Bom dia, tabuleiristas!

Não é novidade alguma que a mercantilização da diversão com os jogos de tabuleiro tem aprimorado os seus métodos de apreensão de nossas mentes e de nossos corações para que o nosso sofrimento psíquico em decorrência do medo de ficarmos de fora do hype (Fear of Missing Out – FOMO) seja capitalizado pelas grandes editoras (e indústrias de fármacos?).

Esta é uma lista tragicômica apenas para sobreviventes, que já transcenderam a ansiedade da propaganda, que já se desviaram das bombas de luzes e cores vibrantes dos Kickstarters, Gamefounds, Catarses, e que já não encontram mais qualquer melodia nos discursos eloquentes e empolgados de influencers digitais.

Essa lista é para vocês, sobreviventes, que conseguiram desarmar minas de importantíssimos boletos mal pagos antes de adentrarem, como kamikazes, em mais um insano voo explosivo rumo à perdição financeira; que já venceram a imaturidade de gastar horas e horas por dia com os órgãos visuais ressecados nas telas do BGG e Ludopedia aguardando pela próxima injeção de ansiedade, enquanto seus filhinhos gritam solitários “Papai! Mamãe!”.

Essa lista é para você, que hoje goza da paz da fina flor do tabuleirismo, sem histeria, sem pressa, sem excesso, despropósito ou facciosismo. Para você, sobrevivente, que é pura paz, prazer, cuidado de si, sanidade mental, saúde física, equilíbrio financeiro e sociabilidade.

Liste e relate a sua experiência sobre aquele jogo que tentou te aprisionar nesta armadilha mercadológica, cujas propagandas apertavam a sua mente e te deixavam de alma espremida, agonizando num corpo acabrunhado. Aquele jogo quase inalcançável que te deprimiu, levando-o a pensar em desistir do tabuleirismo. Aquele jogo que quase te matou, mas que, ao fim da guerra, você saltou decidido, abandonando as chamas do hype para trás, gritando a plenos pulmões: “Valeu a pena! Sou mais um sobrevivente!”.