Me identifico totalmente com os seguintes pontos:
1. Isolamento: Comecei meu grupo Tabuleirando com o Doidêra com apenas mais duas pessoas. Devargazinho, fomos convidando outros amigos e, entre assíduos e inassíduos, chegamos a ter 12 pessoas no grupo. Depois fiz uma faxina e excluí aqueles que muito raramente vinham. Aí ficou só 9. Quando um dos primeiros membros foi morar em outra cidade, sendo um dos mais assíduos, outro desistiu. Outro passou num concurso e ainda vem, mas bem menos que antes, outros dois diminuíram a frequência, um passou na faculdade e agora tem bem menos tempo de vir, e assim atualmente estou buscando novos membros ativos para o grupo.
10. O tempo escasso (e valioso!): Da minha parte, no início do grupo, tinha tempo razoável, depois passei por um período de um ano bem apertado, e a solução pra não desanimar os demais, já que detinha o monopólio dos jogos no grupo, foi a de vender coletivamente parte da minha coleção, para que eles pudessem jogar na minha ausência, o que deu certo. Esse ano, estou com muito mais tempo, mas os demais, como citado no item 1, nem tanto, o que está gerando um descompasso frustrante, pois na época em que eu tenho mais tempo, os demais diminuíram suas disponibilidades.
11. Os não jogadores: realmente, principalmente quando são da família. Minha esposa joga títulos mais leves principalmente nos eventos e passeios familiares, mas ultimamente tem pouco tempo. Tento recrutar mais gente pra conhecer esse universo estranho à primeira vista, que são os jogos de tabuleiro, mas muitos são apresentados e não demonstram interesse, outros mostram algum interesse, mas não participam muito, jogando ocasionalmente. E uns poucos, raros, descobriram um mundo novo, maravilhoso, adotando o hobby ativamente. E muitas vezes a família não entende o que é gostar de um passatempo ou o prazer de colecionar alguma coisa.
Meu grupo é organizado, temos um Regulamento, até bem extenso, temos ranking de pontos pelas partidas jogadas, temos níveis hierárquicos de jogadores, desde o Convidado, passando pelo Candidato, Aspira, Estagiário e Membro, reserva ou titular, mas isso é objeto de outro post.
O texto, além de falar profundamente à alma do jogador/colecionador, serve de consolo por sabermos que essas situações são comuns a mais pessoas amantes desse hobby maravilhoso.
Como moro numa cidade pequena, não existe eventos, lojas e acredito que sou o único colecionador da região. Adoraria jogar mais, pois sou um bom anfitrião, gosto de deixar todos à vontade, nossa mesa é grande, com muitas cadeiras, bem na ntrada da casa, ventilada, bem iluminada, com comida e bebida... Mas mesmo assim marco um encontro, o pessoal confirma, mas em cima da hora, desmarcam ou simplesmente faltam e nem avisam.
Excelente texto, encontrei alento em suas palavras.