No último sábado jogamos Scythe com grande parte das expansões existentes. 

Para quem não sabe, Scythe se trata de um jogo de 1 a 7 jogadores em que cada um controla um país em um 1920 alternativo no Leste europeu, após a Grande Guerra. No jogo tu controlas um herói e 2 trabalhadores que, entre outros elementos, irão explorar, produzir, expandir e exterminar seus adversários.


Zehra e sua mascote Kar, uma aeronave e 2 trabalhadores. São o Canato Criméico, um estado tártaro não mais existente

A seguir iremos citar as expansões utilizadas e um breve comentário.

A primeira expansão que utilizamos foi o Scythe: Board Extension que tornou o espaço de jogo mais adequado a 7 jogadores. Reparem na foto anterior que os trabalhadores do Canato Crimérico estão mais confortáveis dentro dos longos hexágonos que representam os vilarejos e as fazendas de Zehra.

Comentário: a extensão de tabuleiro é muito importante para partidas de 7 jogadores, o tabuleiro regular não possui medidas adequadas.


O tabuleiro de extensão adiciona cerca de 50% a mais ao tabuleiro regular, adequando melhor os componentes

Outra expansão utilizadas foram Scythe: Invasores das Terras Além que adiciona 2 novos países: o Clã Albion (de origem celta-gaulês, é um sinônimo antigo para Grã-Bretanha) e o Xogunato Togawa (governo militar que durou cerca de 2 décadas no Japão Imperial).

Comentário: é mais difícil jogar com estas facções, mas elas são mais divertidas (é quase como jogar Root com uma facção diferente). Na nossa partida o Albion foi substituído por uma das novas facções da Ascenção de Fenris.

A próxima expansão, considerada uma expansão regular juntamente com Invasores das Terras Além, seria Scythe: Gambito dos Ventos. Ela adiciona pelo menos 2 módulos:

a) aeronaves - cada facção ganha uma aeronave com poderes ofensivos e defensivos
b) resoluções - a partida terminará de um modo diferente do jogo regular

Comentário: as aeronaves, principalmente quando carregam trabalhadores, dão grande agilidade ao jogo. As habilidades ofensivas e defensivas permitem algumas situações interessantes, não sendo complexas nem fortes o suficiente para "roubar a cena". Já "resoluções" é muito bem-vinda, apresenta possibilidades diferentes para a partida terminar.

Uma pequena expansão adicionada à partida foi Scythe: Encontros.

Comentário: essa expansão adicoina bastante ao aspecto de "exploração" de Scythe. Elementos realmente fortes, diferentes e com bastante história surgem a partir delas. Em nossa partida um dos jogadores começou a pescar e ficou um turno sem jogar. Em outra partida, outro jogador foi levar várias ovelhas para passear e os outros ficaram um turno sem poder se mover para que as ovelhas ficassem paz. Eu acho fantástico.

Por último temos Scythe: A Ascensão dos Fenris. E tu podes parar a leitura aqui.

ALERTA DE SPOILER


Fenris adiciona muitos módulos que acho muito bacana em Scythe:

a) modificadores de mech - cada jogador no início pode escolher até 2 entre 4 habilidades novas de mech para substituir as habilidades originais


b) modificadores de infraestrutura - cada jogador no início pode escolher 2 entre 4 modificadores que permitem fazer as 4 ações da seção inferior de forma mais barata ou até mesmo de graça, uma única vez


c) facção de vesna - uma nova  facção altamente flexível que utiliza 4 habilidades escolhidas pelo jogador e inicia com 3 carta de fábrica

d) facção dos fenris - uma nova facção que distribui influência no tabuleiro impedindo o movimento dos outros jogadores e retirando -1 no final do jogo


e) peças de triunfo - randomiza as formas de conquistas de estrelas e acrescenta algumas novas, como estrela por carta de fábrica, cartas de combate e recursos.




O Plano B estabelece um novo final para Scythe - quem colocar a 6a estrela necessita vencer, senão haverá mais uma rodada


Comentário: gosto de poder personalizar a minha facção de acordo com o contexto da partida. Neste sentido eu adoro os modificadores de estrutura e de mechs pois, ao menos psicologicamente, me dão uma sensação de controle do meu jogo. As conquistas randomizadas permitem que as partidas tenham não só resoluções diferentes, mas conquistas diferentes, embora possam deixar Vesna menos forte (pois é é a facção que escolhe suas habilidades)! 




Fenris com seu enorme Mech e Vesna


Vesna e Fenris são lindos e jogar com eles não é complicado, embora possa amedrontar joagadores adversários mais casuais.


Considerações finais


Mas no final, foi divertido? Absolutamente! A maioria dos módulos em Scythe acrescentam regras de setup que não interferem no jogo assim que ele inicia; as aeronaves e os novos encontros implementam um pouco de um saudável "caos" na partida, criando situações como por exemplo uma heróina que conquistou 1 estrela e uma carta de fábrica ao acessar um encontro que lhe permitiu roubar uma aeronave e ir diretamente para a fábrica (perdendo 2 de popularidade) e graças às peças de triunfo chegar na fábrica que lhe dava uma estrela!

São necessárias e indispensáveis? Eu acredito que não, Scythe roda bem apenas com Invasores das Terras Além e Gambito dos Ventos. Mas Fenris, Encontros e a Extensão de Tabuleiro elevam Scythe a um jogo quase perfeito!