Eu acho esse jogo, de fato, sensacional. Falhas? Existem, sem dúvida, mas todas sanáveis, na minha opinião. Eu não tenho problema nenhum em adequar as regras do jogo para melhorar a experiência do grupo, desde que o grupo inteiro concorde com as mudanças. Acho razoável fazer um ou outro ajuste nas regras, se isso agrada o grupo. Afinal, você comprou o jogo pra se divertir, não pra prestar contas ao designer/editor de como você está jogando. No Fief, eu vejo necessidade clara de ajuste:
1- No modo com 3 e 4 jogadores. Com esse número, a vitória em solitário deve se dar com o acúmulo de 4 flores-de-lis, ao invés de 3.
2- Com 4 jogadores, também deve ser proibida a aliança matrimonial, já que isso pode definir muito cedo o resultado jogo, já que duas famílias fortes se unindo, não vão deixar outra alternativa às duas mais fracas, senão se unir também, o que vai tornar o jogo uma batalha inglória entre uma super potência e uma dupla fraca.
3- A aleatoriedade do jogo, pra mim, é quase perfeita. Simula bem a realidade da época. A única coisa que modifico quando jogo é o acúmulo de desastres num só bispado. As regras permitem que o bispado seja atingido por mais de um desastre na mesma rodada. E acreditem, isso pode acontecer com frequência e pode acabar detonando todas as possibilidades do jogador se sustentar de forma viável no jogo. Então, acho razoável não permitir o acúmulo. Se jogou o dado e caiu novamente naquele bispado, joga novamente o dado até que caia em outro bispado.
Observando os itens 1 e 2, se reduz bastante os argumentos de que o jogo é para 5 e 6 jogadores. Agora, a bem da verdade, Fief não é um jogo pra todo mundo. Só vai gostar de Fief o jogador que realmente quiser aprender a jogar Fief. Fief pede um grupo coeso que goste de jogar Fief. Justamente porque é um jogo que tem muitos detalhes, detalhes que precisam de mesa pra serem bem absorvidos. Só um grupo coeso, que jogue com frequência vai conseguir sentir a experiência que o jogo tem pra oferecer, porque há muitas passagens no jogo que não são apresentadas em algumas partidas. Por exemplo, tem partida que acaba sem ter entrado Papa no jogo (o Papa abre várias possibilidades a serem exploradas), tem partida que acaba sem ter entrado Rainha (a Rainha é um fator de intriga entre a família do Rei e a da Rainha, já que a morte do Rei pode fazer Rei um membro da família da Rainha, o Príncipe herdeiro), etc. Então, jogar Fief duas ou três vezes não é suficiente pra conhecer as inúmeras (e bote inúmeras nisso) possibilidades estratégicas que o jogo tem a oferecer. Enfim, um grupo que gosta de variar jogos a cada encontro dificilmente vai gostar de Fief.