O Enigma do Sol Oculto – mini review do livro-jogo (sem spoilers)
O corpo é um templo. Um templo precisa de janelas. Suas janelas são os livros, livros sublimes e repletos de alma. Mas a porta do templo, a porta principal, é a aspiração.
-Sri Chinmoy
Eu não consigo viver sem livros.
-Thomas Jefferson
O que interessou
Ser um livro-jogo (nostalgia da infância), mecânicas legacy (o livro muda a cada jogo) e a produção e tamanho do livro (é bem maior que os livros-jogo comuns, com 1150 entradas e umas 600 páginas).
Como funciona
Num livro jogo, você vai lendo a história e tomando decisões, e vai da página onde está para a página X ou Y, de acordo com a sua escolha. Cada decisão tem uma consequência. Então os caminhos vão se bifurcando, e você pode ter experiências diferentes a cada vez que joga o mesmo livro.
Neste livro em particular, você vai alterando o livro enquanto joga. Ou seja, dependendo do que você fizer agora, um certo caminho futuro será diferente do que se não tivesse sido feito. Tem uns mecanismos bem interessantes – adesivos, alterações nas páginas, etc.
Sugiro ter um caderno para fazer anotações de detalhes, como nomes e números de ruas, etc.
Tema
O tema é de horror no estilo de Lovecraft. Eu não gosto desses temas, pois prefiro mergulhar em coisas mais luminosas, ou ao menos transformadoras, do que numa escuridão pura e insondável – mas entendo que muitos diferentes de mim vão gostar do tema! Não dá para crianças jogarem, pois ficarão com medo na hora de dormir (não estou falando de mim, certo : ) ?)
Duração
Não contei, mas acho que deve levar umas 7-10 horas para jogar a história toda.
Regras
Muito simples. Se já jogou um livro-jogo antes, a única grande novidade é que este livro tem vários adesivos, uns 50, que você vai colando no livro. A criação de personagens também é mais interessante do que nos livros-jogo da minha adolescência.
Produção
Perfeito. Ótima impressão e tudo o mais. Senti falta de um marcador de página de tecido, colado no livro, mas eu mesmo fiz um e colei.
Partidas
Uma partida. Colei os adesivos no livro de forma que outra pessoa ainda possa jogá-lo a despeito
Conclusão final:
Foi muito legal! Só o tema que não gosto, mas a experiência e como o livro foi bem escrito pela KarenSoarele mais do que compensam! Gostaria de ver mais livros-jogo dela, e quem sabe uma entrevista! O jogo é linear, mas não é. Você pode ir para certos lugares antes da hora… mas não pode. Mais do que isso, não posso contar! Só para quem jogar o livro! Outra coisa é que o livro aceita os seus erros em grande parte, e você ainda consegue vencer a situação, apesar de ter que passear um pouco mais. Tem muito conteúdo, e tenho certeza que deixei uma boa parte do livro sem ler ao ter jogado ele uma vez.
Para quem gosta, posso recomendar bastante também o Legacy of Dragonholt, que é bem parecido e o tema é fantasia medieval. O sistema que usa-se lá para as mecânicas legacy é um pouco mais simples: você vai marcando números numa ficha. Por exemplo “A2”. Num determinado momento, o livro pergunta: “Se tiver marcado A2, vá para X. Se não, vá para Y”. É mais simples e eficiente, e mais fácil para outras pessoas jogarem depois, mas acho que tem gente que vai gostar de colar os adesivos.
Agora estou aguardando o Alice no País dos Pesadelos chegar, também do site da Jambô Editora!
Sobre esta série de mini-reviews:
Esses reviews vão ser sempre baseados em primeiras impressões, pois é justamente como gostamos de jogar por aqui: se o jogo é muito bom, jogamos mais vezes; se não encanta de primeira, é vendido/trocado. Preferimos buscar jogos que nos encantam já na primeira tentativa do que investir tempo e experiências tentando descobrir se aprenderemos a gostar de um jogo que não se demonstrou inicialmente promissor. A vida é curta!