Arthur Lacerda, o (melhor) "Lacerda", o biribeiro, o pipoqueiro do DOFF, finalmente está neste podcast, que agora deixa de ser um monólogo. (Será que esse movimento nos levará ao 200?) 
Esse cast nos leva a uma reflexão: será que conseguimos enxergar um paralelo na história de outros setores da economia?
Você começa com um artesão, um alfaiate, fazendo camisas sob medida, de maneira manual. Depois, a produção evolui para uma escala industrial, com produtos padronizados. Paralelamente, surge um contramovimento de confecções pequenas e personalizadas. Essa indústria de roupas artesanais coexiste com a grande indústria, mesmo que de forma periférica ou até elitista.
O mesmo fenômeno acontece com a música, com a arte e, agora, estamos vendo isso nos jogos de tabuleiro. Será que não estamos diante de um paralelo claro?
É engraçado observar que o Lucas Fratini, por exemplo, não abriu mão de todo o processo de desenvolvimento do seu jogo, tratando-o quase como um filho. Enquanto isso, existem outros designers que constroem apenas o esqueleto matemático do jogo e "cuidam da sua parte", deixando a cargo da editora a tarefa de transformar aquele framework em um jogo completo, com tema, componentes e identidade visual.
No entanto, o ponto central é este: a coexistência desses dois modelos -- de um lado, uma lógica próxima ao fordismo, com a fragmentação e especialização do trabalho; de outro, a produção artesanal e autoral -- é justamente o que sinaliza a maturidade de um setor. Seja como um contramovimento a padronização excessiva, seja pela simples pluralidade de interesses de um público consolidado, o fato é que essas esferas não se anulam, mas se complementam. E ter espaço para ambos é um indicativo de uma economia madura e diversa.