Recentemente, numa conversa entre amigos, trouxemos em pauta alguns dos momentos que mais nos marcaram desde o início das atividades lúdicas do Grupo Além do Muro, nos idos de 2012. Dentre muitas bizarrices, causos relatados e boas risadas, eis que surge no bate papo o nome de alguns sapos da ficção (!), tais como Caco (ou Kermit para os novinhos), Michigan Frog, dentre outros anfíbios antropomorfizados... Opa! Pera aí! MICHIGAN FROG?!
CARAMBA! Se você é como eu, que passou bons momentos da infância vendo os desenhos da Looney Tunes, deve se lembrar desse estiloso sapinho tenor, dançarino e equilibrista. Ao ouvir aquele nome, imediatamente fui transportado para uma época sem preocupações, sem dívidas e sem compromissos, onde extravasava minhas ideias na forma de desenhos no papel e assistia aos animes e tokusatsus que passavam na TV Manchete. Uma época feliz e que contribuiu para a formação da pessoa que sou hoje. Michigan Frog, quem diria, foi o trigger para a minha NOSTALGIA!
Sim, a Nostalgia, ela mesma, a prima distante do Trauma, a irmã alto-astral da Saudade e a melhor amiga da Memória Afetiva (Memória esta que continua a dizer pro meu subconsciente que o primeiro filme do Mortal Kombat é ótimo...). A mesma Nostalgia que me fez amar BOSS MONSTER e recomendar o jogo para todos os seres viventes dotados de polegares opositores e amantes deste hobby sensação: os jogos modernos.
E por que eu recomendo o jogo? Bom, vamos lá:
Desenvolvido pela Brotherwise Games, BOSS MONSTER é um tabletop card game de pegada retrô no qual de dois a quatro jogadores assumem o papel de um vilão típico dos videogames, um Chefão poderoso cujo objetivo é construir sua própria masmorra (dungeon), atrair os heróis com os tesouros que se encontram em seu poder e destruí-los para obter a alma destes aventureiros. Bacana, né? Mas fica melhor.
Toda a roupagem do BOSS MONSTER remete aos jogos digitais antigos: a embalagem homenageia diretamente a caixa de NES do videogame Super Mario Bros; as artes individuais de cada sala da dungeon, de cada herói e cada magia são pixeladas em estilo 16-bits e contam com flavor texts divertidões, daqueles que você sente a necessidade de ler tão logo o lacre dos componentes é removido. Além disso, há MUITOS easter eggs espalhados na arte do jogo, fazendo referências diretas a personagens da cultura pop, filmes, jogos e séries.
A mecânica do game, por sua vez, é simples e intuitiva. Todo turno, na fase de construção, jogadores baixam uma carta de room para ampliar ou sobrepor uma área da masmorra. Cada sala tem efeitos próprios para infligir danos a um herói (ou até mesmo destruí-lo), podendo afetar ainda na compra de cartas e no dano provocado pelos cômodos adjacentes, e devem ser posicionadas da direita para a esquerda em relação ao Boss do jogador. Ao completar uma série de cinco cartas de room pela primeira vez no jogo, a habilidade do Chefão é desencadeada – e isso pode fazer toda a diferença no mid ou no lategame.
A fase seguinte é a chamada bait phase, a fase de isca, na qual os heróis são enviados da “cidade”, o centro da mesa, para as masmorras que tenham mais tesouros correspondentes à classe de cada herói (que pode ser guerreiro, ladrão, mago ou clérigo). A partir do momento que o herói é posicionado à frente da masmorra, é desencadeada a fase de aventura, na qual o insolente desbravador será submetido às provações de cada cômodo da dungeon até que ele seja derrotado ou, se sobreviver, combata o Boss controlado pelo jogador, infligindo dano. E é justo nessa fase em que se vê o uso mais frequente de outro tipo de recurso do jogo: as spell cards.
As spell cards (cartas de magia) podem anular o efeito de uma room, fortalecer os heróis que passam pela masmorra do oponente, anular efeitos ou magias e servem, majoritariamente, para ferrar o amiguinho. Podem, inclusive, ser utilizadas em diferentes fases do turno dependendo da iconografia apresentada no canto inferior esquerdo da carta, sendo “martelo” para efeito durante a fase de construção, “machado” para a fase de aventura, e ambos os símbolos para uso em uma das duas fases, à escolha do jogador.
Ganha o jogo o Boss que tiver acumulado 10 ou mais almas (heróis comuns derrotados fornecem uma alma; heróis épicos fornecem duas). Perde quem sofrer 05 ou mais danos no jogo (heróis comuns causam um ponto de dano, caso tenham sobrevivido à dungeon; heróis épicos causam dois). E o critério de desempate entre os jogadores ativos é o saldo de almas em relação aos danos computados.
Enfim, como observado, BOSS MONSTER empresta sua temática dos saudosos jogos de plataforma do passado, valendo-se de muitas referências para construir uma empatia com o jogador, aumentando a diversão e, consequentemente, a rejogabilidade.
Com o anúncio de que o jogo receberá uma versão em português-BR pelas mãos competentes da Redbox Editora, torço para que o alcance deste tabletop seja expandido e que a localização dos textos e dos nomes seja coerente e inteligível para o público brasileiro. Afinal, rompendo a barreira da linguagem, a Nostalgia tem tudo para ser o diferencial de um jogo que relembra o passado e abraça o novo na mesma proporção, tendo na diversão a sua maior qualidade, independente do XP do jogador
Muito legal a resenha, mas corrigindo um detalhe a caixa do Boss Monster se baseou na do jogo Super Mario Bros do Nes 8-Bit popularmente conhecido no Brasil como Nintendinho, já as cartas do jogo realmente foram baseados nos gráficos do Snes 16-Bits a expansão faz homenagem a caixa de cartuchos do Game Boy! Para quem viveu os anos 80 e 90 em grande companhia de amigos feitos de pixels, este é um cardgame obrigatório! Super recomendado!
Muito legal a resenha, mas corrigindo um detalhe a caixa do Boss Monster se baseou na do jogo Super Mario Bros do Nes 8-Bit popularmente conhecido no Brasil como Nintendinho, já as cartas do jogo realmente foram baseados nos gráficos do Snes 16-Bits a expansão faz homenagem a caixa de cartuchos do Game Boy! Para quem viveu os anos 80 e 90 em grande companhia de amigos feitos de pixels, este é um cardgame obrigatório! Super recomendado!
Opa! Tem razão! Já fiz o ajuste no texto. E confesso que ainda estou pra testar a expansão Boss Monster: Tools of Hero-Kind, que parece trazer elementos bem interessantes pro game =)