Como vai meu amigo?
Ansioso!
Mas por quê?
Como por que? Quero saber mais sobre Klamer! O que aconteceu?
Quem é Klamer?
Ahh nem vem com essa!!
Rs... ok, vamos lá!
THE GAME OF LIFE – REINVENTANDO O MITO (PARTE 2)

Ja te contei que a versão de Klemer para o Game of Life foi imediatamente adotada pela Milton Bradley Co.
A versão dele refletia no tabuleiro o consumismo americano dos anos 60. Para começar ele já era mais parecido com a nossa versão atual, nada de um tabuleiro cheio de quadrados. Agora o caminho serpenteava ao longo de todo o mapa, como uma estrada. As vezes com bifurcações mas independentemente o caminho sempre terminava no mesmo lugar. E foi Klamer que veio com a ideia dos pinos azuis e rosas!
Acionem seus motores!!
O Dinheiro foi introduzido como a nova fonte de vitória. O jogo já não era mais uma corrida desenfreada.
No começo os jogadores ganharam escolhas! Algo inédito. Podia-se optar pelo caminho a seguir, indo para a faculdade e obtendo profissões ou partindo direto para os negócios. E nesse ponto o jogador deveria pensar sobre o que fazer pois isso determinaria a quantia ganha a cada vez que passasse por uma das muitas casas de “Dia do Pagamento”.
As profissões estabelecidas na criação do jogo eram as mais proeminentes da época. Você podia ser um Doutor, Advogado, Fisico, Professor ou jornalista. E como o engessado mercado de trabalho da época, uma vez escolhido a profissão. Para sempre ela será!
Uma curiosidade: Lembra que o jogo não tem dados? Pois é. Essa foi uma decisão da empresa. Eles associavam o dado como algo do mal, voltado a vícios etc.. fora que o Monopoly já estava usando isso e não queriam associações entre os jogos. Vai saber. Seja como for, Klamer veio com a roleta que tanto conhecemos como ótimo substituto.
A famosa!
O jogo da vida ensinou muitas coisas ao longo de sua existência. Introduziu aspectos como Ações de companhias. Algo não muito comum nas famílias americanas que não possuiam muitos investidores nesse tipo de modalidade e passou a permitir que pais conversassem com filhos sobre o tema.
As crianças cresciam jogando o jogo! E algumas dessas pequenas vidas tomaram rumos inesperados.
Quer ouvir outra história interessante?
A vida de Klamer foi salva por um médico cirurgião que, após descobrir quem era seu paciente, se revelou um fã jogador que cresceu com o jogo e desde criança havia percebido que sempre que caia na casa e pegava a profissão de Médico no jogo, invariavelmente acabava ganhando. Isso o estimulou a seguir a mesma carreira na vida real também. Eta mundo pequeno.
Existem versões das mais variadas, até mesmo uma do Star Wars. E o jogo evoluiu com a sociedade também.
Olhando versões antigas encontraremos casas como “Voce descobriu um depósito de Uranio” refletindo a corrida atomic dos EUA nos anos 60, ou então “Voce comprou um casaco feito de pele de animal” que em versões posteriores foi substituído para apenas casaco, extinguindo o estimulo ao uso de peles de animais.

Tabuleiro retrô do jogo original
As mudanças ocorreram também no final do jogo. Antes haviam as Poor Farms, algo como uma espécie de retiro de pobreza coletivo em que pessoas menos favorecidas passariam o resto de suas vidas trabalhando (se pudessem) em plantações ou em outras atividades para ajudar uns aos outros. E é para lá que iriam os jogadores que terminassem o jogo com pouco dinheiro.
Como uma alternativa menos deprimente, no dia do Juízo, a ultima casa do jogo, caso o jogador não possuísse dinheiro o suficiente para se tornar milionário ele ainda poderia apostar tudo na “roda da fortuna”. Caso não ganhasse, não iria para a Poors Farm.
Porém, graças a criação da Seguridade Social, as tais “fazendas coletivas de pobreza” na américa do norte começaram a entrar em declínio e o jogo, claro, acompanhou a mudança. Eventualmente a Poors Farm foi substituída por uma casa de "Viver na Seguridade Social".
Essa casa final chegou até mesmo a ser uma opção entre Milionário e “Vida fadada a pobreza”.
O capitalismo escorre por todo o tabuleiro na versão de Klamer. Agora os jogadores não necessariamente "perdiam" o jogo. Todos se divertiam e ganhavam dinheiro, casavam e tinham filhos. Era uma reprodução da vida em tempo mais curto. E mais divertido.
A versão dos anos 80 trouxe, com o boom do petróleo, os seguros. Especialmente o de carro. E em algumas versões os jogadores já começavam com ele.
O jogo evoluiu, e continua em constante evolução. Versões mais modernas permitem a troca de profissões (algo mais comum nos tempos de hoje), tentam suavizar a corrida pelo dinheiro estimulando a "busca pela felicidade” como que tentando retomar os valores e ensinamentos no jogo. Mas uma coisa é certa: O jogo vai caminhando e refletindo a sociedade em que vivemos.
Reuben Klamer
Uma ultima curiosidade! Chris Pender, um rapaz entusiasta de jogos, criou uma “versão mais séria” do jogo. Chamando de O Jogo da Vida Real.
Nele os jogadores percorrem casas como “Voce foi sorteado para a guerra e vai para o Vietnam”, os jogadores poderiam “encontrar Deus”, Entregar-se a prostituição ou até mesmo engravidar após ter feito sexo sem proteção.
Sexo, drogas e rock and roll. Aqui não tem nada de felicidade ou fantasia! Aqui o bicho pega!
Uma paródia interessante e hardcore que ele depois vendeu na Internet.
A vida como ela é? Talves rs...
Agora beba seu leite e vá dormir. Amanhã tenho um vôo para pegar. Eu e Klamer temos muito a conversar.