Cara, que entrevista incrível, e com esse artista tão especial, meus parabéns!
"A arte fala primeiro aos sentidos, e isso é universal". Para mim, com isso ele reforça que a apreciação intelectual da arte fica em segundo plano, e vou mais longe, muitas vezes pode ser indesejável, um desserviço. Além disso, uma fala dessa vinda de um artista que faz um trabalho figurativo me soa como uma lição de humildade. Digo isso porque gosto muito de arte e poucas coisas me dão mais desgosto do que ver cada vez mais pessoas defendendo o argumento de que só o realismo é arte de verdade. Isso é um dos pensamentos mais equivocados que pode existir.
Sei que muitas pessoas se veem diante da angústia do "picareta da arte" - os Romeros Britos do mundo, que eu acho que é um fenômeno que, a meu ver, tem como o culpado o mercado de arte, e não a arte em si. No final das contas, arte é uma coisa que não tem como ser definida, a gente tem um todo um saber sobre a arte, mas que, no máximo, nos oferece algumas direções, então a gente tem que bancar o risco de se entregar e sustentar a dúvida.
No final das contas, eu fico com a proposta de um grande historiador da arte: a arte é, antes de mais nada, uma ideia.