Eu percorri o caminho contrário. Dos RPGs de mesa pros boards.

Pela sua pergunta, fiquei com impressão que vc está procurando algo no estilo "aventura pronta de múltiplas escolha", alguma coisa que traga uma história pronta que vc siga sem precisar de alguém criando e administrando o mundo. Se for isso mesmo, não tenho experiência com o tipo, mas tenho ressalvas, vez que me parece serem jogos fechados/limitados, menos interessantes.

Agora, os RPGs de mesa, tipo D&D e Storyteller (Vampiro, Mago) têm potencial para serem excelentes experiências. Divertidos e épicos. Mas exigem uma regularidade dos jogadores, um compromisso, que, pra muitos, fica cada vez mais difícil de conciliar com os demais compromissos da vida adulta - ao passo que uma mesa de tabuleiro é episódica, aparece quem der, e, na próxima, pode mudar a formação sem prejuízo.

Não só, RPGs de mesa exigem um mestre criativo, com muito jogo de cintura pra conduzir bem a história, lidando com imprevistos que talvez destruam planos cuidadosamente montados em segundos ( tipo a galera simplesmente contornar a dungeon, e não se aventurar lá). E o cara tem que ser compromisso, tem que querer muito contar sua história, pois é muito comum mestres desistirem no meio da campanha. Esse conjunto de habilidades é difícil de achar numa só pessoa.

Enfim. RPGs são ótimos, mas exigem muito mais condições pra funcionar que jogos de tabuleiro. 

Esses últimos, aliás, são mais inclusivos, atraindo mais gente e permitindo jogadores ocasionais. Há, com certeza, um jogo de tabuleiro que apele pra cada pessoa. Basta saber identificar. Se, por exemplo, RPG nunca apelou pras namoradas da galera da minha turma, quase todas elas já apreciaram os boards.

Olá zimboard, hoje eu prefiro uma boa sessão de rpg à qualquer jogo de tabuleiro. Acho a experiência fantástica, mas como o RFreitas disse anteriormente, não é tão simples assim de fazer funcionar. Se você tem um grupo disposto a jogar e quer começar na cara e na coragem eu recomendo que você procure o canal do Azecos no youtube, ali você pode ter uma ideia do que é uma aventura de RPG. Se já tiver um mestre experiente entre de cabeça, acho que você não se arrependerá.

bom dia amigo.

todos os rpgs são cooperativos. ou semi, já que sempre tem que ter um mestre, que faz as vezes de todos os outros personagens que não jogadores (seria como se o mestre fosse o aparelho do videogame em si).

quando a dicas, isso é MUUUUUITO variado. existem milhares de RPGS, que variam de regra e complexidade e também em relação ao cenário. existem jogos concentrados em vampiros, em sci-fi, a maioria esmagadora em mundos medievais, e assim por diante.

dos modernos e fáceis de achar, eu gosto bastante do Reinos de Ferro, que é um mundo medieval mas com pegada steampunk. tem magos, reinos, etc, mas também têm máquinas a vapor e robos gigantes movidos a magia e vapor. é um jogo bacana até por que na hora dos combates devem-se usar miniaturas (que não vem no jogo, ou você compra ou usa outras que tiver de outros jogo, só pra demarcar a localização) haha.

um bem clássico é o D&D. mas confesso que eu nunca joguei. mas é o mais puro "medieval" que você vai conhecer.


tem o shadowrun, que tá vindo agora pro brasil. é um mundo steampunk, onde num futuro tecnológico alguma coisa deu errado e a magia apareceu, então temos elfos, anões, orcs, etc num ambiente futurista cheio de metralhadoras, armas laser, corporações, hackers, etc.

o que eu até hoje mais gosto é o GURPS. acho as regras muito boas. e tem a vantagem que diferente da maioria dos outros que citei, ele é genérico. suas aventuras podem ser em QUALQUER ambiente. as regras servem pra jogar como vampiro, como super herói, como sci-fi, como reino medieval, nos tempos modernos, como história de terror, etc.

o único problema do gurps, é que eu não jogo tem uns 16 anos e parei de acompanhar também. na época tinha um gurps "little" que abreviava um manual imenso de 200 páginas em só 40, com apenas umas 20 de regras (pra um livro de rpg isso não é nada, vai por mim. embora os livros sejam grandes justamente pra dar enfoque na ambientação). enfim, o problema do gurps era que ele colocava regras até pra cavar buraco. e na real a regra de ouro de um rpg é que o mestre pode ignorar a regra que quiser. porém um mestre novo geralmente acaba querendo usar tudo. resumidamente, se ainda existir e você achar pra vender a versão little do gurps, compre sem pensar duas vezes. acho que é o rpg mais legal e que mais abrange ambientações diferentes, então você vai ter um leque grande de opções.

oi, zimboard. Bom dia.

Como o colega acima, também fiz o caminho dos RPGs para os tabuleiros após muitos anos mestrando diversos sistemas.

Afinal, quando chega uma certa fase da vida adulta, é muito mais difícil manter um grupo de RPG estável. Explico: ao contrário da maioria dos jogos de tabuleiros, nos RPGs a continuidade é essencial; você joga diversas aventuras e sessões com o mesmo personagem (essas aventuras constituem uma campanha), por isso é necessário que todos, jogadores e mestre, tenham dedicação e comprometimento.

Quando as pessoas têm horários de trabalhos complicados, filhos e demais compromissos, fica meio difícil reunir o mesmo grupo regularmente para que a campanha se mantenha vibrante - isso foi um dos motivos (mas não o único) que me levaram aos board games. E como disse tão bem o RFreitas, é muito mais fácil juntar um pessoal pra jogo de tabuleiro.

Mas não deixe isso te desanimar, não!  RPGs são experiências fantásticas quando se tem um bom grupo.

Há muita coisa que eu posso recomendar, mas aí depende do gênero que você curte (fantasia medieval, ficção científica, etc.)

D&D é um clássico, mas não é mais publicado no Brasil - a Hasbro, que é dona do jogo, proibiu edições em língua estrangeira até segunda ordem da nova edição (a quinta). A última edição de D&D que foi publicada no Brasil foi a 4a, que eu particularmente não gosto (acho que ficou muito descaracterizada, não tem "cara" de Dungeons & Dragons, parece mais um MMO de mesa).

Também não recomendaria GURPS. Acho um sistema muito complexo e datado (de uma época, anos 80, em que sistemas cheios de regras eram norma, como Rolemaster ou Hero System) e que não cumpre o que se propõe (o fato de ser tão realista faz com que não funcione bem em cenários mais fantásticos, como super-heróis ou fantasia épica; o sistema simplesmente "quebra"). Hoje há outros sistemas genéricos muito melhores, como Savage Worlds ou FATE. Agora, se você pretende jogar algo mais realista ou pouco fantástico (Velho Oeste ou fantasia no estilho Conan, aí funciona bem - embora hoje eu utilizaria estes dois sistemas que te falei acima).

Shadowrun é muito legal, se você gosta de fantasia e cyberpunk, não tem erro. Só não posso te falar sobre o a versão atual (5a edição, que é a que está chegando ao Brasil agora), pois ainda não mestrei.

Tem também o novo RPG de Star Wars já lançado no Brasil que é muito bom também.

Abraços!

Olha, é bem mais fácil acontecer o caminho inverso como você pode ver com o pessoal relatando aqui. Eu tb sou um deles. Jogo RPG de mesa desde 1993 com o clássico AD&D (A segunda edição do D&D) e digo pra você que a maioria dos "rpgistas" vão preferir o RPG ao boardgame. Não que seja uma disputa do que é melhor, longe disso.

Mas como o pessoal já disse, todos os que migraram para o "board game" fizeram isso apenas porque é difícil manter um grupo de RPG estável, devidos os inúmeros compromissos e responsabilidades da "vida adulta" (digamos assim).

No meu caso, ainda consigo até hoje mestrar uma campanha para dois amigos meus, mas não na regularidade que gostaríamos (apenas 4x por ano). Enquanto que o board game consigo jogar quase todo final de semana, com amigos diferentes, minha esposa, e as vezes, até minha sogra. É muito mais fácil conseguir reunir alguém para jogar um board game já que não é necessário uma continuidade.

No seu caso, também fiquei com impressão de que você está procurando algo pronto para você e sua esposa jogarem juntos de forma cooperativa. Como outro colega disse, "alguma coisa que traga uma história pronta que vc siga sem precisar de alguém criando e administrando o mundo". No RPG você não ira encontrar isso, pois a graça do RPG é o fato de ter exatamente um mestre (Narrador, Dungeon Master, etc) que esteja lá para criar e imaginar todas as situações que os jogadores irão proporcionar com suas ações. Algo que você não irá encontrar numa aventura pronta, pois nem sempre a regra pronta irá prever todas as possibilidades e por isso limitará também suas ações.

Na minha opinião, o que vai funcionar melhor pra você é algum boardgame cooperativo. É o que mais chega próximo de uma partida de RPG, pois você não precisa de alguém para controlar a história. Já vai existir regras prontas que irão conduzir a história de acordo com as ações "permitidas". Como se fosse uma inteligência artificial. Assim, você conseguirá jogar junto com sua esposa de forma cooperativa. Se fosse RPG, sua esposa teria que ser o jogador e você o narrador da história, ou vice versa. Acredito que não é bem isso que você procura.

Acho que esse seria o primeiro passo para alguém que queira migrar de forma "inversa" (digamos assim), do mundo do boardgame para o RPG de mesa. Vejo os boardgames cooperativos como uma porta de entrada. Principalmente aqueles que tiverem rolagem de dados em sua mecanica.

Assim, indico pra você ou Robison Crusoé, Pandemic Legacy, Zombicide, Flash Point, Eldritch Horror, entre outros. Vai depender muito do tema que mais agrada a você e o tipo de mecânica.

Só para complementar a excelente resposta do Hildebrando, "Lendas de Andor" também é uma excelente opção, se você gosta de fantasia medieval. É muito bom mecanicamente e tem uma arte linda (do Michael Menzel, artista de Catan e Stone Age, e que também é o criador do jogo).

Já "dungeon crawlers" como Dungeon Saga ou Descent também são ótimas opções, além de serem o que há de mais próximo da experiência de um RPG dentro dos board games.

Minha ordem de preferência dos hobbies:
RPG > Board Game > Video-game

Complementando o que já foi dito, recomendo o Mice and Mystics como primeiro passo, visto que, apesar de ser um jogo de tabuleiro, ele possui uma história com início, meio e fim.

Mas não desista do RPG, procure aprender mais pois, assim como já responderam anteriormente, o conceito do RPG é bastante complexo.
Hoje meu grupo joga o 13a Era, que foi trazido pela New Order Editora. É um sistema excelente se você gosta de fantasia medieval, quer focar mais na história do que na mecânica e não quiser partir para um sistema complexo, como Dungeons and Dragons ou Pathfinder.

E complementando tudo o que já foi dito, Zimboard, se você quiser mesmo experimentar o RPG sem precisar de muito comprometimento, ou altos gastos, você pode tentar um livro jogo. A Jambô Editora acabou de relançar a série Aventuras Fantásticas, que não substitui exatamente o RPG, mas que eu acho bem mais próximo daquela experiência do que um boardgame.

http://jamboeditora.com.br/categoria/livros-jogos/

Opa Zimboard! Então, complementando o que o pessoal aí já disse.... para jogar RPG sempre vai ser necessário pelo menos alguém como Mestre, que fica o responsável por controlar todos os NPC (que seriam todos os personagens não jogadores, indo desde inimigos, aliados, etc.), conduzir a aventura, descrever as cenas... de certa forma é ele que fica com a maior carga de responsabilidade, normalmente tendo que se preparar previamente para conduzir uma sessão (o grau desse preparo depende de sistema para sistema, mas que eu me lembre nenhum é isento dessa necessidade)... se você deseja mestrar, talvez como primeira experiência seja interessante pegar uma aventura já pronta, no D&D 3 tinha uma série de aventuras oficiais que de certa forma se ligavam formando uma campanha.. outra dica é procurar alguém já com mais experiência para mestrar, igual o pessoal comentou...

de sistemas, além do que o pessoal comentou, vou deixar de sugestão o Dungeon World, publicado no Brasil pela Secular Games, que possui um sistema de regras, combate e interpretação fácil de aprender e rápido de executar, porém está restrito apenas para aventurar medievais fantásticas...
temos também o 3D&T, que é de graça, fácil de aprender e rápido de jogar... porém muita gente acaba torcendo o nariz pelos seus defeitos, possui algumas questões de desbalanceamento, bem como ser muitas vezes caricato e simplificado demais...


boa sorte nesta nova jornada!