O Inconsciente: síndrome de múltiplas personalidades.
O Contexto
Esse é aquele jogo que eu ouvi falar em algum momento, teve um certo hype em função do seu tema e fator BELEZURA. Fato é que passou totalmente abaixo do meu radar: não tenho nenhum vínculo especial com o tema de Psicanálise então acabei passando longe.
Mas hype é hype, e eu sou um explorador (gosto de jogar designs novos só pelo sabor da experiência), mesmo de jogos
ruins. Será que esse seria o caso? Descobri que meu amigo aqui tinha uma cópia aqui e pedi para jogarmos. Fui de coração aberto.
Nunca fui em psicanalista, mas já fui em psicólogo (TCC). Fica aí a informação irrelevante para o review.
O Bom
- Bonitão e Temático: Acho que se você tem algum vínculo com o tema, aqui vai ser prato cheio, referência a gente famosa que não conheço, arte top do Vincent Dutrait e Andrew Bosley. Não tenho certeza, mas acho que a arte das cartas de “doenças” que você cura, são todas únicas (representam os sonhos dos pacientes). Bem impressionante.
- Compre um heavy euro e ganhe uma expansão do Dixit de Graça: semi-piada, mas em tese, você poderia usar as cartas de doença do jogo como conteúdo de uma partida de Dixit (risos).
Bonito é.
O Ruim
- Da série, jogos que precisam de um campo de futebol para ser jogado. O novo padrão do mercado, então daqui a pouco vou considerar isso normal e se eu conseguir jogar numa mesa “normal” vou dizer que é vantagem. xD
- Tempo de explicação: Levamos 40~ minutos para aprender as regras, e olha, que jogo facinho de entender… o que parece contraditório, mas o ponto é que o jogo tem um pouco de tudo, então para quem é veterano em Euros não tem nada de muito de novo aqui, a iconografia é clara e você de uma forma ou outra já viu todas aquelas mecânicas anteriormente. Porém a explicação não acaba: é rondel aqui, set collection ali, worker placement acolá, draft aqui, corrida lá, engine building nessa parte, e por aí vai.
- Interação bem baixa: como todo jogo, tem potencial para melhorar se você jogar bastante, mas é tanto elemento acontecendo ao mesmo tempo, que dificilmente você vai realmente se importar com o que os outros estão fazendo. A mecânica de usar conhecimento já descoberto para facilitar a criação de novas publicações me pareceu até meio forçada, corroborando minha tese de que o designer queria a todo custo por um pouco de tudo. O board de ações principais em 3 jogadores é beeeeeeeeeeem frouxo, difícil pegarem as suas ações.
O Cinza
- Mais do mesmo, demais da conta. É tanta mecânica que eu senti duas coisas. Primeiro, é coisa demais praa eu estar lembrando na partida e segundo que parece que o jogo realmente não brilha em nenhuma dessas mecânicas. O que deveria ser o "tchan" do jogo? O Engine Building ligado as ações? O rondel de bônus onde você viaja pelas cidades? O draft das doenças? Claro, tudo está interligado, mas… não senti nada especialmente divertido. É ruim? Até não, mas fiquei tão “overloaded” com os elementos que eu ficava me perguntando: “não seria melhor jogar um jogo focado em alguma das mecânicas?”. Eu certamente preferia, e olha que até curto um Feld que não incomumente faz uma saladinha de mecânicas, mas tendo alguma coisa como foco (Draft com Torre de Cubos no Marrakesh por exemplo). Aqui eu não sabia qual era o foco.
Na esquerda o board de alocação de ações, na direita o rondel, em baixo o tabuleiro de jogador com o engine building. Na foto nem da para ver o mini-board de tratamentos, e parcialmente o estoque de recursos.
Veredito
Esse “review” é com base em uma partida. Se isso te ofende, talvez seja hora de procurar um psicanalista para rever seu ódio enrustido. Fato é que eu não tenho interesse em jogar novamente.
Joguei
Bone Wars, que em certa medida me lembrou o feeling do
O Inconsciente (talvez, pelo tema já que ambos envolvem publicar pesquisas). Melhor, sendo sim um
Sólido 7 apesar da iconografia confusa em alguns momentos.
Até entendo como alguém com um link especial com o tema e sem muito euros na coleção, possa preferir esse pra ser o "Euro com Tudo", mas não é pra mim.
Passo fácil.
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