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  4. Puerto Rico: entre o eurocentrismo e o refinamento estratégico

Puerto Rico: entre o eurocentrismo e o refinamento estratégico

Puerto Rico
  • Cubas
    80 mensagens MD
    avatar
    Cubas23/12/24 11:24
    Cubas » 23/12/24 11:24

    Jogão. Felizmente consigo jogar Puerto Rico sem nenhum problema, assim como faço com determinados jogos de guerra, como aqueles com o tema da 2ª guerra.
    Ainda não me deparei com um jogo que possuísse uma propaganda escrota relacionada a esses temas sensíveis. Se o jogo retrata (dentro do possível para a mídia e/ou o produto) um episódio histórico sem deturpar o mesmo, eu jogo de boa e fico satisfeito em ver um tema assim sendo alçado ao olhar das pessoas, oferecendo dessa forma, também uma possibilidade de reflexão.

    7
  • iuribuscacio
    3120 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio23/12/24 12:10
    iuribuscacio » 23/12/24 12:10

    Bhima::
    tollendal::Ótimo texto, parabéns!

    Graças ao jogo Puerto Rico este período histórico tão problemático está sempre na boca do povo, e não esquecido em algum livro de História.

    Essa é uma das funções da cultura, não deixar esquecer.

    O que é esquecido se repete com mais facilidade.

    Exatamente!
    O Puerto Rico não naturaliza a escravidão, mas introduz as pessoas, de forma lúdica, em vários temas que podem fazer com que ela reflita sobre fatos do passado.

    Caro Bhima

    Eu entendo o seu ponto de vista, concordo em parte e gostaria de fazer algumas ponderações.

    A questão aqui, pelo menos do meu ponto de vista, não é deixar de jogar o Puerto Rico, muito pelo contrário, eu acho que as pessoas devem continuar jogando Puerto Rico. Além do jogo ser realmente muito bom, ele faz um excelente recorte de um passado histórico, terrível, não muito distante cronologicamente, e que reflete na sociedade humana até hoje e em nível mundial, através da mácula do racismo. O recente assassinato de George Floyd nos EUA, aquilo que Vinícius Jr. tem de aturar em quase todo jogo no campeonato espanhol, o absurdo que foi o comportamento do time feminino do River Plate no jogo contra o Grêmio alguns dias atrás, pela Brasil Ladies Cup, as exigências do governo chinês de que atores negros não apareçam em cartazes de filmes, mesmo que eles sejam as estrelas, entre inúmeros outros exemplos comprovam o quanto o mundo, e não apenas o Brasil, é racista.

    Então porque jogar Puerto Rico? Eu digo que é preciso jogar Puerto Rico, da mesma forma que é fundamental produzir filmes e escrever livros sobre a escravidão, e também discutir o tema, por dois motivos. Primeiro para não esquecermos a gravidade e a imensidão dos erros que nós, enquanto seres humanos somos capazes de cometer, até mesmo contra nossos semelhantes. Isso é algo como a manutenção de Auschwitz na Polônia, para que nunca esqueçamos a monstruosidade que foi o Holocausto. Segundo, para que possamos entender as raízes do racismo e combater melhor e mais contundentemente esse verdadeiro mal, na acepção mais intensa e plena dessa palavra, e que a humanidade tem tanta dificuldade de superar.

    Todavia, é preciso frisar, e é isso que eu defendo, que se jogue o Puerto Rico de forma consciente, sem endossar e nem minimizar a verdadeira mancha que foi a escravidão. Esse entendimento é o que permite que vegetarianos como você joguem Agrícola, da mesma forma que anti-racistas como eu joguem Puerto Rico. Eu não tenho dúvida de que nas suas partidas de Agrícola, você não muda radicalmente a sua forma de pensar e passa a achar que os animais são apenas peças de carne cujo único propósito é servir ao nosso paladar humano. A mesma coisa acontece comigo em relação à escravidão, quando jogo Puerto Rico.

    No mais, fazendo eco às suas palavras e do tollendal, o Puerto Rico é sem sem sombra de dúvida, não apenas uma forma lúdica de introduzir esse tema, como também uma maneira de manter viva essa discussão tão necessária, especialmente nesses dias e nessa realidade tão racista em que vivemos.      

    Um forte abraço e boas jogatinas natalinas!

    Iuri Buscácio

    P.S. "Quem não recorda o passado está condenado a repeti-lo" George Santayana

    5
  • tollendal
    21 mensagens MD
    avatar
    tollendal23/12/24 13:08
    tollendal » 23/12/24 13:08

    iuribuscacio::
    Bhima::
    tollendal::Ótimo texto, parabéns!

    Graças ao jogo Puerto Rico este período histórico tão problemático está sempre na boca do povo, e não esquecido em algum livro de História.

    Essa é uma das funções da cultura, não deixar esquecer.

    O que é esquecido se repete com mais facilidade.

    Exatamente!
    O Puerto Rico não naturaliza a escravidão, mas introduz as pessoas, de forma lúdica, em vários temas que podem fazer com que ela reflita sobre fatos do passado.

    Caro Bhima

    Eu entendo o seu ponto de vista, concordo em parte e gostaria de fazer algumas ponderações.

    A questão aqui, pelo menos do meu ponto de vista, não é deixar de jogar o Puerto Rico, muito pelo contrário, eu acho que as pessoas devem continuar jogando Puerto Rico. Além do jogo ser realmente muito bom, ele faz um excelente recorte de um passado histórico, terrível, não muito distante cronologicamente, e que reflete na sociedade humana até hoje e em nível mundial, através da mácula do racismo. O recente assassinato de George Floyd nos EUA, aquilo que Vinícius Jr. tem de aturar em quase todo jogo no campeonato espanhol, o absurdo que foi o comportamento do time feminino do River Plate no jogo contra o Grêmio alguns dias atrás, pela Brasil Ladies Cup, as exigências do governo chinês de que atores negros não apareçam em cartazes de filmes, mesmo que eles sejam as estrelas, entre inúmeros outros exemplos comprovam o quanto o mundo, e não apenas o Brasil, é racista.

    Então porque jogar Puerto Rico? Eu digo que é preciso jogar Puerto Rico, da mesma forma que é fundamental produzir filmes e escrever livros sobre a escravidão, e também discutir o tema, por dois motivos. Primeiro para não esquecermos a gravidade e a imensidão dos erros que nós, enquanto seres humanos somos capazes de cometer, até mesmo contra nossos semelhantes. Isso é algo como a manutenção de Auschwitz na Polônia, para que nunca esqueçamos a monstruosidade que foi o Holocausto. Segundo, para que possamos entender as raízes do racismo e combater melhor e mais contundentemente esse verdadeiro mal, na acepção mais intensa e plena dessa palavra, e que a humanidade tem tanta dificuldade de superar.

    Todavia, é preciso frisar, e é isso que eu defendo, que se jogue o Puerto Rico de forma consciente, sem endossar e nem minimizar a verdadeira mancha que foi a escravidão. Esse entendimento é o que permite que vegetarianos como você joguem Agrícola, da mesma forma que anti-racistas como eu joguem Puerto Rico. Eu não tenho dúvida de que nas suas partidas de Agrícola, você não muda radicalmente a sua forma de pensar e passa a achar que os animais são apenas peças de carne cujo único propósito é servir ao nosso paladar humano. A mesma coisa acontece comigo em relação à escravidão, quando jogo Puerto Rico.

    No mais, fazendo eco às suas palavras e do tollendal, o Puerto Rico é sem sem sombra de dúvida, não apenas uma forma lúdica de introduzir esse tema, como também uma maneira de manter viva essa discussão tão necessária, especialmente nesses dias e nessa realidade tão racista em que vivemos.      

    Um forte abraço e boas jogatinas natalinas!

    Iuri Buscácio

    P.S. "Quem não recorda o passado está condenado a repeti-lo" George Santayana

    Além de tudo q já foi dito, um ponto q acho muito relevante é o "racismo espontâneo" do designer.
    Pq percebemos q não era a ideia dele fazer pouco caso da escravidão, nem romantizar o período histórico retratado. Mas o colonialismo está tão imbricado e naturalizado na forma de pensar do europeu q ele nem percebeu o problema ao longo do processo de criação do jogo.
    E não estamos falando de um passado longínquo, é um problema presente hoje: o colonialismo é - ou deveria ser - a grande chave de entendimento para o nosso mundo moderno, pq todas as relações sócio-políticas se estruturam em torno disso. Mudam-se os nomes e os rótulos, mas em sua essência as coisas continuam do mesmo jeito.

    6
  • Lucaro94
    68 mensagens MD
    avatar
    Lucaro9423/12/24 14:00
    Lucaro94 » 23/12/24 14:00

    Rapaz, dá para perceber de algumas pessoas que comentaram nesse tópico que eles realmente se acham os seres iluminados de sabedoria suprema, e que têm os condões da sensatez para dizer o que se deve e o que não se deve jogar. Só faltaram chamar a galera que joga Puerto Rico de um nome aí... Bizarro a pedância de alguns.

    Aliás, esse afago às próprias "virtudes" (em aspas mesmo), essa pose suprema auto-imposta de sapiência e sensatez, é bem característico dessa turma. Ou concorda comigo, ou você é isso e aquilo.

    Detalhe que no fim estamos falando de um jogo de papelão que, como disseram, só faz recorte de período histórico.

    9
  • iuribuscacio
    3120 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio23/12/24 15:12
    iuribuscacio » 23/12/24 15:12

    tollendal::
    Além de tudo q já foi dito, um ponto q acho muito relevante é o "racismo espontâneo" do designer.
    Pq percebemos q não era a ideia dele fazer pouco caso da escravidão, nem romantizar o período histórico retratado. Mas o colonialismo está tão imbricado e naturalizado na forma de pensar do europeu q ele nem percebeu o problema ao longo do processo de criação do jogo.
    E não estamos falando de um passado longínquo, é um problema presente hoje: o colonialismo é - ou deveria ser - a grande chave de entendimento para o nosso mundo moderno, pq todas as relações sócio-políticas se estruturam em torno disso. Mudam-se os nomes e os rótulos, mas em sua essência as coisas continuam do mesmo jeito.

    Caro tollendal

    Esse é mais um dos seus excelentes comentários, eu não apenas concordo, como faço suas as minhas palavras, porque esse é o tipo de comentário que eu gostaria de ter escrito. :)

    Apesar do conceito original do Puerto Rico ser racista, obviamente não foi essa a intenção do Andreas Seyfarth, e nem o mais empedernido crítico do jogo defende um absurdo desses. Mas, mesmo que de forma não intencional, há um viés racista inconsciente ali, fruto de um pensamento colonial, que tornou a Europa um continente tão rico às custas da exploração e miséria do resto do mundo colonizado. 

    Além disso, refletindo a respeito do colonialismo, surge uma reflexão muito interessante. A escravidão já estava mais ou menos abolida em quase todo o mundo no final do século XIX, pelo menos do ponto de vista legal. Ilegalmente, até hoje ainda se encontram pessoas vivendo em condições análogas à escravidão. Muito recentemente isso foi noticiado no Jornal Nacional, com uma ação da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho, nos bairros da Abolição e de Vila Isabel no Rio de Janeiro, que libertaram domésticas que trabalharam durante mias de cinquenta anos sem nunca ter recebido nem um tostão, e nunca terem saído da casa de seus patrões. A ironia em relação ao nomes dos bairros só reforça a revolta e indignação. No século XX apenas sete países ainda não haviam abolido a escravidão formalmente, a China em 1906, Serra leoa em 1928, Nigéria em 1936, Etiópia em 1942, Marrocos em 1956, Arábia Saudita em 1962, e pasme, a Mauritânia apenas em 1981. Só para refletir, em 1981, muita gente aqui do Ludopedia já havia nascido, e se a pessoa tivesse o azar de ter nascido na Mauritânia dos anos 70, ela poderia ter sido legalmente uma escrava.

    O problema é que, apesar do do racismo, o fruto mais nefasto do colonialismo, estar espalhado e arraigado em todo o mundo, durante todo o século XX, a escravidão era uma questão muito localizada. Por outro lado, o colonialismo em si era uma questão generalizada e presente em quase todo o mundo, especialmente na África até meados do século XX. Indo além, é preciso lembrar que o colonialismo mesmo não existindo mais formalmente, também reflete e impacta negativamente no mundo até hoje, colocando a África e Ásia em um caos social insolúvel. A Conferência de Berlim de 1885, que sacramentou a Partilha da África entre as potências coloniais europeias, ignorou solenemente que haviam nações, povos e etnias estabelecidas há milênios no continente. As linhas demarcatórias dos territórios das colônias, e que deram origem aso atuais países africanos foram traçadas de forma totalmente arbitrária. Com isso as colônias africanas misturavam povos totalmente distintos, não apenas etnicamente, mas com religião, língua, cultura e costumes muito diferentes, como se todos fossem um povo só. Quando esses países se tornaram independentes essas diferenças se acirraram ao máximo, culminando em seguidas e sangrentas guerras civis. Isso fez da África um continente em contínua guerra civil, em alguma parte até hoje. Um retrato muito duro dessa realidade é o filme Hotel Ruanda de 2004, que trata o Genocídio de Ruanda (de abril a julho de 1994), estrelado por Don Cheadle, Sophie Okonedo, Joaquim Phoenix e Nick Nolte, que eu recomendo muito a quem conhecer um pouco o drama das guerras civis da África. 

    Para as pessoas entenderam a raízes que levaram a esse genocídio, a Bélgica administrou e explorou o país até os anos 1960, quando Ruanda declarou independência. Sem um poder único central, as etnias tutsi e hutú, que eram inimigas e rivais históricas, mesmo antes da colonização, e nunca foram feitas para conviverem em um país único, nem foram preparadas para isso, durante décadas de dominação europeia, literalmente começaram a ser matar. Foram décadas de conflitos, golpes de estado, perseguição, tortura e morte, envolvendo principalmente as etnias dominantes (tutsi e hutú), que culminaram na Guerra Civil de Ruanda 1990-1993. Apenas meses após a assinatura do tratado que encerrou a guerra civil, o presidente Habyarimana foi assassinado em um atentado, o que levou ao genocídio. Em apenas quatro meses a maioria hutú, que compunha a elite do país e financiava diversas milícias, trucidou mais de 800.000 tutsis, principalmente na base de porrete, facão e machadinha. E esses 800.000 são apenas os números oficiais reconhecidos, porque diversos estudos indicam que muito mais de um milhão de pessoas foram mortas, da forma mais truculenta e violenta possível, e com requintes de crueldade. Isso tudo porque monarcas colonialistas europeus resolveram que o território de Ruanda seria uma colônia belga, sem considerar, um segundo que fosse, as características e peculiaridades dos povos da região.

    Basta considerar, que aquilo que se vê hoje na Ucrânia e que o que ocorreu na antiga Yugoslávia desmembrada em meados dos anos 90 (apenas alguns anos após o Genocídio de Ruanda), é uma realidade diária na África. Mas quando o conflito ocorre na Europa é diferente, porque são "brancos matando brancos", tudo é muito noticiado, todo mundo fica sabendo, os países interveem direta ou indiretamente. Agora quando é na África "são apenas alguns negrinhos se matando, o que não tem a menor importância".  

    E esse problema do colonialismo não é apenas uma questão africana. Até hoje, Índia e Paquistão, que até 1947 compunham "as Índias", pertencentes à coroa britânica, vivem em um estado de quase guerra declarada, por conta de disputas territoriais envolvendo a região da Caxemira. E eu digo quase, porque em três oportunidades os dois países chegaram às vias de fato: na Primeira Guerra da Caxemira em 1947, na Segunda Guerra da Caxemira em 1969, e mais recentemente no Conflito de Kargil em 1999. Essa questão da Caxemira é um reflexo direto da colonização britânica, mas principalmente da forma conflituosa, repentina e muito violenta, como o Reino Unido gerenciou a independência das "Índias", com a criação de um estado hindu (Índia) e um estado muçulmano (Paquistão). O que ocorreu nesse processo foi um verdadeiro, banho de sangue, em que literalmente, vizinho matava vizinho. Para quem quiser saber mais eu recomendo muito a leitura do livro "Essa Noite a Liberdade" de Dominique Lapierre e Larry Collins. No caso da China, mantendo a discussão na região asiática, basta ver a forma como os EUA encaram a competição contra o colosso chinês, no campo econômico. Para os norte-americanos, a livre concorrência e o livre comércio só são válidos quando eles dão as cartas, e quando levam grande vantagem. Nisso é interessante notar, que os norte-americanos nunca foram uma potência colonial na acepção histórica da expressão, mas herdaram esse pensamento dos seus colonizadores ingleses, e se acham e atuam hoje como a "polícia do mundo", os detentores do "monopólio da virtude e da liberdade", bem como os "guardiões e regentes da civilização ocidental judaico-cristã".

    E para não dizer que os efeitos do colonialismo e a forma colonial de enxergar o mundo não chega até nós, brasileiros, basta lembrar o recente episódio em que o CEO do Carrefour difamou de forma ilegal e muito irresponsável, não apenas a carne brasileira mas de todo o Mercosul, bem como os grandes esforços franceses em nível estatal para barrar o acordo do Mercosul com a União Europeia, para proteger os interesses de meia dúzia de agricultores franceses. No mesmo sentido, vale destacar as iniciativas e ameaças do boquirroto e falastrão presidente recém eleito Donald Trump de taxar em até 100% os produtos oriundos dos países que formam os BRICS, caso eles adotem uma moeda única para transações comerciais internas em substituição ao dólar.

    Por fim, não custa lembrar a lapidar frase "Tudo deve mudar para que tudo fique como está" do excelente romance "Il Gatopardo" do celebre escritor italiano Giuseppe Tomasi di Lampedusa, que trata, ente outras coisas do "Risorgimento", que foi o processo de unificação italiana, quando os reinos e principados perderam influência em prol da criação da Itália moderna. Essa é outra obra que tem inclusive filme de 1963 (até o eterno Trinity, Terence Hill, está no elenco, os mais "vividos" entenderão), e que eu também indico muito.

    Um forte abraço e boias jogatinas natalinas!

    Iuri Buscácio  

     
       

    6
  • tollendal
    21 mensagens MD
    avatar
    tollendal23/12/24 19:15
    tollendal » 23/12/24 19:15

    iuribuscacio::
    tollendal::
    Além de tudo q já foi dito, um ponto q acho muito relevante é o "racismo espontâneo" do designer.
    Pq percebemos q não era a ideia dele fazer pouco caso da escravidão, nem romantizar o período histórico retratado. Mas o colonialismo está tão imbricado e naturalizado na forma de pensar do europeu q ele nem percebeu o problema ao longo do processo de criação do jogo.
    E não estamos falando de um passado longínquo, é um problema presente hoje: o colonialismo é - ou deveria ser - a grande chave de entendimento para o nosso mundo moderno, pq todas as relações sócio-políticas se estruturam em torno disso. Mudam-se os nomes e os rótulos, mas em sua essência as coisas continuam do mesmo jeito.

    Caro tollendal

    Esse é mais um dos seus excelentes comentários, eu não apenas concordo, como faço suas as minhas palavras, porque esse é o tipo de comentário que eu gostaria de ter escrito.

    Apesar do conceito original do Puerto Rico ser racista, obviamente não foi essa a intenção do Andreas Seyfarth, e nem o mais empedernido crítico do jogo defende um absurdo desses. Mas, mesmo que de forma não intencional, há um viés racista inconsciente ali, fruto de um pensamento colonial, que tornou a Europa um continente tão rico às custas da exploração e miséria do resto do mundo colonizado. 

    Além disso, refletindo a respeito do colonialismo, surge uma reflexão muito interessante. A escravidão já estava mais ou menos abolida em quase todo o mundo no final do século XIX, pelo menos do ponto de vista legal. Ilegalmente, até hoje ainda se encontram pessoas vivendo em condições análogas à escravidão. Muito recentemente isso foi noticiado no Jornal Nacional, com uma ação da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho, nos bairros da Abolição e de Vila Isabel no Rio de Janeiro, que libertaram domésticas que trabalharam durante mias de cinquenta anos sem nunca ter recebido nem um tostão, e nunca terem saído da casa de seus patrões. A ironia em relação ao nomes dos bairros só reforça a revolta e indignação. No século XX apenas sete países ainda não haviam abolido a escravidão formalmente, a China em 1906, Serra leoa em 1928, Nigéria em 1936, Etiópia em 1942, Marrocos em 1956, Arábia Saudita em 1962, e pasme, a Mauritânia apenas em 1981. Só para refletir, em 1981, muita gente aqui do Ludopedia já havia nascido, e se a pessoa tivesse o azar de ter nascido na Mauritânia dos anos 70, ela poderia ter sido legalmente uma escrava.

    O problema é que, apesar do do racismo, o fruto mais nefasto do colonialismo, estar espalhado e arraigado em todo o mundo, durante todo o século XX, a escravidão era uma questão muito localizada. Por outro lado, o colonialismo em si era uma questão generalizada e presente em quase todo o mundo, especialmente na África até meados do século XX. Indo além, é preciso lembrar que o colonialismo mesmo não existindo mais formalmente, também reflete e impacta negativamente no mundo até hoje, colocando a África e Ásia em um caos social insolúvel. A Conferência de Berlim de 1885, que sacramentou a Partilha da África entre as potências coloniais europeias, ignorou solenemente que haviam nações, povos e etnias estabelecidas há milênios no continente. As linhas demarcatórias dos territórios das colônias, e que deram origem aso atuais países africanos foram traçadas de forma totalmente arbitrária. Com isso as colônias africanas misturavam povos totalmente distintos, não apenas etnicamente, mas com religião, língua, cultura e costumes muito diferentes, como se todos fossem um povo só. Quando esses países se tornaram independentes essas diferenças se acirraram ao máximo, culminando em seguidas e sangrentas guerras civis. Isso fez da África um continente em contínua guerra civil, em alguma parte até hoje. Um retrato muito duro dessa realidade é o filme Hotel Ruanda de 2004, que trata o Genocídio de Ruanda (de abril a julho de 1994), estrelado por Don Cheadle, Sophie Okonedo, Joaquim Phoenix e Nick Nolte, que eu recomendo muito a quem conhecer um pouco o drama das guerras civis da África. 

    Para as pessoas entenderam a raízes que levaram a esse genocídio, a Bélgica administrou e explorou o país até os anos 1960, quando Ruanda declarou independência. Sem um poder único central, as etnias tutsi e hutú, que eram inimigas e rivais históricas, mesmo antes da colonização, e nunca foram feitas para conviverem em um país único, nem foram preparadas para isso, durante décadas de dominação europeia, literalmente começaram a ser matar. Foram décadas de conflitos, golpes de estado, perseguição, tortura e morte, envolvendo principalmente as etnias tutsi e hutú, que culminaram na Guerra Civil de Ruanda 1990-1993. Apenas meses após a assinatura do tratado que encerrou a guerra civil, o presidente Habyarimana foi assassinado em um atentado, o que levou ao genocídio. Em apenas quatro meses a maioria hutús, que compunha a elite do país e financiava diversas milícias, trucidaram mais de 800.000 tutsis, principalmente na base de porrete, facão e machadinha. E esses 800.000 são apenas os números oficiais reconhecidos, porque diversos estudos indicam que muito mais de um milhão de pessoas foram mortas, da forma mais truculenta e violenta possível, e com requintes de crueldade. Isso tudo porque monarcas colonialistas europeus resolveram que o território de Ruanda seria uma colônia belga, sem considerar um segundo que fosse as características e peculiaridades dos povos da região.

    Basta considerar, que aquilo que se vê hoje na Ucrânia e que o que ocorreu na antiga Yugoslávia desmembrada em meados dos anos 90 (apenas alguns anos após o Genocídio de Ruanda), é uma realidade diária da África. Mas quando o conflito ocorre na Europa é diferente, porque são "brancos matando brancos", tudo é muito noticiado, todo mundo fica sabendo, os países interveem direta ou indiretamente. Agora quando é na África "são apenas alguns negrinhos se matando, o que nao tem a menor importância".  

    E esse problema do colonialismo não é apenas uma questão africana. Até hoje, Índia e Paquistão, que até 1947 compunham "as Índias", pertencentes à coroa britânica, vivem em um estado de quase guerra declarada, por conta de disputas territoriais envolvendo a região da Caxemira. E eu digo quase, porque em três oportunidades os dois países chegaram às vias de fato: na Primeira Guerra da Caxemira em 1947, na Segunda Guerra da Caxemira em 1969, e mais recentemente no Conflito de Kargil em 1999. Essa questão da Caxemira é um reflexo direto da colonização britânica, mas principalmente da forma conflituosa, repentina e muito violenta, com o Reino Unido gerenciou a independência das "Índias", com a criação de um estado hindu (Índia) e um estado muçulmano (Paquistão). O que ocorreu nesse processo foi um verdadeiro, banho de sangue, em que literalmente, vizinho matava vizinho. Para quem quiser saber mais eu recomendo muito a leitura do livro "Essa Noite a Liberdade" de Dominique Lapierre e Larry Collins. No caso da China, mantendo a discussão na região asiática, basta ver a forma como os EUA encaram a competição contra o colosso chinês, no campo econômico. Para os norte-americanos, a livre concorrência e o livre comércio só são válidos quando eles dão as cartas, e quando levam grande vantagem. Nisso é interessante notar, que os norte-americanos nunca foram uma potência colonial na acepção histórica da expressão, mas herdaram esse pensamento dos seus colonizadores ingleses, e se acham e atuam hoje como a "polícia do mundo", os detentores do "monopólio da virtude e da liberdade", bem como os "guardiões e regentes da civilização ocidental judaico-cristã".

    E para não dizer que os efeitos do colonialismo e a forma colonial de enxergar o mundo não chega até nós, brasileiros, basta lembrar o recente episódio em que o CEO do Carrefour difamou de forma ilegal e muito irresponsável, não apenas a carne brasileira mas de todo o Mercosul, bem como os grandes esforços franceses em nível estatal para barrar o acordo do Mercosul com a União Europeia, para proteger os interesses de meia dúzia de agricultores franceses. No mesmo sentido, vale destacar as iniciativas e ameaças do boquirroto e falastrão presidente recém eleito Donald Trump de taxar me até 100% os produtos oriundos dos países que formam os BRICS, caso eles adotem uma moeda única para transações comerciais internas em substituição ao dólar.

    Por fim, não basta lembrar a lapidar frase "Tudo deve mudar para que tudo fique como está" do excelente romance "Il Gatopardo" do celebre escritor italiano Giuseppe Tomasi di Lampedusa, que trata, ente outras coisas do "Risorgimento", que foi o processo de unificação italiana, quando os reinos e principados perderam influência em prol da criação da Itália moderna. Essa é outra obra que tem inclusive filme de 1963 (até o eterno Trinity, Terence Hill, está no elenco, os mais "vividos" entenderão), e que eu também indico muito.

    Um forte abraço e boias jogatinas natalinas!

    Iuri Buscácio  

     
       

    Q aula, quanta referência boa! Muito obrigado!
    Aproveito o gancho para citar o John Company, q ilustra bem uma forma adequada de como abordar um período crítico em um jogo de tabuleiro. Cole Wehrle consegue trabalhar de forma magistral o período colonial indiano e desnuda a hipocrisia inglesa em pregar Estado mínimo depois de fazer o q fez via Companhia das Índias Orientais. Depois de extorquir meio mundo através da promiscuidade público-privada ainda têm a cara de pau de exportar esta ideologia neocolonial para o resto do mundo, q até hoje paga caro o preço de absorvê-la acriticamente.

    4
  • Kavita
    161 mensagens MD
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    Kavita23/12/24 21:00
    Kavita » 23/12/24 21:00

    Milhares e milhares de jogos bons, com temas tão bacanas, e vejo aqui diversas acrobacias retóricas pra justificar que, no fim, deve-se  jogar abominações históricas e racistas como Puerto Rico. Existe a opção (melhor) de simplesmente se jogar outra coisa, mas é preferível o "olha, eu reconheço a problemática do jogo, até sou antirracista (apesar de no meu dia a dia não tomar nenhuma atitude efetiva para combater o racismo), mas vou continuar jogando porque é uma ferramenta educativa, a mecânica é maravilhosa e blá blá blá". Que discurso mais chapa branca. Em cima do muro não dá pra ficar. Tem até "historiador" chamando de hipócrita o antirracista que come carne, como se fosse comparável... mas Elza Soares tinha razão quando divinamente cantava sobre qual a carne mais barata do mercado. 
    É rasteira demais a afirmação que board games são ferramentas educativas. Não, não são. Livros são educativos. Arte é educativa. Pedagogias anti-hegemônicas são educativas. Jogos de tabuleiros são entretenimento e abstração, sem pretensão (e capacidade conceitual) de levantar qualquer discussão mais profunda sobre esse ou aquele tema. Podem até ser usadas como ferramentas educativas, vá lá, mas não é essa sua função nem primária, secundária ou terciária. 
    A gente aqui, no Brasil, ainda publicando, jogando, e defendendo a validade desses jogos, só comprova a eficácia e o sucesso do colonialismo.
    Assim como racistas merecem pegar fogo, determinados jogos de tabuleiro também.

    1
  • tollendal
    21 mensagens MD
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    tollendal23/12/24 21:42
    tollendal » 23/12/24 21:42

    Até pq é só parar de falar de racismo q ele desaparecerá magicamente.

    4
  • Bhima
    13 mensagens MD
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    Bhima23/12/24 21:50
    Bhima » 23/12/24 21:50

    Kavita::Milhares e milhares de jogos bons, com temas tão bacanas, e vejo aqui diversas acrobacias retóricas pra justificar que, no fim, deve-se  jogar abominações históricas e racistas como Puerto Rico. Existe a opção (melhor) de simplesmente se jogar outra coisa, mas é preferível o "olha, eu reconheço a problemática do jogo, até sou antirracista (apesar de no meu dia a dia não tomar nenhuma atitude efetiva para combater o racismo), mas vou continuar jogando porque é uma ferramenta educativa, a mecânica é maravilhosa e blá blá blá". Que discurso mais chapa branca. Em cima do muro não dá pra ficar. Tem até "historiador" chamando de hipócrita o antirracista que come carne, como se fosse comparável... mas Elza Soares tinha razão quando divinamente cantava sobre qual a carne mais barata do mercado. 
    É rasteira demais a afirmação que board games são ferramentas educativas. Não, não são. Livros são educativos. Arte é educativa. Pedagogias anti-hegemônicas são educativas. Jogos de tabuleiros são entretenimento e abstração, sem pretensão (e capacidade conceitual) de levantar qualquer discussão mais profunda sobre esse ou aquele tema. Podem até ser usadas como ferramentas educativas, vá lá, mas não é essa sua função nem primária, secundária ou terciária. 
    A gente aqui, no Brasil, ainda publicando, jogando, e defendendo a validade desses jogos, só comprova a eficácia e o sucesso do colonialismo.
    Assim como racistas merecem pegar fogo, determinados jogos de tabuleiro também.

    " Tem até "historiador" chamando de hipócrita o antirracista que come carne, como se fosse comparável... " 
    Eu acho que você tem um sério problema com interpretação de texto...tenta ler denovo ó "Arauto da virtude"... mas já que tocou no assunto, me explica aí senhor Especista, porque não é comparável?

    "É rasteira demais a afirmação que board games são ferramentas educativas. Não, não são."
    É a SUA OPINIÃO...SÓ OPINIÃO...e opinião qualquer um tem sobre qualquer coisa...

    2
  • Kavita
    161 mensagens MD
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    Kavita23/12/24 22:27
    Kavita » 23/12/24 22:27

    Bhima::
    Kavita::Milhares e milhares de jogos bons, com temas tão bacanas, e vejo aqui diversas acrobacias retóricas pra justificar que, no fim, deve-se  jogar abominações históricas e racistas como Puerto Rico. Existe a opção (melhor) de simplesmente se jogar outra coisa, mas é preferível o "olha, eu reconheço a problemática do jogo, até sou antirracista (apesar de no meu dia a dia não tomar nenhuma atitude efetiva para combater o racismo), mas vou continuar jogando porque é uma ferramenta educativa, a mecânica é maravilhosa e blá blá blá". Que discurso mais chapa branca. Em cima do muro não dá pra ficar. Tem até "historiador" chamando de hipócrita o antirracista que come carne, como se fosse comparável... mas Elza Soares tinha razão quando divinamente cantava sobre qual a carne mais barata do mercado. 
    É rasteira demais a afirmação que board games são ferramentas educativas. Não, não são. Livros são educativos. Arte é educativa. Pedagogias anti-hegemônicas são educativas. Jogos de tabuleiros são entretenimento e abstração, sem pretensão (e capacidade conceitual) de levantar qualquer discussão mais profunda sobre esse ou aquele tema. Podem até ser usadas como ferramentas educativas, vá lá, mas não é essa sua função nem primária, secundária ou terciária. 
    A gente aqui, no Brasil, ainda publicando, jogando, e defendendo a validade desses jogos, só comprova a eficácia e o sucesso do colonialismo.
    Assim como racistas merecem pegar fogo, determinados jogos de tabuleiro também.

    " Tem até "historiador" chamando de hipócrita o antirracista que come carne, como se fosse comparável... " 
    Eu acho que você tem um sério problema com interpretação de texto...tenta ler denovo ó "Arauto da virtude"... mas já que tocou no assunto, me explica aí senhor Especista, porque não é comparável?

    "É rasteira demais a afirmação que board games são ferramentas educativas. Não, não são."
    É a SUA OPINIÃO...SÓ OPINIÃO...e opinião qualquer um tem sobre qualquer coisa...

    Especista? Eu sou vegano, amigo. Nem mesmo jogo jogos em que animais são recursos. Mas você nunca vai me ver, num post sobre direito dos animais, defendendo outras causas pra diminuir esta. Aí está o ponto.
    Já você, pelo visto, não é antirracista, o que podemos considerar, no mínimo, uma obrigação ética de qualquer cidadão branco. Você, como historiador, deveria saber. Afinal, não há bicho mais triste sobre a face da Terra do que um historiador que não reconhece a importância de se debater a escravização e o genocídio colonial.
    O que é um "arauto da virtude"? Classe de RPG?

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