MONOPOLY – UMA HISTÓRIA
Parte 02
As cópias produzidas por Magie foram andando de mão em mão indo parar na Universidade da Pensilvania, onde um professor de economia o utilizava para ensinar.
Nessa época o professor já não sabia qual era o nome do jogo. Apenas o chamava de Anti-Landlord mas seus alunos não gostavam do nome e o chamavam então de Monopoly ou Business. Seus alunos então começaram a fabricar as próprias cópias para poder jogar em qualquer lugar. Uma tendencia seguida em diversos lugares da America.
Enquanto isso, outras recriações do jogo foram circulando pelo País. E com elas, novas regras começaram a ser criadas. Os nomes dos terrenos nos tabuleiros passaram a ser transformados sempre com nomes de localidades próximas, conhecidas por seus donos. Elas também foram reorganizadas em grupos de modo que quem possuísse todas de um grupo poderia cobrar em dobro pelo aluguel!
Sumiu, nessa mesma época também, a contagem limite de voltas no tabuleiro. Agora o jogo ia até o fim, a completa falência dos jogadores. O tal “espaço publico” virou Estacionamento grátis no auge da era da indústria automobilística americana.
Já em 1927, o jogo caiu nas mãos de Daniel Layman, estudante do Willians College.
Após fazer uma cópia sua acrescentando mais coisas como a criação de “fundos comunitários” onde os jogadores poderiam ganhar mais algum dinheiro, Layman conseguiu publicar seu jogo de forma independente em Indianapolis, sua terra natal, com o nome de Finance. (Que praticamente já não tinha nenhuma diferença para o Monopoly atual)
Tabuleiro do Finance, ja muito parecido com o layout do Monopoly atual
O conteúdo politico do Monopoly já estava extinto. O Finance se auto-descrevia como um "simulador do mundo das transações modernas."
Ainda assim, nenhuma editora queria publicar o jogo.
Na Filadelfia existia também uma versão circulando. Essa versão caiu nas mãos de Charles Todd que fez para si uma cópia com algumas alterações e um pequeno erro de escrita que transformou Marven Gardens em Marvin Gardens no tabuleiro.
Preste atenção agora: Charles era amigo de infância de uma mulher, Esther Jones, que era casada com Charles Darrow.
É ai que a história fica mais dramática!
A fim de conhecer o marido de Esther, Todd convidou a amiga e o marido para um almoço com sua esposa em sua residência. Darrow se mostrou uma pessoa agradável e ambos passaram um tempo em conversas. Até que Todd lhe mostrou o Monopoly.
Darrow e sua esposa se juntaram a Todd e sua mulher para algumas partidas. Darrow, nessa época, passava por dificuldades financeiras severas. Com filho doente e desempregado, Darrow era praticamente sustentado pelos ganhos de sua mulher, o que mal cobria as despesas mensais.
Em um dia comum, Darrow passou pela casa de Todd e lhe pediu que fizesse uma cópia do jogo. Todd o fez de bom grado. No outro, lhe pediu que anotasse as regras todas, no que foi atendido imediatamente.
Charles B. Darrow
Todd nem imaginava o que viria a seguir...
Darrow desapareceu... Após conseguir o jogo completo com Todd, Darrow pediu a um amigo desenhista que lhe fizesse alguns aprimoramentos. Ele acrescentou cores e transformou o jogo em algo um pouco mais atrativo.
E para piorar a passada de perna, Darrow mandou gravar as palavras “Copyright 1933 Chas. B. Darrow”.
Até o erro de Todd na questão da escrita da propriedade “Marven Gardens” permaneceu.
Darrow gastou um dinheiro produzindo varias copias e começou a vender. Era tão precária a falta de dinheiro de Darrow que as primeiras cópias nem vinham com as peças dos jogadores. Nas regras ele sugeria que se utilizassem qualquer objeto ao alcançe em casa. Ele tentou empurrar o jogo para a Milton Bradley C.O e, novamente, para a Parkers Brothers, mas ambos não quiseram alegando ser um jogo muito complicado e longo.
As vendas esgotaram o jogo. Com o dinheiro e muitos pedidos acumulados, Darrow reinvestiu em mais 7.500 copias. Nesse ponto as noticias do sucesso do jogo começaram a se espalhar mais e mais até que finalmente a Parkers Brothers acabou cedendo e adquirindo os direitos do jogo.
No contrato Darrow ficou com uma grana e Royalties das vendas futuras. Tudo para o “único criador” conforme Darrow se auto-nomeou.
A Parkers Brothers começou então uma grande fabricação. E não parou mais!
Melhoraram o jogo, o design, introduziram as famosas peças dos jogadores e criaram o famoso “banqueiro” que hoje é símbolo do Monopoly. As vendas dispararam, ao ponto da empresa ter que paralisar outras linhas de jogos só para produzir mais e mais e atender a demanda que não parava de crescer.
Bom, já que as vendas estão altíssimas nada mais justo do que patentear logo o jogo certo? Não é bem por ai rs....
Os advogados da Parkers se depararam com um problemão na hora de realizar a patente. Deram de cara com a patente do Landlords Game de da versão do Finance Game. Acharam ainda mais um parecido chamado Inflation (inflação) registrado no Texas.
Sem duvidas na mente, a Parkers correu para comprar todos os direitos sobre todos os jogos, incluindo uma boa grana para Magie pelo Landlords Game.
Darrow não saiu ileso e teve suas participações nos lucros diminuída contratualmente, o que não o impediu de se tornar um milionário e de se aposentar de forma muito confortável. Só no final de 1935 já haviam sido vendidas mais de 230 mil copias do jogo.
Magie ganhou um dinheiro e uma promessa de que o Landlords Game iria ser publicado do jeito que fora concebido, o que ocorreu em 1939. Infelizmente essa é uma triste história para Magie que viu seu jogo naufragar a ponto de lojistas ameaçarem parar de comprar o Monopoly se a empresa não recebesse de volta as copias encalhadas do Landlords. Naquele ano muitas das copias do jogo de Magie foram devolvidas e destruídas pela fabricante.
Ao longo dos anos, o Monopoly ganhou mais o mundo. Espalhando-se em diversas línguas diferentes e adaptando-se aos nomes locais para atrair mais e mais jogadores.
Por volta de 2016, mais de 250 milhões de cópias já haviam sido vendidas no mundo e ele continua sendo um dos Bestsellers mundiais.
Espero que tenha gostado da historia, e não se preocupe. Eu te vendo a minha "Saida Livre da Prisão".
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