrementando suas capacidades em relação aos instrumentos. Quando o jogador escolhe a ação de “ensaiar” ele irá utilizar os instrumentos que adquiriu na ação de mercado, porém só poderá ensaiar um deles por vez preenchendo o painel com fichas do instrumento escolhido. Quanto melhor for o músico em relação ao seu instrumento, melhor será a banda e mais fama ela terá. Vale ressaltar que os pontos do jogo são contados através de um “track de pontuação” ao redor do tabuleiro que representa o quanto de fama a banda já adquiriu. E quanto mais fama a banda tiver, mais gastos ela vai ter também o que cria uns cenários interessantes de gerenciamento de recursos.
Já os shows são representados por cartas que possuem um símbolo geométrico. Estes símbolos representam os continentes nos quais sua banda realizou os shows e a banda que tiver mais símbolos diferentes ganhará um bônus de pontuação ao final do jogo. Participar dos shows também traz alguns benefícios, tais como: mais pontos de fama, dinheiro e instrumentos.
Dentre tudo de bacana que o jogo possui, o que mais me achou a atenção foi a opção que o jogador tem de usar um de seus trabalhadores para “gravar um CD”. Quando ele usa esta ação, o CD é colocado na mídia numa posição que será determinada através da fama atual da banda. Quanto mais fama a banda tiver mais destaque terá o CD, mais tempo ele ficará na mídia e mais dinheiro ele irá gerar. Isso é bem interessante porque representa de uma forma original o tempo que um álbum leva para sair do mercado.
Indicando um ponto negativo, pelo menos para a minha experiência de jogo, achei a pontuação final um pouco confusa e difícil de gerenciar durante a partida, pois são muitas categorias a pontuar. Algumas destas categorias me pareceram gerar um número elevado de pontos em relação ao esforço feito durante o jogo em outras áreas.
Joguei apenas uma partida o que torna minha opinião ainda muito superficial, mas ficou claro que o jogo está muito bem amarrado, com fator sorte pequeno e mecânicas “euro” bem implementadas. Gostei bastante do jogo e estou curioso para saber como vai ficar a versão final. Alguns termos que estavam em inglês no protótipo deverão ser traduzidos para o português, imagino.
Rock’n Roll Manager tem bastante probabilidade de ser um sucesso nacional, num mercado que precisa destes novos talentos que estão surgindo. Que venham mais jogos e autores brasileiros!
Cadu Carioca