Um método GRATUITO para você criar seu jogo!
Sim, você leu certo: hoje vou apresentar um método
GRATUITO para criar seu jogo! Não, ele não é meu e, na real, ele não tem dono. Mas posso garantir que a humanidade avançou muito graças a ele. Fique à vontade para usar, e se não curtir... bom, tem gente por aí vendendo métodos para isso (mas quem gosta de gastar, né?). Agora você deve estar se perguntando:
QUE MÉTODO É ESSE? Apresento a vocês...
o método científico!
Obs: Prepare-se para altas doses de analogias (e um pouco de diversão também)!
Descrição da Imagem: Desenho de um cientista com um jogo de tabuleiro.
1. Formular hipótese vs. criar seu jogo
Tudo começa com uma boa pergunta. Pode ser uma ideia, um problema, uma observação ou até aquela inspiração que bate enquanto você toma banho. Na pesquisa, você geralmente define uma
hipótese nula ou
hipótese alternativa. No caso de jogos, as perguntas iniciais são assim:
E se eu criar um jogo sobre isso? E se eu misturar essas mecânicas? E se eu resolver o problema daquele outro jogo?
É aqui que você começa a abrir caminhos para a magia acontecer!
2. Revisão de literatura vs. estudar jogos/mecânicas
Depois de boas perguntas, é hora da pesquisa. Na ciência, essa etapa é conhecida como "revisão de literatura", onde você consulta tudo que já existe sobre o assunto. Para jogos, o equivalente seria:
Quais jogos já exploraram essa ideia? O que já foi feito com essas mecânicas? Só NÃO faça algo idêntico, pelo amor do meeple!
Dica: explore a
Ludopedia e o
BoardGameGeek (BGG), mas use a criatividade. Ah, e você não precisa gastar uma fortuna comprando jogos: leia livros sobre mecânicas (como o
Livro do Knizia e o
Building Blocks... As mecânicas do livro building blocks estão todos no BGG) e assista a gameplays para aprender não importa se o youtuber tem carisma ou não.


Fotos Descrição: Capas dos livros citados.
3. Metodologia (ou o núcleo do seu jogo!)
Essa parte é essencial! Aqui você começa a criar seu
Game Design Document (GDD), o "manual" do seu projeto. Vamos por partes:
- Critérios de inclusão: Quem é o público-alvo do seu jogo? É para crianças? Para jogadores experientes? Eurotristes? Senhores do Carteado? Defina isso logo no início.
- Equipamentos: Quais componentes o jogo terá? Cartas? Dados? Você consegue produzi-los? E em escala maior?
- Análise de dados: Ok, aqui entra a matemática. Como a probabilidade afeta seu jogo? Faça análises (não se guie só pelo feeling). Trabalhar com dados pode economizar tempo e melhorar o desenvolvimento!
4. Estudo piloto vs. playtest solo/familiares
Antes de lançar o jogo ao público, teste! Na ciência, fazemos estudos pilotos; nos jogos, isso é o famoso
playtest inicial. Teste com amigos, familiares e até com você mesmo. E não se preocupe: melhor errar com quem já te conhece do que frustrar desconhecidos.
?. Vou repetir, NÃO tem problema fazer playtest com amigos.
Depois, leve para game designers e especialistas. Eles vão apontar melhorias que você talvez não tenha percebido.
Foto Descrição: Ainda durante a campanha do Fucazul com o jogo praticamente finalizado, meus amigos deram a sugestão para jogar a regra 3 em 6 jogadores. É meu número favorito de jogadores para essa regra, não imaginava que iria da certo.
5. Coleta de dados vs. playtest com usuários
Chegou a hora de testar com jogadores reais. Sim, vai ser frustrante às vezes, mas anote tudo! Observe como as pessoas interagem com seu jogo e colete o máximo de feedback possível. Compartilhe a experiência com outros desenvolvedores também.
6. Resultados
Depois dos testes, organize as informações. Descubra o que funcionou e o que não funcionou. Você pode usar esses resultados para apresentar o jogo em feiras, eventos ou até mesmo em um bom
pitch para uma editora.
7. Discussão
Aqui você reflete: o que seu jogo traz de novo? O que ele pode agregar ao universo dos board games? Se ele não é totalmente original, quais semelhanças com outros jogos o tornam especial? E lembre-se: defenda seu jogo (O JOGO É SEU), mas com bons argumentos. Ninguém gosta de um criador briguento.
8. Conclusão
Finalmente! Resuma todo o seu trabalho em poucas frases. Sim,
POUCAS. É aqui que você cria o famoso
sell sheet (folha de venda), aquele resuminho para apresentar o jogo.
9. Submissão/publicação
Ainda não acabou! Eu já avisei você antes para
NÃO PUBLICAR O SEU JOGO! Agora você precisa de uma editora (
publisher) para levar seu jogo ao mercado. Você vai receber muito NÃO! Ao mesmo tempo vai receber dicas incríveis! Escolha com cuidado e entenda o alcance que cada editora pode oferecer. Lembre-se: a qualidade do seu trabalho é o que vai definir o sucesso, não a editora.
10. Divulgação científica vs. divulgação do jogo
Por último, mas não menos importante:
aprenda a divulgar seu jogo! Você é a pessoa que mais conhece e ama seu projeto, então mostre isso ao mundo.
Aliás, esse é um dos motivos pelos quais estou escrevendo aqui: treinar minha escrita e divulgar o que eu crio!
Quem sou eu?
Eu sou Diego Antunes, do
Esporte na Mesa!
? Sou doutorando em Biodinâmica do Desempenho Humano, treinador de atletismo paralímpico, atleta amador de corrida e skimboard, e o
cara dos jogos de esporte. Bora criar juntos?