por Patanga Cordeiro
- comecei no hobby em 2018 (apesar de sempre gostar, não tinha com quem jogar)
- voluntário de cursos de meditação gratuitos em SP

O meu coração
É o lar
Dos meus sonhos.
-Sri Chinmoy
(A votação está no fim do artigo)
Hoje eu estava conversando com o Fernando (usuário aqui da Ludopedia que parece um irmão gêmeo do Gandalf do Senhor dos Anéis), e ele me perguntou se eu podia trazer um jogo para ele dos EUA e receber como parte do pagamento um jogo da coleção. Como estou prevendo uma série de gastos nesse fim de ano com os projetos onde sou voluntário (impressão de livros de meditação, cursos gratuitos, etc), tive que recusar a oferta. Mas deixei um comentário bobo, explicando que, infelizmente, o banco ainda não aceita jogos para eu pagar minhas dívidas

O que deu vazão ao pequeno texto que escrevo foi a resposta dele. “Você acredita que a moça da lotérica não quis aceitar o meu Ticket to Ride para pagar a minha conta de luz!?” Na hora eu pensei: “Puxa, se essa moça soubesse, tinha ficado com o Ticket to Ride e pago a conta do bolso dela!”
O que acontece é que todo lar tem que ter um Ticket to Ride.
É um jogo que 99% das pessoas vão gostar, que você pode jogar toda semana sem enjoar. Se chamar a sua vó para jogar junto com você e a sua sobrinha, ela vai conseguir jogar talvez até sem óculos (eu não consigo jogar sem óculos). As regras levam 30 segundos para explicar. Tem a tensão de torcer para que ninguém compre aquela locomotiva antes de chegar a sua vez (nem fechar a sua única estação para completar uma rota). E, se comprarem a tal locomotiva, você pega aleatoriamente duas cartas do baralho fechado e... bum! Duas locomotivas!!! Yes!!!!! O jogo tem estratégia, sorte, take that e uma tensão positiva, sendo muito simples em tudo. Genial. Não é a toa que é tão popular.
Acho que as crianças seriam mais felizes se tivesse Ticket to Ride nas escolas delas. Fiz estágio numa escola estadual que tem uma biblioteca muito grande e muito boa. Mas, quem lê? Ninguém! Podia ter uns 10 livros a menos (ainda sobraria milhares) e um Ticket to Ride pra brincar no recreio.
Meu dia das mães neste ano foi o melhor de todos, porque joguei com meu pai, mãe e irmã o Pandemic. Foi uma união familiar que não lembro de ter visto pelo menos nos últimos 15 ou 20 anos. Todo mundo ficou de cabelo em pé. Tá certo que eu mudei umas regras que eles não sabiam durante o jogo para conseguirmos ganhar (minha mãe não ia ficar feliz se perdêssemos, então não teve jeito – mas jogos existem para deixar as pessoas felizes, então propósito cumprido!).
Agora, eu queria saber de vocês: qual jogo que você acha que todo lar deveria ter?
Se fosse só um jogo, o jogo derradeiro, para jogar hoje, ano que vem, com seus amigos de infância, com colegas de trabalho, com sua namorada, que vira noiva, esposa (e ex-esposa às vezes), e daqui a 10 anos dar para o seu sobrinho jogar até que ele cresça e resolva ter uma coleção de board games e precisar fazer hora extra no trabalho para pagar a coleção, qual seria? Se quiser, deixa um comentário. Se você escolher um que já está na lista, deixa um comentário e dá um joinha.