Noite de sábado, 22h, nada como iniciar a Guerra dos Sete Anos com os amigos.
Em Friedrich, um jogo euro, de estratégia, mas com uma pegada muito forte de wargame, os jogadores controlam os principais países beligerantes em busca de objetivos no mapa ou, no caso da Prússia, simplesmente sobreviver.
Jogamos em 3 pessoas: um com a Prússia e Hannover, eu com a Austria e Sacro Império, outra com a Rússia, Suécia e França.

O início de partida foi um pouco preocupante para a Prússia. Ela tentou conter a Austria em uma grande batalha de 3 Generais contra apenas 2 Generais prussianos.
Um dos Generais prussianos acabou perdendo todos os exércitos e outro sofreu um forte recuo para a Polônia, próximo aos Generais russos.
Para o lado de Hanover as coisas não estavam muito melhores. Estava difícil conter o avanço dos pequenos mas perigosos franceses.
Em compensação, a Prússia obteve boas vitórias contra a Rússia e Suécia.

Batalha entre o General prussiano Dohna e o russo Saltikov
Mas, ainda havia o Sacro Império e a Áustria, que avançaram perigosamente ao sul, entretanto mais para frente a Prússia obtém boas vitórias contra ambos.
As cartas de destino, que determinam eventos políticos e históricos que interferem no jogo, anunciam que a Suécia se retira do confronto, mediante um tratado de paz.
As coisas pareciam boas para Friedrich, embora esse "acordo" tenha feito a Prússia perder em definitivo um de seus Generais.
Mas e a França? Os Generais de Hanover não estavam conseguindo conter os tímidos mas agora numerosos franceses:

Batalha entre o General francês Richelieu e o hanoveriano Ferdinand
Os prussianos tentaram ajudar os aliados em Hanover, já que a França estava muito perto do final do jogo, ou seja, em obter os 10 objetivos necessários (cidades com bandeira vermelha francesa).

Os exércitos franceses de Chevert contra os exércitos prussianos de Seydlitz
Infelizmente não deu para a Prússia. A França alcançou a 10ª conquista no mapa.

Embora a vitória tenha sido da francesa, terminamos a partida bastante empolgados com as batalhas ocorridas durante a noite.
Veredito
Friedrich, embora apresente um mecanismo a primeira vista um pouco simplório e desconectado do tema em relação ao combate (que se dá por meio de cartas de um baralho normal com 4 naipes), percebe-se que na prática este sistema funciona realmente muito bem.
Por exemplo, será que aquele General na região de paus, ele realmente tem muitos exércitos de paus?
Será que eu uso uma carta de valor alto agora agora para tentar dar um grande dano e um grande recuo no adversário, ou jogo baixo para de repente eu mesmo apenas recuar e ter um prejuízo mínimo?

Friedrich, no final das contas, mesmo com as abstrações de naipes na resolução de combates, transmite de forma muito eficiente vários elementos de jogos de guerra.
Suprimentos, recuos e recrutamento, estão todos ali, e há um respeito pelos aspectos históricos, em especial a assimetria e retirada dos países da guerra, mas sem prejudicar significativamente as chances de cada jogador de vencer.
Em Maria essa parte histórico-política é resolvida de uma forma um pouco mais interativa, aonde os jogadores podem, com suas cartas, tentar intervir. Não joguei Maria mas afirmo que em Friendrich em nenhum momento achamos os eventos aleatórios, ou que deveríamos de algum modo intervir. Me parece que do modo que é, a atenção maior está voltada para o movimento e combate, e isso é bom.
Friendrich é um dos melhores jogos que já joguei com temática de guerra.