Sven::
Oi, Iuri.
Eu já sabia que você gostava do Diplomacia, assim como eu, mas o Puerto Rico é novidade para mim. É muito bom saber que compartilhamos o mesmo sentimento por esse jogão. Vou procurar por essas 2 listas que você fez. Quanto ao tema, eu geralmente não os levo muito em consideração durante a partida, porque na grande maioria das vezes os temas não estão presentes. Costumo levar em conta a mecânica do jogo e a sensação que a partida me causa. Puerto Rico é um jogo que me deixa tenso do início ao fim, exige todo o meu foco. Quando estou jogando no BGA, minha esposa e meu filho não conversam comigo até a partida acabar. Quando venço uma partida a sensação de conquista é única, não sinto a mesma coisa com nenhum outro jogo. Como falei no texto, para mim uma partida de Puerto Rico é um exercício de planejamento, organização, inteligência, timing e estratégia. Como disse em um outro post escrevi, tenho sentido mais prazer em jogar os jogos que já possuo do que comprar novos, porque os jogos antigos estão me satisfazendo muito mais do que os recém lançados. Uma partida de Lords of Waterdeep, Puerto Rico, El Grande, Carcassone, Ticket to Ride, Alhambra, Xadrez, Diplomacia, não tem preço. Esse jogos entre outros antigos que não citei, resgatam a essência e o espírito dos jogos de tabuleiro. Lembro que quando tinha 15 anos, jogávamos várias partidas de War, Ludo, Detetive, Scotland Yard e Banco Imobiliário. Eram esses jogos que existiam e eram eles que nos satisfaziam. Não precisamos de muito para nos satisfazer. Um jogo usado que não é jogado a 2 anos ou mais quando recolocado na mesa é um jogo novo novamente. Jogos antigos resgatam lembranças gostosas de outrora que nos renovam, afinal relembrar é viver. Sinto que no futuro próximo começarei a vender boa parte da coleção (que nem é tão grande assim), para me concentrar naqueles que realmente fazem a diferença para mim.
Acho que estou saindo do tema do post e comecei a divagar demais. Foi muito bom vê-lo por aqui. Gosto de conversar com pessoas cultas e educadas. Obrigado.
Forte abraço.
Caro Sven
O seu texto foi realmente muito bom, e eu não pude deixar de comentar.
E isso que você falou sobre jogos antigos me parece mais correto a cada dia que passa. Atualmente eu prefiro jogar mais partidas de jogos que eu gosto, do que ficar jogando uma partida de cada novidade que surge, só para poder conhecer coisas novas. Reconheço que isso talvez seja algo um pouco ranzina da minha parte. Sö que esse aumento exponencial da quantidade de jogos lançados, que é uma constante nos últimos anos, me fez ver que simplesmente eu não tenho mais tempo, para jogar o tanto que eu gostaria, os board games que eu já conheço e aprecio.
Claro que conhecer jogos novos é bom, e coisa e tal, e eu sou o primeiro a reconhecer a importância disso, para que não se fique parado no tempo. Mas é tanto jogo novo que aparece (e isso mesmo considerando apenas o mercado nacional), que mesmo experimentando apenas um pequena parte desse oceano de lançamentos, quando o sujeito vai ver, tem um ou dois anos que ele não joga um Scythe, um Mansions of Madness, ou um Castles of Burgundy, e aí quando ele vai pegar um desses jogaços na estante, percebe que nem lembra a última vez que jogou o Terra Mystica, o Agricola, o Viagens de Marco Polo ou o Tigris & Euphrates. E todos esses jogos são obras primas, às quais, pelo menos na minha opinião, não se aplica aquela regra "passou mais de ano sem jogar, vira oferta no Mercado de Usados".
Se o mercado continuar nesse ritmo, de aumento de lançamentos, muito brevemente vamos chegar a um ponto, se é que já não chegamos, em que para experimentar mesmo que 5% dos lançamentos, não vai sobrar tempo para os clássicos, e essa é uma troca que eu definitivamente não estou disposto a fazer. Se o meu tempo disponível para os jogos me forçar a escolher entre jogar os board games modernos consagrados ou continuar experimentando diversos jogos novos, eu vou ficar com a primeira opção sempre, até mesmo que isso implique parar no tempo, em termos de board games.
Por fim, eu acredito, cada vez mais, que jogo bom não envelhece, nem perde a relevância. Uma prova disso é que mesmo depois de mais de 20 anos de lançamento, em uma indústria com uma competição atroz, e com milhares de títulos inundando o mercado internacional de jogos todos os anos, ainda assim, cá estamos nós jogando, comentando e louvando o Puerto Rico, e com a forte convicção de que daqui a mais 20 anos continuaremos jogando, comentando e louvando esse primor de board game.
Mais uma vez parabéns pelo texto, e pelo bom gosto, meu camarada.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Rapaz cuidado ao falar das suas ótimas referências de jogos, porque dizer que gosta do Diplomacia (outro jogaço, na minha humilde opinião) entrega a idade que é uma beleza...

