Thokmay::MatheusAleM::Legal o texto, amigo!
Na real eu acho que a comun (...)
Da mesma forma, com jogos de tabuleiro, se você quer abraçar todos eles ao mesmo tempo, a qualidade desse abraço vai deixar a desejar.
Para seguir no hobby de uma forma mais saudável é fundamental entender mais sobre você mesmo, definir os seus gostos (mecânicas e temas), estipular suas preferências e os seus reais interesses, e limitar a quantidade e a qualidade dos seus jogos. Assim, fica muito mais fácil de ter vontade de aprender e se dedicar aos jogos que possui, não abrindo espaço para a preguiça e para o desinteresse.
Não caia nas armadilhas de assistir vídeos de regras e utilizar IA para aprender jogos. O hobby é seu, não terceirize.
Fala, Thokmay!
Primeiro, eu
concordo plenamente com um ponto que você levantou: realmente existe um problema em acumular jogos e não jogar nada. Vejo gente comprando lançamento atrás de lançamento, criando uma coleção enorme que acaba servindo mais como decoração do que como hobby. Eu mesmo evito isso. Só compro um novo jogo quando sinto que esgotei bem o anterior — e digo isso enquanto ainda estou destrinchando meu “Kings of Tokyo”, comprado em setembro. Nem joguei com todos os monstros, ainda tenho muito pano pra manga ali. Então, sobre esse ponto, estamos totalmente alinhados.
Mas
discordo da parte da “preguiça e desinteresse” como causa principal. Isso simplifica demais um cenário que é bem mais complexo. Basta olhar os próprios comentários da comunidade: há inúmeros relatos de
manuais mal escritos, confusos, redundantes ou até contraditórios. Isso não é preguiça, isso é um obstáculo objetivo. Quando um manual não cumpre sua função básica, ele realmente exige mais energia do jogador — e não é todo mundo que tem essa energia disponível todos os dias.
E aí entra outro fator:
o tempo. Para muita gente adulta, com trabalho, família e rotina apertada, o tempo disponível é de 2 a 3 horas por dia — quando muito. Eu acabei de escrever um artigo defendendo que o jogo Memoir ’44 merece vir ao Brasil (
post). Ele é leve na complexidade (2.27/5), tem um manual de 17 páginas traduzidas, mas também possui dezenas de variantes, FAQ, módulos adicionais e um oceano de material complementar. Como eu e meus amigos vamos explorar tudo isso se, na prática, nosso tempo é curto? É natural que uma ajudinha — seja uma explicação pontual, um vídeo de regras ou até uma IA esclarecendo uma
dúvida específica — torne a experiência mais fluida, mais eficiente e até mais prazerosa. Isso não é preguiça, é gestão de tempo.
E sejamos sinceros:
usar ajuda não é algo novo 
. Para completar 100% o modo história do maior jogo da história da humanidade —
Red Dead Redemption 2 (quem discordar de mim é maluco!!!) — eu precisei ver alguns vídeos no YouTube. E não tenho vergonha nenhuma disso. Nos anos 90 a gente devorava revistas de dicas, detonados e macetes. Quem nunca usou a SuperGamePower ou a Ação Games para passar de uma fase impossível
que atire a primeira pedra!
Os tempos mudaram. E, com eles, surgiram novos desafios… e também novas ferramentas. Hoje, quem sabe usar esses recursos com sabedoria — vídeos, tutoriais, IA, guias — ganha tempo,
joga melhor e extrai mais do hobby. Não vejo isso como fraqueza mental, mas como adaptação inteligente. Aliás, o objetivo final do hobby é jogar, se divertir e compartilhar boas experiências com quem gostamos. Se um pouco de ajuda acelera esse caminho, por que não usar?
No fim das contas, cada pessoa tem seu ritmo, seu tempo e sua forma de aprender.
Não é preguiça. É vida real. E, se a tecnologia pode tornar o hobby mais acessível, mais leve e mais prazeroso… ótimo! Afinal, o mais importante não é “abraçar todos os jogos ao mesmo tempo”, mas sim apreciar verdadeiramente cada minuto que conseguimos dedicar ao que amamos.
Abraços!