arthurtakel::A situação é que um dia você se cansa de ficar corrigindo jogos.
A pessoa que reclama do "reclamador" dos erros de produção pensa que se trata de uma pessoa intransigente, que não pode aguentar um errinho só e já fica chorando. Mas esquece que o "reclamador" já arrumou mais de uma dúzia de jogos, ah é só um errinho eu mesmo arrumo. No próximo jogo, ah mas é só mais um errinho vou arrumar nesse também. E isso vai se repetindo num loop infinito. E isso acontece com jogos caríssimos onde, em tese, o produto deveria ser uma qualidade superior pelo preço.
Eu mesmo já perdi a conta de quantos errinhos tive arrumar e quantos jogos já arrumei. Mas chega um tempo em que você cansa. Você só quer pagar pelo jogo e receber conforme a propaganda e o anúncio. É só. E você começa a ter um sentimento ruim quando você reclama e pede o seu dinheiro de volta para a editora e recebe como resposta que ela vai reter 20% do seu dinheiro e que a culpa do que ocorreu é sua. Sim, a editora entrega o produto com defeito, que afeta a jogabilidade sim, e com mais de um ano de atraso e a culpa é sua por não ter cancelado o pedido nos 7 dias seguintes ao encerramento do financiamento coletivo. Como você adivinharia que daqui a dois, ou, três anos o jogo viria com defeito? É um mistério mas a política da empresa é a seguinte "a culpa sua" e vou ficar com 20% do seu dinheiro como castigo.
Vocês aí que continuam a arrumar seus jogos que vem com erro eu entendo vocês porque já estive nessa fase. Só que chegará um dia em que vocês também cansarão porque somos todos humanos. Não são nos primeiros dez jogos que você arrumando vai se cansar, isso é algo que leva tempo e decorrente de vários e vários anos de desgaste até que você acorda quando resolve reclamar e recebe como resposta "a culpa é sua"!
Caro
arthurtakel
Meu amigo, faço minhas as suas palavras, e vou além para dizer que esse é o tipo de comentário que eu gostaria de ter escrito. O que algumas pessoas nada não entendem (é só um errinho que não atrapalha em nada, e reclamar é mimi...), é que a paciência e compreensão é exigida só dos compradores. Quando é em benefício da editora, que cobra valores absurdos pelos jogos, a conversa é "o jogo é da empresa, ela vende pelo preço que quiser, e ninguém é obrigado a comprar". E isso está correto, só que tem de valer para os dois lados, porque quando é em benefício do comprador a conversa passa a ser "é só um errinho, dá para jogar perfeitamente, não afeta a jogabilidade" e por aí vai.
Se quem produz e vende é radical e intransigente em relação ao preço, também deveria aceitar que quem compra seja igualmente radical e intransigente em relação à qualidade do produto. Portanto, a pergunta que eu sempre coloco, é a seguinte: se a editora que lançou o jogo não aceita receber nem mesmo um único centavo a menos do que cobra pelo jogo, porque motivo os compradores deveriam aceitar um jogo com o tabuleiro errado, mesmo que seja uma única letra?
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Já saiu a decisão do recurso da Conclave?