Nesse vídeo eu comento uma matéria que me fez refletir muito sobre por que a nossa geração coleciona tanto: jogos, bonecos, cartas, canecas, brinquedos antigos... Você também se identifica? A gente fala sobre nostalgia, busca por controle, status, frustrações econômicas e até o impacto da pandemia na forma como nos relacionamos com objetos que amamos. E claro, rola aquela comparação entre Millennials, Geração Z e até os Boomers. Será que realmente tudo isso tem ligação com o tanto de jogos que temos nas estantes?
? Quero saber de você: por que você acha que a gente coleciona tanto?
No meu caso, hoje minhas coleções (de jogos, livros e quadrinhos) são principalmente uma forma de proporcionar aos meus filhos um pouco da infância lúdica que tive. Não é muito, mas o suficiente para que eles se divirtam e tenham boas lembranças na fase adulta.
Mas sou uma pessoa que sempre colecionou coisas, desde a infância. Nunca havia parado para pensar nisso, mas hoje enxergo como uma forma de inserção social. Querendo ou não, quase todos os meus colegas colecionavam algo e adorávamos conversar sobre, trocar itens e dar risada.
Pintanerd::Nesse vídeo eu comento uma matéria que me fez refletir muito sobre por que a nossa geração coleciona tanto: jogos, bonecos, cartas, canecas, brinquedos antigos... Você também se identifica? A gente fala sobre nostalgia, busca por controle, status, frustrações econômicas e até o impacto da pandemia na forma como nos relacionamos com objetos que amamos. E claro, rola aquela comparação entre Millennials, Geração Z e até os Boomers. Será que realmente tudo isso tem ligação com o tanto de jogos que temos nas estantes?
? Quero saber de você: por que você acha que a gente coleciona tanto?
Desde que comecei a jogar BGs, em 2019, eu já havia definido uma meta: não ter mais que 25 jogos. E venho mantendo esse patamar.
Não que colecionar seja uma patologia, desequilíbrio ou algo errado, mas no meu caso, jogo é para ser jogado e com frequência.
Na medida que jogos novos chegam, outros tendem a serem usados menos. Logo, são vendidos. Sem dor ou pena. Gloomhaven com insert por R$600 que o diga.
Mas isso reflete unicamente meu estilo de vida. Eu entro e saio dos hobbies ou atividades com muita facilidade e quando elas atingem o meu respectivo objetivo. Já gastei mais de 10k em astrofotografia. Parei quando finalmente consegui capturar uma nebulosa no detalhe e também Saturno. Resultado, vendi todo meu aparato em 1 semana. Mas foi uma experiência única de vida.
Assim foi com tiro esportivo, artes marciais, simuladores de corrida, aviação, tocar bateria, guitarra e piano etc. Sempre entrei com um objetivo em cada um. E deixei, sem problemas, quando atingi o que eu queria para cada uma delas.
Como colecionar jogos (não jogados)não é meu objetivo, te digo desde já que minha coleção irá se manter neste patamar “saudável” e prático. Sem fome de FOMO ou sem ansiedade por qualquer lançamento. Até porque um jogo novo tem que ser excelente o bastante pra entrar na minha seleta estante.
Minha visão sobre esse assunto é bem deprimente. Talvez seja uma experiência pessoal, mas vou compartilhar assim mesmo, vai que ajuda alguém (mas se você ficar numa bad, não vem me encher o saco).
Colecionar, pra mim, é juntar coisas que, de certa forma, representam fisicamente uma parte/fase da sua vida, seus gostos e preferências daquela época. É como se fosse uma tentativa de capturar uma imagem congelada de quem eu era naquele momento, como eu me enxergava. E também uma tentativa (falha) de reviver aquele tempo novamente hoje em dia - ou pelo menos as sensações daquela época - ao revisitar os itens colecionados (seria isso tipo de "nostalgismo"?).
Mas, como diz o Clóvis, a segunda pamonha nunca é tão boa quanto a primeira... Nunca consegui replicar nenhuma experiência com a mesma intensidade. Mas os itens da coleção ficam lá, como "provas" de que eu vivi aquilo.
Já me perguntei por que eu tento reviver essas experiências de 10, 15 anos... Tudo o que a gente faz nessa vida tem uma motivação, mesmo que a gente não saiba (escrever esse texto, por exemplo). Enfim, a única resposta que me ocorre a essa pergunta é o que aflinge quase todo mundo: medo da morte (por isso que eu falei que era meio deprimente). É como se colecionar fosse uma luta (inevitavelmente perdida, teimosamente insistida) para que o tempo não passasse de fato. É parecido com a sensação de olhar para os álbuns de fotos de quando a gente era criança/adolescente e tentar "reviver" mentalmente aqueles dias (espero não ser o único doido que faz isso).
Por outro lado, num movimento contrário, depois que eu comecei a desapegar de itens de coleção (não só jogos de tabuleiro), a experiência que tive foi de libertação em todos os casos, apenas uma vez que me arrependi de algo que eu vendi. Foi uma sensação de alívio, de voltar para o presente, de dar valor a quem eu sou hoje. Um exemplo de sensação parecida (mas muito aquém) é de quando você termina de ver uma série que acompanha a muito tempo, termina de ler um livro ou uma série de livros, ou até ouve uma discografia de um músico que sempre gostou, mas nunca ouviu inteira. Seria uma aceitação de que a vida passa inexoravelmente?
Enfim, tegiversei e não sei cheguei a algum lugar, mas se foi útil de alguma forma, de nada.
Obs.: porra, faço 40 anos esse mês. Isso deve ser fruto da tal da crise dos "-enta".
Sou bem desapegado com minhas colecoes, e isso me permite colecionar varios tipos de coisas durante minha vida... Com jogos eu nunca tive esse pensamento de colecionismo, nao consiigo passar de uns 30 jogos, a partir disso eu tento vender os que nao estao sendo jogados, entao nao tenho muito apego por nenhum.. imagina que com 30 jogos, alguns ja nao veem mesa ha uns 3 anos, se tivesse 100 ou 200 como varios colegas.. ia servir só pra juntar pó e mofo..
Como falei no inicio, sou desapegado, mas sempre estou colecionando algo, hoje são bonecos do He-man (que sempre quis ter quando criança, mas por questoes financeiras, nunca tive)... mas ha um ano atraz tinha minha coleçao de quadrinhos importados, estou aguardando um pouco para vender meus bonecos pra refazer minha colecao de quadrinhos... e assim vou indo.
rods088::
Para alguns de nós, neurodivergentes, objetos não são meros objetos, são pedaços de nossa identidade.
Tê-los e preservá-los é um exercício de auto estima.
Curioso... Essa sua fala me esclareceu algo que há muito me incomoda sobre esse negócio de juntar objetos e gostar de vê-los ali, na estante... É bem isso mesmo. Um pedaço de nossa identidade. A gente olha de fora e se reconhece naquele mosaico de coisas.
Obrigado por essa luz.