Sobre essa história, é necessário se entender um fato antes de qualquer coisa. Pra isso, vamos ao básico: minha raça era+ era o Nekro Vírus, eu estava jogando com as unidades azuis e essa era a situação da galáxia no início da última rodada da partida:




Créditos da imagem: RedMeeple


Um olhar levemente atento já teria se perguntado “ok, mas eu não to vendo nenhuma unidade azul!”. Exatamente, não há nenhuma unidade azul, porque fui eliminado da partida.


Então é isso, fui eliminado. Perdi. E não foi uma derrotinha, simples e limpa. Foi um massacre higienísta com antibióticos pra cima desse tão querido vírus. Porque eu deveria continuar escrevendo esse texto então? Primeiramente, porque se há 6 jogadores na partida, 5 perderão. E apesar de ninguém gostar de perder, Twilight Imperium não é um jogo sobre vencer (ou não somente isso). Sim, todos devem jogar pra ganhar, mas a vitória é somente um complemento. TI se torna um jogo sobre construir histórias, e nem sempre o roteiro principal é o mais empolgante.


Naalu foi a raça ganhadora (unidades verdes), liderando de ponta a ponta da partida, mas pra mim, o melhor roteiro acontece do lado oposto da galaxia: a disputa entre mim e meu vizinho, o vermelho sanguinário era o Barão de Letnet, se tornou quase uma partida dentro da partida.
Já na primeira rodada começa nosso conflito. É comum considerarmos que os sistemas adjacentes ao seu sistema natal e o sistema logo entre esses e Mecatol seja considerado “seu”, e então ainda sobre um sistema na fronteira com seu vizinho. Pois bem, Letnet tomou logo esse sistema e eu dominei boa parte do que seria considerado meu. Logo na abertura da partida então, nos tornamos vizinhos, o embate estava aberto. Começando a segunda rodada ele me faz uma proposta: “voce quer fazer paz?”.




Aqui é preciso entender a assimetria total da minha raça. Dentro da história do jogo, o Nekro Vírus não é um ser vivo biológico, ele é como um softwar que teria infectado a raça L1z1x (que por ironia, era meu outro vizinho), ganhando uma certa consciência própria destrutiva. Após anos de guerra entre eles, o vírus é quase erradicado, resurgindo somente centenas de anos depois. Tudo isso pra dizer que ele não pode fazer pesquisa, o Nekro não desenvolve nenhuma técnologia! Somente é possivel ter um desenvolvimento tecnologico atraves da assimiliação de técnologias de outras raças através de conquista militar: a cada batalha, se o vírus eliminar 1 unidade inimiga, pode-se copiar uma tecnologia do adversário. Isso mexe demais com a cabeça dos jogadores é triste voce investir pesado em desenvolver uma tecnologia para depois o vírus copiar ela em uma ação que pode ser muito simples e rápida (ou longa e muito custosa).


Voltando ao nosso conflito inicial. Os vermelhos Letnet não queriam correr o risco de ter suas caras tecnologias copiadas e propuseram uma paz. Mesmo que eu não fosse atacá-lo, a possibilidade disso já se torna perigosa. Quando nego a proposta de paz, vem a primeira bomba que dá início a um cabo de guerra entre nós dois que dura até a última rodada da partida. Consecutivamente, sistemas meu são tomados e retomados, e o mesmo com o Letnet. Nossa guerra pessoal se mantem mais ou menos equilibrada até que decido lançar uma parte da minha frota alguns sistemas mais longe para tomar um sistema e cumprir um objetivo (afinal, é um jogo de fazer pontos e só se faz pontos cumprindo objetivos) foi a oportunidade perfeita pra um ataque mais forte dentro dos limites do meu espaço e se torna quase fatal. Eu tinha aberto a guarda em favor de um ponto que me custaria a eliminação.


Ainda vivo, no início na sexta rodada só me restava algumas unidades em um único sistema, que nem era meu sistema natal. Encurralado entre o Letnet,  uma nebulosa e o L1z1x, mais uma vez o Barão me oferece: “quer fazer a paz”. Eu não tinha nenhum lugar pra fugir e nem poderia pontuar pois meu sistema natal estava em posse dele. O que responder? É obvio que não queria paz! Como um viking sonhando com a morte gloriosa da batalha enfrentei bravamente meu adversário e com a certeza de que eu seria derrotado, batalhamos. Dezenas de rolagens de dados se passam até ser eliminado como já era previsto. Poderia lembrar tambem que esse todo esse gasto de recursos pra me eliminar da partida custou também a aprtida do Letnet, que se focou tanto em nossa guerra pessoal que terminou a partida bem longe da vitória também.


Após tudo isso apenas sentia que nosso cabo-de-guerra foi muito divertido. Os dois saíram perdendo no jogo, sim. Mas acredito que essa história ainda vai ressoar por outras sessões e pra mim esse é o meu maior motivo de jogar Twilight Imperium
 
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Estive um pouco afastado aqui do canal, mas não do jogo e pretendo logo mais retomar o ritmo.
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