O Diversão Offline (DOFF), aconteceu no último final de semana (21 e 22 de junho) no Expo Center Norte em São Paulo/SP e, de acordo com o site oficial, por ser a edição de aniversário de 10 anos, seria histórico, com o espaço ampliado (10.000 m²), novidades e experiências inéditas. Ainda de acordo com o site, o DOFF de 2025 seria o maior e mais incrível de todos os tempos. Mas será que foi assim mesmo? 

Dia dedicado às escolas, imprensa e lojistas:
A sexta-feira (20/06), na nossa experiência com o Diversão Offline, foi uma novidade. A parte da manhã era reservada para a visita de escolas e sobre essa parte não conseguimos comentar nada, porque não estávamos por lá. Já na parte da tarde, a partir das 14h, o acesso era liberado para a imprensa e os lojistas. 

Como parte da imprensa, nosso credenciamento foi tranquilo, passamos pela revista das bolsas e na sequência já estávamos dentro do pavilhão. 

Não sei se foi desinformação da minha parte ou se de fato não houve comunicação por parte da organização do evento, mas eu não sabia o que aconteceria de fato nesse dia, se seria um dia de feira “normal” ou se haveria algum tipo de programação específica, com palestras ou algo determinado. No final, foi um dia de feira normal, mas restrito aos públicos já citados. Era possível conhecer os jogos, jogar e até mesmo comprar, algo que também tinha me deixado em dúvida. 

Nesse dia, nós focamos em gravar os conteúdos que seriam postados posteriormente sobre o evento, em conversar um pouco com as editoras e em mostrar nos stories do Instagram coisas que tínhamos achado interessantes. 

À primeira vista, nós estranhamos o estande da Galápagos não ter mesas para que o público conhecesse os jogos de tabuleiro. As mesas disponíveis eram apenas dedicadas ao TCG. Achamos que essa configuração se manteria apenas na sexta-feira, já que o público desse dia era bem menor em relação ao do final de semana, mas isso se provou incorreto, já que a editora realmente estava apenas com as mesas do TCG e três ativações (uma delas para adivinhar quantas peças de Azul estavam dentro de um cilindro transparente e a pessoa que acertasse levaria para casa um Frosthaven; uma área de fotos “temática”, em que você poderia fazer uma foto e obtê-la impressa com uma borda a sua escolha, se não me engano, as opções eram Harmonies, Exploding Kittens e Survive; e uma ativação de Survive em que você precisava apertar os botões mais rápido que a outra pessoa que estava jogando com você. Acredito que essa última ativação tinha um adesivo como brinde). 

Não sabemos o que está por trás das decisões comerciais da empresa, mas uma das principais editoras de jogos de tabuleiro ter ido para o maior evento da América Latina dedicado a jogos de tabuleiro (não apenas, claro) sem jogos de tabuleiro disponíveis para que as pessoas pudessem conhecer me parece um tanto quanto desanimador. 

Por falar em desanimador, a minha (Vanessa) expectativa de acordo com o descrito como “maior e mais incrível DOFF de todos os tempos”, seria que houvesse mais possibilidades de contato com os jogos de tabuleiro através de mais mesas, que os estandes das editoras estariam maiores justamente para comportar a maior disponibilidade de jogos e mesas com monitoria.

Mas não foi bem assim, exceto, talvez, pelo estande da Grok, cuja parte “comercial” (a loja de fato) estava separada da parte da “experiência’ (o local com as mesas de jogos). A meu ver, a Grok “deu uma limpada” no estande, tirando as partes mais “lúdicas”, como um sofá temático de Verdant, e focou nas mesas para que as pessoas conhecessem os jogos da editora. 



O final de semana:
Apesar de termos conhecido o evento na sexta-feira, a experiência de fato aconteceria no final de semana, em que tudo seria colocado à prova com o grande aumento do público. 

No sábado, ficamos sabendo que a fila para o acesso ao evento estava dando várias voltas e que muitas pessoas chegaram a ficar 2h ou mais do lado de fora. Acredito que para “compensar” esse péssimo começo, a organização do evento decidiu estender o dia até às 21h (antes, o evento encerraria às 20h). 

Eu nunca organizei um evento desse porte, então não tenho lugar de fala muito acurado, mas se pudesse opinar, acredito que um dos problemas dessa edição do DOFF seja a falta de automação dos processos. Muita coisa parece depender de pessoas e não parecia haver pessoas suficientes para dar conta da demanda do credenciamento. Como já disse, não tenho expertise para comentar isso a fundo e não sei quanto custaria fazer um investimento desse tipo, mas acredito que leitores dos ingressos poderiam ajudar. Em 2023, nós participamos da feira de Essen (a maior feira de jogos de tabuleiro do mundo, que recebe milhares de pessoas de vários lugares e, na época, tinha 50.000 m² e 6 pavilhões), e, na nossa lembrança, as entradas aconteciam por vários portões (talvez 5 ou 6) e haviam apenas leitores (máquinas) dos ingressos, nada de crachá, e as pulseiras, se não me engano, só eram colocadas caso você quisesse sair e voltar para o evento. 

Não sei se algo foi feito em termos de processos, mas, pelo que eu sei, a entrada no domingo foi bem mais tranquila e não havia filas enormes. 

Uma mudança que achei muito bem-vinda em relação às edições anteriores que participei, foi a largura dos corredores. Mesmo nos momentos mais cheios do evento, era possível andar sem ficar esbarrando o tempo inteiro nas pessoas e as filas dos caixas dos estandes não prejudicavam tanto o espaço de circulação. 



Estandes
Já falei sobre Galápagos e Grok anteriormente, então focarei em outras editoras que visitamos.

Voltando à minha expectativa de que os estandes cresceriam, alguns, pelo contrário, diminuíram. A PaperGames foi reduzida a apenas um balcão de venda, sem área com mesas para que as pessoas pudessem conhecer os jogos. Se bem me lembro, essa área com os jogos da PaperGames em outras edições costumava ser bem movimentada.

A Mosaico, aparentemente, participou dessa edição com menos mesas e eu não sei como foi a experiência por lá, porque não sentamos para jogar nenhum dos jogos, passamos apenas pelo caixa… Trouxemos para casa Dias de Cão, Dias de Gato e Planeta Desconhecido. Apesar de ser um espaço bem pequeno, nas vezes que estivemos lá, a loja da editora estava funcionando bem, sem filas enormes. 

Devir pareceu ter um tamanho parecido com as edições anteriores, mas posso estar enganada. Também não jogamos nenhum jogo nesse estande, mas na sexta-feira conseguimos conversar bastante com um dos monitores sobre Transgalactica (expectativas foram alimentadas), que estava bem bonito. O hypado SETI estava por lá e, pelo que sei, as mesas estavam bem concorridas. Ouvi falar que os horários para as mesas de domingo haviam esgotado logo na parte da manhã.  


A MeepleBR estava com um bom espaço, na minha percepção, maior do que nas outras edições, porque dessa vez deu para cruzar as mesas sem esbarrar em 3 pessoas de uma vez. Semelhante à edição anterior, havia um espaço dentro do estande com outras duas salinhas e, isso foi novidade para mim, uma área com os próximos lançamentos da editora expostos. No sábado, jogamos Alien Attack numa dessas salinhas separadas. Nós conhecemos o jogo no ano passado, quando era um protótipo. As regras não mudaram, mas a arte ficou bem mais bonita e muitas coisas ficaram mais fáceis de serem visualizadas. Gostamos bastante da partida em 4 jogadores, assim como já tínhamos gostado em 2024, agora resta saber como o jogo roda em 2 jogadores, mas tem potencial de funcionar bem - acho. 


Não passamos muitas vezes pelo estande da Across the Board, mas também tive a impressão de que estava mais espaçoso, porque não esbarramos em ninguém. Achei legal ter um Quoridor Pac Man gigante (parece que uma pessoa comprou a única unidade disponível) e achei legalzinha a área de Blood on the clocktower (legalzinha, porque não é o tipo de jogo que me chama a atenção, mas pode ser legalzona para quem curte). De forma semelhante às outras edições que participei do DOFF, Across veio com várias pré-vendas. 



No estande da Jelly Monster, Wandering Towers parece ter feito sucesso, já que a fila estava bem grande e eu sempre via sacolas rosas com o monstrinho deles (desculpe, eu reparei nas sacolas das pessoas e vi vários Wandering Towers… um comportamento um pouco esquisito?). O bonitão Galactic Cruise estava exposto e em pré-venda - temos expectativa com esse, mas não reservamos na feira. 


Na Ludofun, vários dos próximos lançamentos da editora estavam expostos e chamavam (pelo menos chamaram a minha) atenção - fala sério aquele Fish & Kats, muito fofo. Não sentamos para jogar, mas saímos de lá com Jardim Encantado e Dandelions. Esse último, já jogamos em dois jogadores e gostamos, bem levinho e bonito. 

Sinto que já me estendi bastante, então agora passarei mais rápido pelos outros tópicos.



Alimentação 
No segundo andar do evento, acessado por uma escada um pouco escondida, havia um McDonald’s e um restaurante com buffet. No sábado, almoçamos no McDonald’s, que estava bem tranquilo no horário que fomos. Se bem me lembro, havia apenas quatro opções de lanches e o preço era R$50,00 (hambúrguer, batata e bebida, que não era de máquina) - mais caro que o normal. 

No domingo, almoçamos num dos food trucks que ficava no estacionamento do Expo Center Norte. Apesar de ter bastante gente, achei tranquilo para comer. Não precisamos esperar muito tempo para encontrar uma mesa e nos acomodar e olha que estávamos num grupo até que grande (5 pessoas).

Dentro do evento, compramos apenas duas poções mágicas na Taverna Medieval e todo o processo foi bem rapidinho, não temos do que reclamar. 



Prêmio Ludopedia
Por conta das mudanças nas regras do Prêmio, a premiação desse ano foi bem mais rápida e tivemos uma grande alegria: ficamos no Top 3 na categoria Mídia Escrita!

Fica aqui nosso sincero agradecimento a cada um que votou no nosso perfil e que nos ajudou a conquistar essa posição! Muito obrigada mesmo, vocês são demais! 


Encerramento
Esse é o meu primeiro texto aqui (eu costumo apenas revisar os textos escritos pelo Vinicius e acrescentar um ponto ou outro), então já peço desculpas pelo tamanho. Muito obrigada por ter chegado até aqui e se você foi no Diversão Offline de 2025 e quiser deixar um relato da sua experiência, fique à vontade! 

Ahh, e respondendo a pergunta que fiz no primeiro parágrafo: na minha opinião, a interação com as pessoas que nos acompanham, outros criadores de conteúdo, monitores dos jogos e o pessoal das editoras foi muito legal, o resultado do Prêmio Ludopedia nem se fala, ficamos muito contentes, mas em se tratando do evento em si, pelo que foi divulgado, eu esperava mais. Gostei bastante de ter mais espaço para me movimentar, mas não senti esse upgrade de experiências em relação aos jogos de tabuleiro. Na verdade, senti o contrário, que o evento foi mais dedicado a observar e comprar jogos do que de fato me divertir offline. 

É isso, obrigada por nos acompanhar por aqui e, se quiser, nos acompanhar também nas outras redes, nós estamos no Instagram, TikTok e YouTube.