dharrebola::Olá!
Eu sou o Davi e você está no Análise Escrita.
Para comemorar o incrível trabalho feito pelos amigos Robson Moraes e Daiane Oltramari na organização e padronização do jogo do canal (Chernobyl), Trago hoje a melhor entrevista que já passou por esse canal.
Hoje não traremos nenhum grande nome do Hobby.
Hoje conversaremos com Alexey Besedin.
Alexey é um jogador "comum", como eu e você.
A única diferença é que ele está a 11000 km de distância.
Caro Davi Henrique (
dharrebola)
Rapaz, que coisa feia, um pai de família, educador, um sommelier amador, padeiro de fim de semana, um sujeito com reputação a zelar na Ludopedia, utilizando uma entrevista fake, como jogada de marketing para promover o lançamento do seu jogo Chernobyl. A continuar assim, quando você for lançar o jogo da Primeira Guerra, você vai me dizer que conseguiu entrevistar o último sobrevivente da Christmas Truce de 1914. KKKKKK



Agora fora de brincadeira meu amigo, que primor de entrevista. Achei simplesmente genial você trazer o ponto de vista não de um profissional do business, nem um grande designer, mas sim uma pessoa comum. Gente igual a gente, que gosta de jogos, mas também tem família, trabalho, uma história de vida e tudo mais.
Dito isso eu gostaria de destacar três pontos que eu achei muito interessantes.
O primeiro é que é muito bom nós vermos essa nova perspectiva de um outro mercado doméstico de jogos, para nós vermos que não somos apenas nós brazucas que passamos perrengues com os jogos. Já imaginou viver nessa situação complicada do Alexei, você tem dinheiro para comprar o jogo, mas não tem como comprar por conta das sanções econômicas. Aliás, falando nisso é muito bom você ter entrevistado um russo, especialmente nesse momento em que a Rússia é tão impopular no ocidente, por conta da Guerra da Ucrânia, para as pessoas daqui verem que no maior país do mundo não vive apenas o Putin.
O segundo ponto que eu gostaria de destacar é que mesmo vivendo em um país totalmente diferente do nosso, nós podemos concluir que essas diferenças, que em um primeiro momento parecem imensas, quando se vê de perto, se percebe que talvez nem nos tornem tão diferentes assim.
O terceiro e último ponto, que eu gostaria de destacar tanto em relação a você com essa série de maravilhosas entrevistas, do mesmo modo que em relação ao Alexei, é que em determinadas situações, por mais adversas e complicadas que elas possam parecer, sempre há um jeito, desde que se esteja disposto a "suar a camisa" o suficiente.
Eu sei que tem muita gente aqui do Ludopedia, lendo esse tópico, que curte jogos, mas mora longe dos grandes centros e tem muita dificuldade até mesmo de jogar. Para essas pessoas eu recomenda meditar sobre o caso do Alexei. O sujeito não apenas mora em um país, em que praticamente não há como comprar jogos, além de morar em uma cidade murada, que para alguém de fora visitar, é preciso marcar com 10 dias de antecedência. Mesmo desses obstáculos quase instransponíveis o povo de Novouralsk, conseguiu com muito esforço, criar um clube de jogos, que é um espaço para quem curte board games. Então se acaso alguém que estiver lendo se encontrar em situação parecida, eu acho que vale meditar a respeito, e se você não tiver um grupo para jogar na sua cidade, crie você mesmo o seu grupo. Muitas vezes, basta tirar um jogo feito um Azul. ou um Splendor da vida, e começar a jogar na mesa de uma lanchonete, com a Esposa, filhos, amigos ou um vizinho, que talvez antes do que se imagina, se cria uma comunidade boardgamer local. O que não se pode fazer é não fazer nada.
Para terminar, eu de forma alguma quero parecer agressivo, nem ofender ninguém, mas um ensinamento muito verdadeiro que eu aprendi nessa vida, que certamente não se aplica a tudo, mas a quase tudo, é que "quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa"!
Mais uma vez, parabéns pelo excelente trabalho meu amigo!
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio