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  3. Ensinando a jogar (Sem Polêmicas)

Ensinando a jogar (Sem Polêmicas)

  • iuribuscacio
    3163 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio10/01/25 14:20
    iuribuscacio » 10/01/25 14:20

    dharrebola::
    TODO MUNDO JOGA E TODO MUNDO BRINCA.

    Caro Davi Henrique (dharrebola)

    Rapaz que primor de texto. Meus mais efusivos parabéns. Comecei a separar apenas as frases que eu achei mais corretas, para citar no meu comentário, e quando vi, tinha separado mais da metade do tópico. Para não ocupar muito espaço, separei apenas uma, que devido à caixa alta, acredito que seja algo que você achou importante destacar entre tantos destaques.

    Eu concordo totalmente com todo o texto, tirando o "gracejo" em relação ao Catan. Mas como o distinto ainda disse que está na dúvida, talvez ainda haja alguma esperança de salvação para si!!!!! :):):)

    Brincadeiras fora, as duas questões foram muito bem abordadas, tanto a educação em si, quanto a questão da importância de se levar o hobby dos board games com mais leveza.

    No caso da educação, eu gostaria de acrescentar uma frase que eu aprendi na juventude e nunca esqueci: "Palavras convencem, exemplos arrastam"! Assim sendo, nossos filhos podem até fazer aquilo que mandamos, ou ouvir as lições que transmitimos oralmente, mas o que realmente os influencia e molda a sua personalidade é forma como nos comportamos principalmente em relação a eles. Eu me tornei um leitor voraz, coisa que sempre me ajudou na vida, inclusive no nível profissional, porque cresci vendo minha mãe e meu pai sempre com um livro na mão. Infelizmente, hoje o que os filhos mais veem em seu pais, são adultos vivendo com um celular na mão, atualizando suas redes sociais, ou perdendo tempo com inutilidades como os "tik tok" da vida. 

    O celular virou a chupeta do século XXI. 

    Desde a mais tenra idade, quando a criança ainda nem fala direito, o pai já enfia um celular na mão dela, para ela ficar jogando e não encher o saco, nem demandar a atenção que ela precisa. Com isso sobra mais tempo para acompanhar mais subcelebridades, coachs charlatões, assistir vídeos de 30 segundos, que não acrescentam nada, e curtir comentários e vídeos "engraçadinhos" sem a menor importância, e que dali a uma hora será esquecidos. Quando aquela criança se torna o adolescente que só se comunica com o mundo através de uma tela, que não larga o celular nem para comer, nem para "descomer" (com o dizia o João Grilo do célebre e saudoso Ariano Suassuna), que vive trancado no quarto, e responde aos pais e a qualquer um "monossilabicamente" (porque a sua capacidade de se expressar está resumida a meia dúzia de caracteres), só aí quando o estrago já está feito é que os pais começam a se preocupar que algo talvez esteja errado. 

    Indo além, o problema não se restringe apenas à educação do ponto de vista social, mas do ponto de vista intelectual também. Atualmente já há algum consenso, dentro da neurociência, de que o cérebro é plástico, e vai se moldando ao longo da vida, de acordo com aquilo que ele é alimentado. Com isso, uma das grandes ameaças para a humanidade, decorrentes do excesso de informatização, talvez muito maior do que uma eventual IA no nível Skynet, capaz de dizimar o ser humano, é o fato de que nós estamos perdendo algumas habilidades devido ao desuso. Basta pensar no quanto de memória se perdeu, quando as pessoas simplesmente deixaram de precisar decorar números de telefone, por conta do uso do celular. Certamente decorar, ou "saber de cabeça", é menos importante do que entender, é é nesse sentido que a moderna educação deveria ser baseada. Porém, o problema é perdermos essa capacidade de memorizar, e deixarmos de fazer esse exercício mental de buscarmos na nossa memória uma informação. Essa é uma habilidade que o ser humano tem cada vez menos. 

    Mas não é só essa habilidade que estamos perdendo. A capacidade de analisarmos uma informação recebida também está diminuindo. Hoje, a quantidade de adultos que não conseguem entender um texto apenas um pouquinho mas complexo é alarmante. Se nós pedirmos para um adulto que não seja da área de exatas (e até alguns entre esses), tirar uma raiz quadrada na mão, dividir um número de 3 dígitos por outro de dois dígitos, ou aplicar uma regra de três, coisas que antes do computador e da internet era absolutamente corriqueiro, o resultado será estarrecedor. Só que aí entra a pergunta: porque alguém precisaria saber tirar uma raiz quadrada na mão? A resposta é que o próprio exercício mental em si, é mais importante que o próprio conteúdo. Isso seria mais ou menos como se perguntar, porque alguém deveria conseguir compreender algum texto que seja apenas um pouco mais complexo. Só que como esse ainda é um exercício que se faz com alguma frequência, a utilidade e a necessidade dessa habilidade cognitiva ainda parece maior. Basta pensar no quanto tem gente, aqui no Ludopedia mesmo, que não gosta de textos com mais três parágrafos, mesmo que se demora apenas 90 segundos para ler um texto desse tamanho. As pessoas dizem que ficam com preguiça, que preferem esperar quando sair o filme e coisa e tal, como se ela não tivesse um minuto a perder, mas quando é para ficar vendo vídeos no Tik Tok, aí ele tem todo o tempo do mundo. Isso tudo está repercutindo de forma muito negativa nos jovens, cuja capacidade de atenção para o que quer que seja, parece ser medido em segundos. Nem minutos mais, essa atenção dura. Se não for um videogame, que contrariamente a qualquer outra inteiração, os jovens conseguem realmente ficar muito tempo ligados, até porque a variação ocorre, mas é bem linear e seguindo um roteiro bem restrito. Para tudo o mais, fora isso, a capacidade de concentração é mínima. Pode parecer exagero meu mas não é. Basta perguntar a qualquer professor quanto tempo ele consegue manter uma turma prestando atenção ao conteúdo que está tentando ensinar.

    Para terminar a questão da educação, não se pode deixar de citar essa verdadeira maravilha que é o ChatGPT. E digo maravilha porque depois que a ferramenta se popularizou é incrível a quantidade de trabalhos escolares em que o "português castiço" foi recuperado e brilha como nunca antes. Deve dar um baita orgulho, um professor receber um trabalho do nono ano, com termos e expressões do nível de "outrossim", "por conseguinte", "concomitantemente", "ademais", "verossimilhança", "vicissitude", e por aí vai. O curioso é que se o trabalho tiver de ser feito dentro da sala de aula, misteriosamente toda essa erudição desaparece como que num passe de mágica. Seria cômico se não fosse trágico. Hoje, um dos maiores desafios das escolas, colégios e universidades, é justamente filtrar aquilo que foi escrito pelo aluno, e o que é fruto exclusivo da IA. E mais ainda, o desafio maior é convencer o aluno de que, dessa forma, a ferramenta deixa de ser uma ferramenta e passa a ser uma muleta, sem a qual ele não consegue aprender, e da qual fica cada vez mais dependente e viciado.

    No caso da necessidade de leveza para o hobby dos board games, não posso deixar de destacar que infelizmente tanto os jogos quanto os jogadores ainda são vítimas de um elitismo sem o menor sentido. Até hoje é muito forte o preconceito que existem conta jogos mais leves ou familiares. Eu por exemplo não me sinto confortável em dizer quando comecei no hobby, por conta da quantidade de "carteiradas de veterano" que eu vejo as pessoas dando aqui nos comentários. Na minha visão, o que deve importar é a força do argumento pelos seus próprios méritos, e não se a pessoa descobriu o hobby no ano passado, ou se está nessa lida há tanto tempo quanto o Romir ou o Cacá. Do mesmo modo, eu acho lastimável que tantas pessoas pensem que gostar do Ticket to Ride, mais do que do Food Train Magnate, do Brass, ou do TI4, demonstra que a pessoa conheça menos sobre board games. 

    Nesse quesito eu gosto de lembrar dois pensamentos. Primeiro é a frase lapidar do Erasmo Carlos, de que "se o simples fosse fácil, já teriam feito outro parabéns para você". O segundo é o fato do Tom Vasel, uma das maiores autoridades mundiais em jogos adorar o King of Tokyo, um joguinho leve, com muito rolamento de dados e muita sorte envolvida.     
         
    Esse complexo de "nariz em pé", que sempre imperou e ainda impera no hobby, só fez, e ainda faz, muito mal ao cenário nacional de jogos, juntamente com os altos preços, o HYPE e o FOMO. Hoje os jogos de vaza e os carteados estão em alta, mas só de alguns anos para cá. Até bem pouco tempo atrás, se o jogo só tivesse cartas, ou se tivesse complexidade abaixo de 3 no BGG, ele era coisa de principiante, que ainda tinha muito que aprender em termos de board game. Felizmente isso está mudando, porque finalmente as pessoas começaram a compreender que são esses jogos que por serem mais simples não são em nada inferiores aos jogos mais complexos, são esses jogos que trazem mais gente para o hobby, e são esses jogos é que vendem, e garantem a manutenção e sobrevivência desse setor econômico.

    Por fim, não estou dizendo de forma alguma que as pessoas devem tacar fogo em seus Trickerion ou Hegemony, porque eles também são muito importantes e também tem muito valor, só que isso não os faz nem melhores, nem piores que os jogos mais simples na minha opinião. Nosso hobby é tão vasto, que o que não falta é espaço, tanto para o We Will Rock You, quanto para o High Frontier 4 All.

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio   

    P.S. Ficou faltando minhas indicações de jogos para trazer novos jogadores. Nesse sentido eu não tenho dúvida. Primeiro se faz uma seção com Dixit, para conquistar corações e mentes, seguida de uma partida de Pandemic (com severas restrições ao Alpha Player, porque é melhor perder a partida do que interferir demais) para mostrar algo que todo mundo conhece (um tabuleiro levemente parecido com o WAR), mesclado a algo que não se conhece ou seja, um jogo de tabuleiro cooperativo. Depois cai muito bem uma partida de Ticket to Ride, cujo poder de sedução para os novatos é simplesmente mágico. Quando o sujeito já está praticamente se rendendo basta sacramentar a conquista com o meu muito amado Stone Age, seguido dos excelentes Carcassonne e do Azul. Daí em diante fica ao gosto do freguês.        

    4
  • dharrebola
    719 mensagens MD
    avatar
    dharrebola10/01/25 17:37
    dharrebola » 10/01/25 17:37

    iuribuscacio::
    dharrebola::
    TODO MUNDO JOGA E TODO MUNDO BRINCA.

    Caro Davi Henrique (dharrebola)

    Rapaz que primor de texto. Meus mais efusivos parabéns. Comecei a separar apenas as frases que eu achei mais corretas, para citar no meu comentário, e quando vi, tinha separado mais da metade do tópico. Para não ocupar muito espaço, separei apenas uma, que devido à caixa alta, acredito que seja algo que você achou importante destacar entre tantos destaques.

    Eu concordo totalmente com todo o texto, tirando o "gracejo" em relação ao Catan. Mas como o distinto ainda disse que está na dúvida, talvez ainda haja alguma esperança de salvação para si!!!!! :):):)

    Brincadeiras fora, as duas questões foram muito bem abordadas, tanto a educação em si, quanto a questão da importância de se levar o hobby dos board games com mais leveza.

    No caso da educação, eu gostaria de acrescentar uma frase que eu aprendi na juventude e nunca esqueci: "Palavras convencem, exemplos arrastam"! Assim sendo, nossos filhos podem até fazer aquilo que mandamos, ou ouvir as lições que transmitimos oralmente, mas o que realmente os influencia e molda a sua personalidade é forma como nos comportamos principalmente em relação a eles. Eu me tornei um leitor voraz, coisa que sempre me ajudou na vida, inclusive no nível profissional, porque cresci vendo minha mãe e meu pai sempre com um livro na mão. Infelizmente, hoje o que os filhos mais veem em seu pais, são adultos vivendo com um celular na mão, atualizando suas redes sociais, ou perdendo tempo com inutilidades como os "tik tok" da vida. 

    O celular virou a chupeta do século XXI. 

    Desde a mais tenra idade, quando a criança ainda nem fala direito, o pai já enfia um celular na mão dela, para ela ficar jogando e não encher o saco, nem demandar a atenção que ela precisa. Com isso sobra mais tempo para acompanhar mais subcelebridades, coachs charlatões, assistir vídeos de 30 segundos que não acrescentam nada, e curtir comentários e vídeos "engraçadinhos" sem a menor importância e que dali a uma hora será esquecido. Quando aquela criança se torna o adolescente que só se comunica com o mundo através de uma tela, que não larga o celular nem para comer, nem para "descomer" (com o dizia o João Grilo do célebre e saudoso Ariano Suassuna), que vive trancado no quarto, e responde aos pais e a qualquer um "monossilabicamente" (porque a sua capacidade de se expressar está resumida a meia dúzia de caracteres), só aí quando o estrago já está feito é que os pais começam a se preocupar que algo talvez esteja errado. 

    Indo além, o problema não se restringe apenas à educação do ponto de vista social, mas do ponto de vista intelectual também. Atualmente já há algum consenso, dentro da neurociência, de que o cérebro é plástico, e vai se moldando ao longo da vida, de acordo com aquilo que ele é alimentado. Com isso, uma das grandes ameaças para a humanidade, decorrentes do excesso de informatização, talvez muito maior do que uma eventual IA no nível Skynet, capaz de dizimar o ser humano, é o fato de que nós estamos perdendo algumas habilidades devido ao desuso. Basta pensar no quanto de memória se perdeu, quando as pessoas simplesmente deixaram de precisar decorar números de telefone, por conta do uso do celular. Certamente decorar, ou "saber de cabeça", é menos importante do que entender, é é nesse sentido que a moderna educação deveria ser baseada. Porém, o problema é perdermos essa capacidade de memorizar, e deixarmos de fazer esse exercício mental de buscarmos na nossa memória uma informação. Essa é uma habilidade que o ser humano tem cada vez menos. 

    Mas não é só essa habilidade que estamos perdendo. A capacidade de analisarmos uma informação recebida também está diminuindo. Hoje, a quantidade de adultos que não conseguem entender um texto apenas um pouquinho mas complexo é alarmante. Se nós pedirmos para um adulto que não seja da área de exatas (e até alguns entre esses), tirar uma raiz quadrada na mão, dividir um número de 3 dígitos por outro de dois dígitos, ou aplicar uma regra de três, coisas que antes do computador e da internet era absolutamente corriqueiro, o resultado será estarrecedor. Só que aí entra a pergunta: porque alguém precisaria saber tirar uma raiz quadrada na mão? A resposta é que o próprio exercício mental em si, é mais importante que o próprio conteúdo. Isso seria mais ou menos como se perguntar, porque alguém deveria conseguir compreender algum texto que seja apenas um pouco mais complexo, só que como esse ainda é um exercício que se faz com alguma frequência, a utilidade e a necessidade dessa habilidade cognitiva ainda parece maior. Basta pensar no quanto tem gente, aqui no Ludopedia mesmo, que não gosta de textos com mais três parágrafos, mesmo que se demora apenas 90 segundos para ler um texto desse tamanho. As pessoas dizem que ficam com preguiça, que preferem esperar quando sair o filme e coisa e tal, como se ela não tivesse um minuto a perder, mas quando é para ficar vendo vídeos no Tik Tok, aí ele tem todo o tempo do mundo. Isso tudo está repercutindo de forma muito negativa nos jovens, cuja capacidade de atenção para o que quer que seja, parece ser medido em segundos, nem minutos mais, essa atenção dura. Se não for um videogame, que contrariamente a qualquer outra inteiração, os jovens conseguem realmente ficar muito tempo ligados, até porque a variação ocorre mas é bem linear e seguindo um roteiro bem restrito, tudo fora isso, a capacidade de concentração é mínima. Pode parecer exagero meu mas não é. Basta perguntar a qualquer professor quanto tempo ele consegue manter uma turma prestando atenção ao conteúdo que está tentando ensinar.

    Para terminar a questão da educação, não se pode deixar de citar essa verdadeira maravilha que é o ChatGPT. E digo maravilha porque depois que a ferramenta se popularizou é incrível a quantidade de trabalhos escolares em que o "português castiço" foi recuperado e brilha como nunca antes. Deve dar um baita orgulho, um professor receber um trabalho do nono ano, com termos e expressões do nível de "outrossim", "por conseguinte", "concomitantemente", "ademais", "verossimilhança", "vicissitude", e por aí vai. O curioso é que se o trabalho tiver de ser feito dentro da sala de aula, misteriosamente toda essa erudição desaparece como que num passe de mágica. Seria cômico se não fosse trágico. Hoje, um dos maiores desafios das escolas, colégios e universidades, é justamente filtrar aquilo que foi escrito pelo aluno, e o que é fruto exclusivo da IA. E mais ainda, convencer o aluno de que dessa forma a ferramenta deixa de ser uma ferramenta e passa a ser uma muleta, sem a qual o aluno não consegue aprender, e da qual fica cada vez mais dependente e viciado.

    No caso da necessidade de leveza para o hobby dos board games, não posso deixar de destacar que infelizmente tanto os jogos quanto os jogadores ainda são vítimas de um elitismo sem o menor sentido. Até hoje é muito forte o preconceito que existem conta jogos mais leves ou familiares. Eu por exemplo não me sinto confortável em dizer quando comecei no hobby, por conta da quantidade de "carteiradas de veterano" que eu vejo as pessoas dando aqui nos comentários. Na minha visão, o que deve importar é a força do argumento pelos seus próprios méritos, e não se a pessoa descobriu o hobby no ano passado, ou se está nessa lida a tanto tempo quanto o Romir ou o Cacá. Do mesmo modo, eu acho lastimável que tantas pessoas pensem que gostar do Ticket to Ride, mais do que do Food Train Magnate, do Brass, ou do TI4, demonstra que a pessoa conheça menos sobre board games. 

    Nesse quesito eu gosto de lembrar dois pensamentos. Primeiro é a frase lapidar do Erasmo Carlos, de que "se o simples fosse fácil, já teriam feito outro parabéns para você". O segundo é o fato do Tom Vasel, uma das maiores autoridades mundiais em jogos adorar o King of Tokyo, um joguinho leve, com muito rolamento de dados e muita sorte envolvida.     
         
    Esse complexo de "nariz em pé", que sempre imperou e ainda impera no hobby, só fez, e ainda faz, muito mal ao cenário nacional de jogos, juntamente com os altos preços o HYPE e o FOMO. Hoje os jogos de vaza e os carteados estão em alta, mas só de alguns anos para cá. Até bem pouco tempo atrás, se o jogo só tivesse cartas, ou se tivesse complexidade abaixo de 3 no BGG, ele era coisa de principiante, que ainda tinha muito que aprender em termos de board game. Felizmente isso está mudando, porque finalmente as pessoas começaram a compreender que são esses jogos que por serem mais simples não são em nada inferiores aos jogos mais complexos, são esses jogos que trazem mais gente par ao hobby, e são esses jogos é que vendem, e garantem a manutenção e sobrevivência desse setor econômico.

    Por fim, não estou dizendo de forma alguma que as pessoas devem tacar fogo em seus Trickerion ou Hegemony, porque eles também são muito importantes e também tem muito valor, só que isso não os faz nem melhores, nem piores que os jogos mais simples na minha opinião. Nosso hobby é tão vasto, que o que não falta é espaço, tanto para o We Will Rock You, quanto para o High Frontier 4 All.

    Um forte abraço e boas jogatinas!

    Iuri Buscácio   

    P.S. Ficou faltando minhas indicações de jogos para trazer novos jogadores. Nesse sentido eu não tenho dúvida. Primeiro se faz uma seção com Dixit, para conquistar corações e mentes, seguida de uma partida de Pandemic (com severas restrições ao Alpha Player, porque é melhor perder a partida do que interferir demais) para mostrar algo que todo mundo conhece (um tabuleiro levemente parecido com o WAR), mesclado a algo que não se conhece ou seja, um jogo de tabuleiro cooperativo. Depois cai muito bem uma partida de Ticket to Ride, cujo poder de sedução para os novatos é simplesmente mágico. Quando o sujeito já está praticamente se rendendo basta sacramentar a conquista com o meu muito amado Stone Age, seguido dos excelentes Carcassonne e do Azul. Daí em diante fica ao gosto do freguês.        


    Fala meu amigo Iuri!
    Tem como curtir seu comentário duas vezes? :D
    Excelente contribuição para a discussão.
    Concordo com tudo o que você diz, com especial atenção a parte dos jogos mais pesados.
    Eu já cheguei a conclusão que hoje em dia quem só joga jogo pesado acaba não jogando nada, é difícil achar mesa, conciliar tempo.
    No meu caso jogo quase exclusivamente com a esposa ou com o colega de serviço.
    E como citei, é o meu hobby, não o deles.
    Não vou cobrar uma partida de hegemony que provavelmente vai aborrecer mais do que divertir um player casual.
    Fico feliz de ter achado o meu espaço dentro do hobby e de jogar o que gosto de forma satisfatória.

    2
  • dharrebola
    719 mensagens MD
    avatar
    dharrebola10/01/25 17:38
    dharrebola » 10/01/25 17:38

    Jecota3::Sensacional o texto e muito necessário para a comunidade refletir sobre maneiras saudáveis de aproveitar esse hobby maravilhoso. 

    Quanto aos jogos e a introdução de novos jogadores eu percebi, pela minha experiência, pois trabalho com uma locadora de jogos de tabuleiro, que os jogos modernos considerados clássicos tipo família (exemplo: Catan, Carcassone, Azul, Ticket to Ride, Sushi Go) funcionam muito bem como porta de entrada para novos jogadores. Pois possuem um conjunto de regras acessível e a dinâmica do jogo como a estrutura das rodadas, mecânicas, objetivos e decisões ao longo da partida, são suficientemente interessantes sem serem muito complexas! O que deixa o adulto engajado, além da duração da partida não ser algo muito prolongado não tornando a atividade maçante e enfadonha. E o mais importante é essa primeira experiência ser algo prazeroso para que tenhamos mais chances de conversão dessas pessoas para dentro desse universo. 

    Vale a pena também conversar e entender o histórico de cada indivíduo com os jogos, ver preferências, pois quase todo adulto aprendeu quando criança algum jogo tradicional com um baralho comum, as vezes um xadrez, damas, dominó, né um super trunfo, war, uno, jenga, master, imagem e ação, detetive, o banco imobiliário né nosso feijão com o arroz, que tá aí no mercado e que quase todo mundo conhece por serem populares no senso comum. Diferente dos jogos de tabuleiro modernos que são ainda muito nichados. 

    Uma curiosidade que pode dizer muito sobre o hobby para o jogador casual (que geralmente é o público alvo das locadoras): qual o top 10 em locações por aí?

    0
  • dharrebola
    719 mensagens MD
    avatar
    dharrebola10/01/25 17:40
    dharrebola » 10/01/25 17:40

    Icho Tolot::Eu comecei lendo achando que o post era sobre como ensinar regras. Só depois que entendi que o assunto era mais profundo. 
    Eu lembro que o que me atraiu pros jogos foram os combos. Adoro combo. Parece uma apresentação de fogos de artifício. Uma ação explode, e leva  a outra, que leva a outra...
    Mas não me vem à memória jogos com esse fator que seja bom pra trazer pessoas ao hobby. Talvez Smash Up. Foi o segundo jogo que comprei e adorava quando enviava a carta de outra pessoa pra outra base onde ela seria eliminada hehehe
    Outra coisa que me pega muito é o tal do engine building. Aqui tem vários exemplos de bons jogos que são ótimo pra fazer as pessoas gostarem do hobby. Acho que Gizmos e Wingspan (e quem sabe o futuro Peixespan) são ótimos jogos nessa linha. Mas o problema é o preço. 
    Se tu quer um jogo ótimo pra criança eu recomendo o Ubongo Junior. Jogo com meu filho e é sucesso aqui. 
    É isso. 

    Fala meu amigo!
    Combo pega qualquer player.
    Realmente é mais complicado para jogadores iniciantes, mas que delícia fazer Prefeitura+prefeitura+castelo usando um dado só no Burgundy, não?
    Vou caçar esse Ubongo, em breve terei uma criança para jogar comigo :D

    2
  • Patanga
    1213 mensagens MD
    avatar
    Patanga12/01/25 03:44
    Patanga » 12/01/25 03:44

    Faltou a receita!
    E sim, rigattoni eh uma das melhores massas pro meu gosto tambem

    1
  • PedroMVM
    727 mensagens MD
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    PedroMVM12/01/25 07:28
    PedroMVM » 12/01/25 07:28

    dharrebola::Vou caçar esse Ubongo, em breve terei uma criança para jogar comigo :D

    Se acalme que esse "em breve" ainda tem muito chão. Tem pouquíssimos jogos para crianças de 3 anos e nem todas vão conseguir jogar com essa idade. A oferta aumente bastante quando a criança tem 5 anos. Acho que será nessa idade que a criança começará a jogar de alguma forma constante.

    No mais, comece a pesquisar jogos da Haba e Adoleta, que são focados nesse público. Como não é possível saber se estarão disponíveis no mercado em 5 anos, talvez seja uma boa ideia começar a comprar alguns que você ache interessante.

    PS: aproveite cada fase da criança. Os primeiros olhares. Quando começar a pegar coisas. As primeiras palavras. Começar a engatinhar e andar. Querer fazer as coisas sozinha. E por aí vai. 

    3
  • fantafanta
    488 mensagens MD
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    fantafanta17/01/25 08:45
    fantafanta » 17/01/25 08:45

    Mais um ótimo texto!

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